Como conversar sem agredir e
conseguir criar uma reverberação narrativa conjunta? Uma avalanche de
estratégias e conceitos inundam as plataformas à disposição de emissores e
receptores (que alternam papéis entre si), mas o efetivo resultado desta
dinâmica ainda não é mensurado e verificado como desejado pelas partes.
Periodicidade, recorrência e qualidade são apenas alguns dos aspectos a serem
considerados.
As redes sociais digitais vivem
entre a atrofia da superexposição de conteúdo, o abuso das entrelinhas via influencers, a iminência das brigas e
desavenças e o abstrato gesto de postar e curtir. As plataformas tradicionais
da geração pré-millennials surta entre
a maturidade de narrar o factual sem a obrigação do furo e a inviabilidade
financeira do modelo de negócios desatualizado. As antigas plataformas operam
entre a atualização do sobrefôlego
(em busca de adaptar-se à contemporaneidade). Antes de obter equilíbrio, faz-se preciso compreender o que é o fiel da balança no que concerne à comunicação.
Entremeio a esse complexo fluxo
de mensagens, narrativas e negociações de versões e influência de hábitos
sociais (foco das mensagens e narrativas), está a consolidação das agências
especializadas em verificar a “veracidade” das notícias e dos agentes produtores
(fact-checking). A comunicação
intensificou o boato institucionalizando-o e evoluindo-o a ponto de sobrepor a
verdade (talvez por ser mais atraente, impactante ou até mesmo plausível)
criando fake News e fake makers
formalizando consequentemente a profissão dos verificadores. Para proporcionar
uma estrutura que inspire a confiança, as agências de verificação são auditadas
quanto a imparcialidade (apartidarismo), transparência de fontes, política de
trabalho, fonte de financiamento, divulgação de política pública de correções.
Se a estratégia de gerar notícias
falsas vem de uma articulação egoísta de influenciar o comportamento social, o
hábito de compartilhar as notícias questionáveis provém do anseio humano de
reforçar suas opiniões ouvindo e fazendo ouvir apenas o que quer ou ainda
alimentar “o espirito de confusão” interferindo em uma discussão ou linha de
pensamento.
O momento evoca a maturação da
significação da comunicação, deixando de ser tarefeira e indo além de se
considerar estratégica. Reverberar ideias permitindo reflexão, ressoar a
mensagem na palavra que salta ao olhar a paisagem, e não apenas o retrato
social. Se um tempo atrás foi interessante generalizar e massificar mensagens
em bloco (robotizando ou não), faz-se necessário personalizar as mensagens e
tratamentos. Um atendimento personalizado em determinados casos sobrepõe a
agilidade de um atendimento primário geral, impessoal.
A interação deve trazer a liberdade do pensar e interagir, em um salto sobre paradigmas que ressoe um novo tempo. O diálogo entre as
partes precisa alcançar uma transparência e sobriedade que não é fácil. Assim,
muitas vezes o diálogo tem sido terceirizado (via entidades representativas,
agentes de lobby, assessorias). Todavia, a conversa precisa acontecer.
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