quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A narrativa bate à porta?




Para comunicar de forma mais efetiva as narrativas corporativas (ou não) é preciso conhecer melhor o indivíduo atual e seu sistema de relevância. Como entrar com a mensagem na casa dele, se não conhecemos o que ele chama de casa? O processo de estruturação da narrativa deve considerar a atualização de seu destino. Onde irá chegar e como irá entrar? A corrente de conceitos que o indivíduo opera é a chave para o êxito na construção das mensagens e relações.

Lugares resignificados. Lares reestruturados. Não mais casa de mãe e pai. Agora às vezes a casa é de muitos filhos, sem pais. Outras, só pais e pais, ou mães e mães. Grande parte, casa de avós, que criam netos como uma "segunda chamada (rodada)" dos filhos. Espaços que são lares, independentemente da nova configuração; a missão dos lugares é atender à mesma demanda: ser um lugar para o indivíduo no mundo. Se será de tormento, de aconchego; como será o aprendizado e para onde irão os caminhos não está prescrito em busca de praça pública.  Quando com fé mudamos o olhar sobre a vida, sobre a matéria que nos cerca, sobre os conceitos que nos  fazem, sobre os gestores que reverberamos no espaço, o peso, a leveza de ser, se transforma de maneira sutil, embora intensa. A vivência, cada vez mais é posta como diferencial, afora o conhecimento, a vivência. Sentimentos e sensações, misturar-se às texturas, sentir o frescor e movimento do ar. Sentir o amargo sem demagogia. Utilizar das plataformas de comunicação sem se tornar refém ou algoz. Importante atentar-se a se desdobrar em vivenciar tempo e espaço por outras perspectivas.

O lar às vezes está carregado no pulso com os smartwatch, ou nos bolsos com os smartphones. Segunda tela, telas urbanas, as novas ondas do rádio. As narrativas via streaming correm como cavalo sem rédeas, puro pêlo. Os criadores de narrativas corporativas se jogam a tentar domar, se não conseguem, tentam correr em paralelo... que corrida maluca. Investem em jovens pensando que a energia dará conta, mantêm os antigos na esperança de algo seguro para magnetizar esta busca por comunicar melhor. O conflito de gerações nunca foi tão exposto e necessário. A sociedade líquida precisa refletir sobre seu estado de transição. Assim, as organizações precisam dedicar-se mais a um perfil analítico que possibilite simultaneamente atuar em multiplataformas com narrativas bem estruturadas (não na euforia ou envelopamento de discursos), de forma a dialogar.

Uma avalanche de treinamentos tem instigado os líderes a integrarem-se ao conceito de uma sociedade (e não apenas indústria) 4.0; envolvendo-se com a vanguarda. Entretanto, só haverá resultado efetivo se as ações destes gestores se desdobrarem em uma mudança real de atitude e atuação.

Para proteger a reputação e imagem das respectivas organizações; as empresas querem mudar a postura, o modo de atuar, e também de comunicar, mas não planejam as ações para obter os resultados; anseiam os resultados imediatos e atropelam os processos. Todavia, a busca de uma nova postura tem possibilitado posicionamentos e relações promissoras. Há esperança.

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