quinta-feira, 4 de julho de 2019

Esse estandarte recorrente




O pensamento social estaciona, rumina e reverbera a preocupação com a coerência. Coerência entre gestos e valores definidos como padrão social. Na rede de conceitos em interseção e mudança, riscos, crises, imagem e reputação ornam estandarte de instituições, seja CPF ou CNPJ. Todos anseiam uma boa reputação e muito fazer para construí-la e proteger. A leitura de Gestão da Reputação (Elisa Prado - Aberje) é boa pedida.

Já comentei sobre isso aqui... Empresas forjam um discurso de transparência para criar um acessório à marca e assim realizar a manutenção da reputação. Para funcionar, é preciso conhecer a dinâmica social da personificação. A partir disso, a organização deve definir os conceitos que norteiam a cultura da empresa de forma a designar a gestores a função operacional de transmitir no dia a dia, via comunicação face a face, a cultura e o posicionamento da empresa. Como não atuam na maior parte do tempo no cenário atual (mar de rosas), mas variavelmente em aspectos adversos (mar de espinhos) as empresas precisam manter atualizado o cálculo e o apetite a risco. A reputação é responsabilidade de todos os funcionários e quando obtida por comportamento e postura adequados não exige esforço de blindagem, pois seu reforço é natural. Diante da crise de imagem, a reputação bem construída já é em si o propulsor da recuperação. Alguns profissionais, artistas e empresas podem ser exemplo. 

Entretanto, cada um entende de uma forma. “Comunicação não é o que você diz, mas o que o outro entende”(David Ogilvy). Com um perfil de leitura baixo, a massa essencialmente se informa via o antigo “boca a boca” ou seja, se informa pela codificação de um porta voz que relata a percepção e não o fato. Este cenário compromete o pensamento crítico uma vez que o limita. Grandes pensadores de "compartilhamento, retuítes e aspas". Resultado? Convivemos com pessoas que são ácidas em criticar, julgar e até mesmo sentenciar (às vezes até mesmo executar a pena); todavia, debruçadas em interpretações de outros, em pensamentos formatados, conclusões induzidas. Falam de uma lei sem a ter lido, interpretam um comportamento sem conhecer os procedimentos, fluxos e normativos que o envolvem. Adoram assentar-se no trono social e gozar do poder, sem o preparo necessário para exercê-lo. Adoram entupir as ruas para reclamar da situação e da oposição, mas não exercem as pressões via mecanismos democráticos além do voto: presença em reuniões ordinárias, petições em gabinetes dos representantes eleitos, acompanhamento das informações de prestação de contas, realização de audiências públicas ou reuniões comunitárias com líderes. É mais fácil e perceptível fazer barulho, ou tumulto, mas isso muda algo? A curto, médio e longo prazo? Acredito que ações simultâneas de manifestação em várias frentes teria mais efeito, pode ser que menos impacto e mídia, mas talvez se aproximasse do objetivo. tempo de violência, e não mais somente nas telas do cinema, mas intensificada no dia a dia, independente do local, horário e vestimenta. Na era dos extremos, diálogo algum tem êxito, pois a dinâmica das conversas têm sido sobreposições de opiniões.

O conceito de compliance é a nova moda conceitual do mundo corporativo (que já passou por responsabilidade social, qualidade de vida, sustentabilidade, qualidade total, e tantos outros"), mas ele remete a uma premissa básica, a do exemplo, coerência. Agir conforme os valores, estando isso escrito ou não, estando alguém olhando ou não. 

Evite intermediários e busque ir o mais próximo possível da fonte de informações e confronte versões. Questionar é uma virtude, conciliar versões em uma interpretação para então formar opinião é um bom exercício. A reputação é um estandarte que não se põe na janela ou no peito, menos ainda em discursos. Outrossim, é percebida.

Repetidas. Batidas da canção que o coloca em movimento nas ruas. Seu ritmo de olhar a vida é tão volúvel como a escala das notas do solo. Ele tinha ciência de que não sabia de nada, e isto não mais era incômodo, ou motivo de sofrimento, tampouco consumia tempo. 

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