quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O presente iminente no futuro que se almeja




A construção da realidade social passa pelo interesse. Interesse constituído pelas vontades, necessidades individuais, e pelo consenso coletivo subsequente. O sujeito está cada vez mais centralizado como ator social individualizado, interferindo na Rede Social para apenas atender seus objetivos, isso até mesmo quando demonstra nuances de altruísmo. Este aspecto fica latente quando consideramos a leitura que Adorno faz do indivíduo em sociedade, enquanto sujeito, onde por mais que se submete a fluxos impostos por uma liderança social, ele executa suas escolhas tendo como motivado os próprios interesses, as respectivas singularidades. Neste cenário de impulsionamento do individualismo na sociedade, é importante também refletir sobre a construção de sentido, sobre as mensagens que disseminam consolidam e derrubam padrões culturais.

Para as Empresas atuarem de forma satisfatória no mercado, é preciso perceber e conhecer a mutante configuração social, os mecanismos de interferência e a maneira de interagir. A viabilidade do negócio depende da versatilidade dos gestores das organizações.

O presente é imediato. A iminência corrente do futuro almejado pelas pessoas e organizações. O Planejamento estratégico é fundamental para a perenidade das entidades. Maurício Fernandes Pereira (2010) discorre em Planejamento Estratégico (teorias, modelos e processos) a premissa de Platão para desempenhar as atividades em ordem de prioridade (Belo / bom / verdadeiro / útil). Parafraseando-o podemos perceber que é o belo é o Ideal; o bom o máximo possível; o verdadeiro é o possível mediano; o útil é o básico. Em sua obra ele discorre das alternâncias dos modelos de construção dos Planejamentos ao longo dos anos e revoluções sociais, passando pela industrialização e culminando nas correntes do Século XXI e as Escolas de formação de estratégia: Empreendedora, Cognitiva, de Aprendizado, do Poder, Cultural, Ambiental. Sendo que nenhuma é melhor ou pior, mas são rumos que podem ser seguidos, seja ele pelo viés da Concepção; Formal; Analítico; Visionário; Processo Mental; Emergente; Negociação; Coletivo; Reativo ou de Transformação.

Antes de formular seu planejamento estratégico a organização deve compreender que está num rio pensando nas águas que virão, mas se molhado pelas águas que se foram e constantemente se vão. Diante deste paradoxo, é preciso verificar qual o propósito geral e específico da organização, sua competência para executar, disposição de investir nas ações necessárias e versatilidade para rever posicionamento e evoluir diante de possíveis intempéries.

A definição de um plano estratégico eficaz considera a resiliência e a flexibilização do olhar a configuração social contemporânea e as tendências. Neste cenário, a inquietação social (baseada na curiosidade) é essencial para tencionar paradigmas e adequar perfis em prol de licenças sociais. 


Ciente de qual o respectivo propósito, a empresa terá concebido o resultado esperado, mas deve ter bem definido qual o lastro desse resultado, para quem ele será destinado e até quando. A vida em sociedade (seja público ou privado) baseia-se na interação de pessoas. Pessoas que atuam como Indivíduos e Atores Sociais.

Elaborar, gerir um planejamento estratégico é conduzir um processo de pessoas; trabalhar potencialidades e limitações. Afora as plataformas tecnológicas, a dimensão humana é o diferencial de uma empresa. Enquanto teóricos discorrem sobre a criatividade ser inato (Fustier e Fustier 1985 / Bono 2000/ Abraham Maslow), outros a apontam como um diferencial de ocasião (Szent-Gyorgyi). O poder criativo da coletividade depende de como as pessoas são trabalhadas individualmente. Como a cultura da organização de alinha à do indivíduo e como o seu potencial criativo é recebido no ambiente da gestão estratégica. Uma ideia para conceber-se criativa e maturar em inovação precisa de tempo e espaço. É preciso exercício, capacitação; e um equilíbrio entre liberdade e autonomia. Para criar e inovar é preciso expandir fronteiras, mudar o modelo mental firmado em paradigmas e manter-se na constante busca pela vanguarda perene.