sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Alcachofra


A construção das mensagens e das narrativas possuem uma essência que não consegue ser representada pelos códigos linguisticos. Desta forma, faz com que o processo seja contínuo, em uma frenética busca por registrar e manifestar a plenitude do que pensa, sente e percebe o indivíduo. Neste ínterim,  o indivíduo travestido de ser social acumula experiências e interferências na essência primária, fato que expande o que se quer representar e alimenta o ciclo de criação das mensagens e narrativas.

"Quanta suavidade cabe nesse corpo? Quanta tristeza preenche o colo, os olhos, o copo? Como esconder, como sobreviver... A realidade despetalada diante dos sonhos.... O coração da alcachofra servido nas gotas da chuva. O inconfundível aroma de canela me abraça, me aquece.


Perco-me entre tantos testes e oscilações das emoções. Já não reconheço minha escrita, pois ela exala meus sentimentos, ultrapassa meus pensamentos...

Os efeitos da Cantárida são produzidos naturalmente e saem pelos meus poros. Essa canção sem dança orquestrada, esse suspiro sem sangue, o torpor  sem droga. O envelhecer de mãos dadas no amadurecido silêncio, como uma certa esperança.

E eu quis a canção que alcançava minhas emoções, meu passado no presente meu futuro no tempo. E além dele. Mas apenas letras em frases, suspiros e soluços sem melodia... Eu nu no silêncio, na madrugada.


olhos meus fixados;
Inquieto coração;
e a distância faz dela um verbo.
Ela me lua!
Eu suo a frase sem paradeiro..."




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