A construção da realidade social
passa pelo interesse. Interesse constituído pelas vontades, necessidades
individuais, e pelo consenso coletivo subsequente. O sujeito está cada vez mais
centralizado como ator social individualizado, interferindo na Rede Social para
apenas atender seus objetivos, isso até mesmo quando demonstra nuances de
altruísmo. Este aspecto fica latente quando consideramos a leitura que Adorno
faz do indivíduo em sociedade, enquanto sujeito, onde por mais que se submete a
fluxos impostos por uma liderança social, ele executa suas escolhas tendo como
motivado os próprios interesses, as respectivas singularidades. Neste cenário
de impulsionamento do individualismo na sociedade, é importante também refletir
sobre a construção de sentido, sobre as mensagens que disseminam consolidam e
derrubam padrões culturais.
Para as Empresas atuarem de forma
satisfatória no mercado, é preciso perceber e conhecer a mutante configuração
social, os mecanismos de interferência e a maneira de interagir. A viabilidade
do negócio depende da versatilidade dos gestores das organizações.
O presente é imediato. A
iminência corrente do futuro almejado pelas pessoas e organizações. O
Planejamento estratégico é fundamental para a perenidade das entidades.
Maurício Fernandes Pereira (2010) discorre em Planejamento Estratégico (teorias, modelos e processos) a premissa de
Platão para desempenhar as atividades em ordem de prioridade (Belo / bom /
verdadeiro / útil). Parafraseando-o podemos perceber que é o belo é o
Ideal; o bom o máximo possível; o verdadeiro é o possível
mediano; o útil é o básico. Em sua obra ele discorre das alternâncias
dos modelos de construção dos Planejamentos ao longo dos anos e revoluções
sociais, passando pela industrialização e culminando nas correntes do Século
XXI e as Escolas de formação de estratégia: Empreendedora, Cognitiva, de
Aprendizado, do Poder, Cultural, Ambiental. Sendo que nenhuma é melhor ou pior,
mas são rumos que podem ser seguidos, seja ele pelo viés da Concepção; Formal;
Analítico; Visionário; Processo Mental; Emergente; Negociação; Coletivo;
Reativo ou de Transformação.
Antes de formular seu
planejamento estratégico a organização deve compreender que está num rio
pensando nas águas que virão, mas se molhado pelas águas que se foram e
constantemente se vão. Diante deste paradoxo, é preciso verificar qual o propósito geral e específico da
organização, sua competência para
executar, disposição de investir nas
ações necessárias e versatilidade
para rever posicionamento e evoluir diante de possíveis intempéries.
A definição de um plano
estratégico eficaz considera a resiliência e a flexibilização do olhar a configuração social contemporânea e as
tendências. Neste cenário, a inquietação social (baseada na curiosidade) é
essencial para tencionar paradigmas e adequar perfis em prol de licenças
sociais.
Como já disse aqui no blog: Cada vez mais em voga, a interação dos atores sociais modelou-se como
fator essencial no modelo de negócios das empresas. Não há espaço para apenas
filantropismo ou discursos bem estruturados de publicidade de atuação social,
de Responsabilidade Social. O novo modelo das sociedades e da viabilidade dos
negócios exige que haja um Investimento Social Corporativo bem planejado,
justificado e efetivo. O desdobramento das ações, mais que a publicidade do
fato, deve promover influências positivas na configuração social da comunidade
contemplada. Seja por meio de conflitos operacionais e políticos com as comunidades, seja por meio da imposição de órgãos certificadores, as empresas se atualizaram no que concerne à interação social, tendo a ciência de que não há como subestimar a opinião pública. Os players passaram a perceber (de forma gradual) que não basta ter licença operacional e ambiental para uma empresa operar, é fundamental uma licença social, uma aceitação por parte da comunidade afetada, da interferência dos processos da empresa no ritmo e na paisagem regional. Este é um fator determinante para a imagem e reputação organizacional. Mas esta aceitação não é imposta, é conquistada (e não de forma soberana) e requer constante manutenção.Trata-se de uma chancela volúvel, que exige sabedoria além de técnica para perceber, analisar, interagir e comunicar.
Ciente de qual o respectivo
propósito, a empresa terá concebido o resultado esperado, mas deve ter bem definido
qual o lastro desse resultado, para quem ele será destinado e até quando. A
vida em sociedade (seja público ou privado) baseia-se na interação de pessoas.
Pessoas que atuam como Indivíduos e Atores Sociais.
Elaborar, gerir um planejamento
estratégico é conduzir um processo de pessoas; trabalhar potencialidades e
limitações. Afora as plataformas tecnológicas, a dimensão humana é o
diferencial de uma empresa. Enquanto teóricos discorrem sobre a criatividade
ser inato (Fustier e Fustier 1985 / Bono 2000/ Abraham Maslow), outros a
apontam como um diferencial de ocasião (Szent-Gyorgyi). O poder criativo da
coletividade depende de como as pessoas são trabalhadas individualmente. Como a
cultura da organização de alinha à do indivíduo e como o seu potencial criativo
é recebido no ambiente da gestão estratégica. Uma ideia para conceber-se
criativa e maturar em inovação precisa de tempo e espaço. É preciso exercício,
capacitação; e um equilíbrio entre liberdade e autonomia. Para criar e inovar é
preciso expandir fronteiras, mudar o modelo mental firmado em paradigmas e
manter-se na constante busca pela vanguarda perene.