Mostrando postagens com marcador narrativas.. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador narrativas.. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 24 de março de 2023

saber e sentir


Narrativas de uniformes transitam pelas telas, corredores e balcões. Comercializa-se interpretação, ação e reação. Tais narrativas estimulam uma demanda que não precisamos aumentando a probabilidade de sofrermos uma dor que não precisaríamos sentir.

Essas linguagens e códigos delineando o que entendemos ser realidade. Perdidos, encontramos aconchego no silêncio de um dia bom. As pessoas buscam pelo que tem sentido gritando argumentos absolutos, em uma configuração social falida.

Meu filho sorrindo ao dormir, sonhando com algo que o diverte e traz paz. É o mesmo que o desabrochar de uma flor, o cantar de um pássaro, o movimentar do vento no bambuzal. Beleza natural. Assim os raios de sol me encontraram pela manhã. As nuvens transitam sem compromisso com os formatos criados, os contrastes da paisagem. As páginas permitiram livre trânsito às palavras, e as letras se libertaram no processo de entrar pelos olhos e voltar para o papel. Respirar ficou mais fácil, quando o peso de certas narrativas ficou acorrentado nos argumentos atrofiados de quem nem em uma nota só samba. Entre o saber e o sentir; ir além.

Penso como a vida nos traz algumas nuances do porvir além dessa camada de rotinas. Nuances do que verdadeiramente importa. Mas quando vislumbramos isso, as rotinas nos puxam, nos prendem e nos conduzem. Vivencio narrativas que se entregam a ser tempestade de areia conceitual, diante dos curiosos olhares que sabem que existe uma algo mais.  No entanto, o peito treme. A respiração não aceita se encaixar no compasso natural. O corpo me avisa que irá sucumbir, pois a mente quer partir. O beija-flor me olha silenciosamente. Ele sabe.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Relacionamento em Rede - entre o tropeço e o soluço.

Entre o tropeço e o soluço, em busca das soluções, organizações buscam implantar e integrar diversas ferramentas de administração e gestão para estruturar estratégias e revigorar o plano de negócios de forma a encontrar a estrada dos tijolos amarelos da perenidade, com licença social, consolidação comercial, conforto ambiental, e fôlego financeiro, com uma bela imagem estampada na parede. A licença social tornou-se moeda de troca e valorização.

Dentre tantas ferramentas, a metodologia de relacionamento em rede é uma que contribui deste desenvolvimento de projetos, a reestruturação da estratégia de relacionamento institucional de uma organização, e também no seio familiar. O que antes ficava na mesa de profissionais de RP, ou de informais lobistas agora habita a mente de analistas de relações institucionais, gerentes, coordenadores, assessores e mágicos corporativos.

Para estruturar um Plano de Ação de Relacionamento Institucional é importante antes criar a matriz geral de relacionamento (em Excel mesmo), e nela estabelecer o corte do potencial de influência, estabelecendo uma matriz específica de partes interessadas (um desdobramento da primeira planilha). Tive a oportunidade de criar a metodologia do relacionamento em rede de uma empresa e perceber os benefícios que trouxe desde em negociações básicas de mídia/imagem, até articulações para garantia de atividades operacionais, internas e externas.

O próximo passo é estabelecer como esta matriz se relaciona com a organização objeto, qualificando o perfil e desdobrando em como cada personagem da matriz relaciona entre si. Após esta qualificação, que passa por uma análise com aspectos subjetivos de percepção e leitura de território, realiza-se um corte por cenário de interesse, montando um infográfico (em ai / cdr ou ppt) do perfil de relacionamento. Desta forma, é possível compreender o mapa de interrelação, entendendo o fluxo de articulação entre os indivíduos, possibilitando traçar estratégias, identificar pontos de tensão e pontos de equilíbrio, para definir o que deve ser protegido, pressionado, monitorado, mas nunca ignorado.

Muitos tropeçam em tentar estabelecer fórmulas, ao invés de adaptar critérios, aspectos, vetores e criar a própria metodologia de forma contextualizada com seu negócio, setor, local de atuação, perfil social, econômico e cultural.

Na matriz de interrelação, deve ser verificado o nível de interferência / influência entre os indivíduos, classificando e identificando por cores e letras desdobrando em diretriz para cada perfil de público e se for o caso específico por indivíduo. Se é forte, médio, pequeno ou inexistente. A partir da diretriz por classificação, estabelecem-se as ações.

Na verdade, a metodologia de relacionamento em rede é a formalização e aplicação corporativa / política do que já existe de forma natural na organização do ser humano em sociedade, bem observado por Gertz e tantos outros. Quando formalizado em uma organização, facilita o trabalho em equipe no que concerne à relação institucional, pois padroniza o posicionamento conforme a identidade organizacional e suas estratégias. É fundamental saber fazer a transição da estratégia, metodologia para aplicação efetiva da estratégia, sair da ideia e mensurar os resultados obtidos (o que é extremamente possível).


 

... este assunto merece um desdobramento... depois retornarei a ele por aqui...


terça-feira, 18 de junho de 2019

A vista e o ponto


As pessoas olham para você e automaticamente criam significações segundo as premissas de Saussure, para determinar relevância, perfil e modo de se relacionar. Definem opiniões, mensagens chave, liberdades e também a expectativa. Esta última determina reações e influencia em todo o resto. A expectativa consiste no padrão de comportamento que a pessoa espera de você. Qualquer ação que não atenda a expectativa criada gera uma série de eventos que culminam por ressignificar você não apenas para quem o julga, mas também para o grupo social com o qual interage. Assim definem-se as paredes da meritocracia volúvel. Olhando bem; somos o mesmo. Do ponto de vista que olha, o lado da história que conta sempre busca consolidar a versão na qual tem razão; e assim conseguir mais adeptos e multiplicadores da versão, sobre pondo demais lados, estabelecendo uma verdade atemporal, ou seja, a do presente.

Ideias, a Ideia. Percebo que não é meu interesse que muda, mas é que a ideia habita em partes vários corpos, vários instantes. Eu a procuro em totalidade, em um derradeiro destino, sem grandes anunciações, sem até mesmo registros, mas a verdade de a encontrar e a ela me integrar.

Gradativamente percebo o derredor de forma diferente. Os valores, as crenças, as atitudes, as expectativas, as buscas... todo esse fluxo complexo que tece a base que sustenta a sociedade. Claro, enamoram-me os momentos de refrigério, os sorrisos, as gentilezas, a ternura das pessoas e gestos. Há equilíbrio no balanço que mantém em movimento o corpo social. Antes fosse um pensamento, ou talvez um sentimento, ou até mesmo sensação. Aspectos manipuláveis a partir de pontos de pressão, aspectos passíveis de sobreposição e silêncio. Mas não; uma ideia não pode ser silenciada, ela tem vida, pujante, tem uma energia, um fogo que arde continuamente, sem consumir. Não se trata de um surto, ou utopia. Mais fácil seria se o fosse.

Não compreendo ter e cuidar de um jardim que não se pode tocar, perpassar as folhagens, as flores, perfumes e cores. Ser a gota que escorre por pétalas, folhas, dorso e pende ao chão, penetra, nutre, evapotranspira, e volta a rondar o jardim no tempo de orvalho, com sutileza e brilho.

... entre mudar o ponto ou ajustar a vista...

quarta-feira, 6 de março de 2019

Relâmpagos da narrativa



Desafio de comunicar e proporcionar a fluência dos processos sociais sem atravancar a retenção de mensagem, formação da consciência do cidadão e manutenção do caráter do indivíduo. É realmente necessário educar a comunidade sobre o negócio dos setores? Não há espaço para manipulação velada, mas esse processo de "educação" da comunidade não pode se estruturar sobre a premissa de ser apenas um defensor setorial.

Algumas variáveis devem entrar no escopo de análise de quem se propõe a atuar profissionalmente (defendendo setores e marcas) como agente de comunicação na contemporaneidade (Considerando que enquanto indivíduos atores sociais todos atuam naturalmente como agente de comunicação na sociedade).

- Excesso de informação
Amplificou-se o reverberar das narrativas dos indivíduos, aumentou o número de narradores com poder de manifestação, via fácil acesso a novas tecnologias e plataformas de comunicação. A Avalanche de informação sobrecarregou a sistema de relevância dos indivíduos. Dificultou a triagem. Qual informação é essencial? Diferencial? Irrelevante?

- Vulnerabilidade da intimidade
Com a intensificação dos fluxos de comunicação e exposição de pensamentos e acontecimentos pessoais, criou-se uma intimidade digital entre conhecidos, tornando vulnerável a intimidade do indivíduo e passível de interferências não com objetivo pessoal, mas talvez até setorial.

- Clamor natural por um propósito 
Soma-se aos desafios do mercado, a necessidade natural do indivíduo e também da coletividade, por um propósito. A reputação de um setor ou marca não passa por ser A MAIOR, A MELHOR, A MAIS TRANSPARENTE, mas sim ter um propósito que esteja em harmonia ou alinhado com os propósitos de um grupo (coletividade) e também do indivíduo (pessoal).

- Consistência e participação 
Neste sentido, as ações e narrativas precisam ter consistência e manifestar a participação efetiva do narrador na sociedade. Como ser que atua, interfere e sofre interferência. Integração.

As plataformas de comunicação são meio (que às vezes tratado como fim), a interação e reação das pessoas é o objetivo que modula em essência, mas não em natureza. As narrativas devem compreender seu papel de tradução de conflito e convergência de "significantes" em uma mensagem outra, que vai além na paisagem, em busca de uma mensagem de amplo acesso e aceitação (não por imposição ou massificação).

A vanguarda na comunicação permanece o Santo Graal. Muitos empunham cálices, cruzes e projetam conceitos ao ar... afora os ciclos de clichês... há quem diga que o encontrar o almejado Graal da Comunicação e narrativa, se realiza no exercício e não no fim da busca.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Des - perdida


Caminhava distraído pela manhã. O canário pousou repentinamente na minha frente, sorriu e alçou voo. Assim minha manhã, dentro de mim, teve ainda mais leveza e paz. Um amigo recitou "vamos nos perder no tempo", como um lamento, sem perceber que se mudasse o olhar sobre a frase, a vida seria outra... e a borboleta gasta pelos errantes voos sinceros fez pouso em minha janela, paralisou e depois levou meu olhar, e nas asas fez ressoar um "vamos nos perder no tempo"

Vamos nos perder no tempo, um aviso, uma promessa
Vamos nus, perder no tempo, prelúdio da liberdade
vamos nos perder no tempo, um convite, a viver a vida
vamos nos perder no tempo, a constatação do horizonte distante que brota dentro de nós....


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O presente iminente no futuro que se almeja




A construção da realidade social passa pelo interesse. Interesse constituído pelas vontades, necessidades individuais, e pelo consenso coletivo subsequente. O sujeito está cada vez mais centralizado como ator social individualizado, interferindo na Rede Social para apenas atender seus objetivos, isso até mesmo quando demonstra nuances de altruísmo. Este aspecto fica latente quando consideramos a leitura que Adorno faz do indivíduo em sociedade, enquanto sujeito, onde por mais que se submete a fluxos impostos por uma liderança social, ele executa suas escolhas tendo como motivado os próprios interesses, as respectivas singularidades. Neste cenário de impulsionamento do individualismo na sociedade, é importante também refletir sobre a construção de sentido, sobre as mensagens que disseminam consolidam e derrubam padrões culturais.

Para as Empresas atuarem de forma satisfatória no mercado, é preciso perceber e conhecer a mutante configuração social, os mecanismos de interferência e a maneira de interagir. A viabilidade do negócio depende da versatilidade dos gestores das organizações.

O presente é imediato. A iminência corrente do futuro almejado pelas pessoas e organizações. O Planejamento estratégico é fundamental para a perenidade das entidades. Maurício Fernandes Pereira (2010) discorre em Planejamento Estratégico (teorias, modelos e processos) a premissa de Platão para desempenhar as atividades em ordem de prioridade (Belo / bom / verdadeiro / útil). Parafraseando-o podemos perceber que é o belo é o Ideal; o bom o máximo possível; o verdadeiro é o possível mediano; o útil é o básico. Em sua obra ele discorre das alternâncias dos modelos de construção dos Planejamentos ao longo dos anos e revoluções sociais, passando pela industrialização e culminando nas correntes do Século XXI e as Escolas de formação de estratégia: Empreendedora, Cognitiva, de Aprendizado, do Poder, Cultural, Ambiental. Sendo que nenhuma é melhor ou pior, mas são rumos que podem ser seguidos, seja ele pelo viés da Concepção; Formal; Analítico; Visionário; Processo Mental; Emergente; Negociação; Coletivo; Reativo ou de Transformação.

Antes de formular seu planejamento estratégico a organização deve compreender que está num rio pensando nas águas que virão, mas se molhado pelas águas que se foram e constantemente se vão. Diante deste paradoxo, é preciso verificar qual o propósito geral e específico da organização, sua competência para executar, disposição de investir nas ações necessárias e versatilidade para rever posicionamento e evoluir diante de possíveis intempéries.

A definição de um plano estratégico eficaz considera a resiliência e a flexibilização do olhar a configuração social contemporânea e as tendências. Neste cenário, a inquietação social (baseada na curiosidade) é essencial para tencionar paradigmas e adequar perfis em prol de licenças sociais. 


Ciente de qual o respectivo propósito, a empresa terá concebido o resultado esperado, mas deve ter bem definido qual o lastro desse resultado, para quem ele será destinado e até quando. A vida em sociedade (seja público ou privado) baseia-se na interação de pessoas. Pessoas que atuam como Indivíduos e Atores Sociais.

Elaborar, gerir um planejamento estratégico é conduzir um processo de pessoas; trabalhar potencialidades e limitações. Afora as plataformas tecnológicas, a dimensão humana é o diferencial de uma empresa. Enquanto teóricos discorrem sobre a criatividade ser inato (Fustier e Fustier 1985 / Bono 2000/ Abraham Maslow), outros a apontam como um diferencial de ocasião (Szent-Gyorgyi). O poder criativo da coletividade depende de como as pessoas são trabalhadas individualmente. Como a cultura da organização de alinha à do indivíduo e como o seu potencial criativo é recebido no ambiente da gestão estratégica. Uma ideia para conceber-se criativa e maturar em inovação precisa de tempo e espaço. É preciso exercício, capacitação; e um equilíbrio entre liberdade e autonomia. Para criar e inovar é preciso expandir fronteiras, mudar o modelo mental firmado em paradigmas e manter-se na constante busca pela vanguarda perene.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

licenças




Cada vez mais em voga, a interação dos atores sociais modelou-se como fator essencial no modelo de negócios das empresas. Não há espaço para apenas filantropismo ou discursos bem estruturados de publicidade de atuação social, de Responsabilidade Social. O novo modelo das sociedades e da viabilidade dos negócios exige que haja um Investimento Social Corporativo bem planejado, justificado e efetivo. O desdobramento das ações, mais que a publicidade do fato, deve promover influências positivas na configuração social da comunidade contemplada.

Seja por meio de conflitos operacionais e políticos com as comunidades, seja por meio da imposição de órgãos certificadores, as empresas se atualizaram no que concerne à interação social, tendo a ciência de que não há como subestimar a opinião pública. Os players passaram a perceber (de forma gradual) que não basta ter licença operacional e ambiental para uma empresa operar, é fundamental uma licença social, uma aceitação por parte da comunidade afetada, da interferência dos processos da empresa no ritmo e na paisagem regional. Este é um fator determinante para a imagem e reputação organizacional. Mas esta aceitação não é imposta, é conquistada (e não de forma soberana) e requer constante manutenção. Trata-se de uma chancela volúvel, que exige sabedoria além de técnica para perceber, analisar, interagir e comunicar.

E para compreender o que vem a ser a licença social a que se propõe obter, é interessante saber o que significa e como estão presentes os demais atores da sociedade como os Negócios Sociais (que difere de uma organização sem fins lucrativos, pois deve buscar lucro moderado para expandir o alcance da empresa, melhorar o produto ou serviço sem tornar-se essencialmente comercial, tampouco desmembrar-se da missão social).

Neste ínterim, a comunicação feita de forma adequada é o diferencial para tratar de temas polêmicos sem estardalhaço e sem propagandismo, mas com sobriedade, transparência e tempo hábil. Ao invés de consolidar midiaticamente conceitos e multiplicá-los, é fundamental tornar efetivas as ações de interação social e seus desdobramentos correlatos. Antes de fazer reverberar mensagens em grandes planos de mídia, é fundamental uma dedicação maior e intensa na construção das mensagens e sua devida formatação. Este é um dos gargalos do mercado da comunicação contemporânea: no afã do imediatismo, alimenta-se o propagandismo de ações nas diversas plataformas disponíveis, em busca de audiência, mas não de retenção de mensagem e transformação. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Espaço como experiência


A criação de significados e significantes (individuais e coletivos) opera os mecanismos de reputação que equilibram os fluxos sociais.  Desorientado, o indivíduo em um mundo globalizado busca por referência em seu repertório e ao redor, para lidar com a nova configuração do pacto social. Uma globalização de recursos, de potenciais, de demandas e das mazelas; que gerou integração e sobreposição de culturas e mercados. Integrou-se assim os fluxos de apropriação territorial e estruturação dos padrões sociais, reverberando nos processos de comunicação.

No entanto, o âmbito das decisões pertence a uma microrrede (escala local) e a distribuição / padronização destas decisões transcorrem por uma macrorrede (escala global). Neste cenário, faz-se necessário compreender o espaço dos fluxos e o espaço dos lugares, para assim entender como atuar (interagir e influenciar).

A estrutura do emissor - mensagem  - receptor - significante ganhou complexidade sob o aspecto do tempo, uma vez que os receptores são emissores em potencial. narradores e consumidores, sem necessidade de um meio oficial. A multiplicidade de plataformas, linguagens e audiência mudaram a paisagem. Cada indivíduo é um epicentro social de interação (estrutura e fluxos em rede). Neste ínterim, a evolução e desenvolvimento  geram e alimentam a crise constituindo um movimento em onda. O movimento em onda do sistema trouxe uma nova configuração social de empoderamento e desequilíbrio.

Uma paradoxo pode ser observado. A Sociedade busca no dia a dia mais comodidade [espaço para crescer] - Desenvolve tecnologias, muda forma, comportamento e conteúdo das narrativas [empodera o consumo / crédito / poder - nova sociedade] - Gera crescimento, Desorientação e Dívida [instaura crise] = A Sociedade busca no dia a dia mais comunidade [mudança - renovação de ciclo].

Assim, a relação dos indivíduos com o tempo e espaço deixa de ser apenas algo na dimensão física. Antes de conceituar os espaços como público ou privado, é importante olhar tanto de longe (visão de paisagem) quanto de perto. Conforme discorre Manuel Castells em sua obra (Sociedade em Rede), a percepção do indivíduo sobre espaço e tempo alcança a dimensão da experiência, da vivência. Estrutura e função conforme as redes.

Acompanhando a ideia do espaço enquanto experiência, tem-se o espaço dos fluxos como algo na dimensão do Poder / Relações Sociais / Transição de paradigmas / Ambiente do Ator Social. Os espaços dos lugares configuram-se onde há Significante Cultural / Ambiente do Indivíduo.

A partir desta renovada leitura sobre os aspectos contemporâneos de organização social, pode-se  obter uma visualização mais apurada da territorialidade e com isso construir de forma mais assertiva as estratégias de atuação enquanto ator (ser) social de forma a proteger-se enquanto indivíduo.



;

terça-feira, 27 de março de 2018

têmporas


O céu de sólido sol cede o palco para nuvens que alteram a iluminação sobre meu rosto, a temperatura sobre minha pele. O anúncio da chuva, pelo cheiro no ar, é a introdução de uma bela sinfonia natural do porvir. A chuva, instrumentada de todos os tons, toques e ternuras avança gradativamente. Trocadilhos traiçoeiros, têmporas a mercê das temporãs.

O ritmo da vida ao redor faz outro sentido aqui dentro. A relevância dos fatos, a dimensão dos impactos varia tudo conforme o respirar, o interagir e a paz.

Foi assim a palavra sem alça despencando do "auto" de minhas ideias, atravessando meus sentimentos em um papel que nem tinta absorve, nem olhares retém. Essa bula, este manual do que me resta na curva dos versos de rimas tão amargas. A maestria do toque suave da paisagem muda o gosto e o sabor. Especialmente belo o dia me toca com paz. O inspirar o ar fresco da manhã, ouvir a vida ao redor é como ser abraçado de um modo especial.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Fator Humano



O avanço tecnológico é irreversível e a dependência social às novas ferramentas e facilidades também. A energia das baterias e a cobertura de sinal são os limitadores. Na comunicação, as novas plataformas e softwares facilitam a navegação pelas narrativas, percepção de peso da imagem e temperatura de discussões, no entanto, a tecnologia ampara-se em algorítimos, em fórmulas condicionadas, de forma exata. O perfil analítico necessário para manutenção dos processos evoca uma sensibilidade que tempera o que chamamos de Bom Senso. Sendo o bom senso um dos determinantes para a tomada de decisões.

Afora as discussões sobre a singularidade da I. A., os novos experimentos e as modernas plataformas de interação em uso em algumas áreas, o lugar do ser humano ainda é garantido quando se refere a constituição da sociedade. Entretanto, levantamento da consultoria McKinsey, em uma pesquisa global, atesta que 62% dos executivos de empresas de grande porte assumem a necessidade de substituir mais de um quarto do quadro de funcionários até 2023 em decorrência da automação e digitalização dos processos de trabalho. Treinamento e requalificação de profissionais será o inevitável fôlego corporativo. Os parâmetros para mensurar resultados em comunicação e definir estratégias, novas ações e planos de contingência precisam ser repensados.

O fator humano, a maneira como a espécie interage e interfere na paisagem é crucial no estabelecimento e manutenção das relações. A transparência e ética são as velas para empresa e indivíduos navegarem no ciberespaço e compreenderem o fluxo de cada um nesta malha em expansão, que parece não ter fim, a não ser a pausa, via botão de desligar dos hardwares em nossas mesas, mãos e bolsos.



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Salto Ressoar


Como conversar sem agredir e conseguir criar uma reverberação narrativa conjunta? Uma avalanche de estratégias e conceitos inundam as plataformas à disposição de emissores e receptores (que alternam papéis entre si), mas o efetivo resultado desta dinâmica ainda não é mensurado e verificado como desejado pelas partes. Periodicidade, recorrência e qualidade são apenas alguns dos aspectos a serem considerados.

As redes sociais digitais vivem entre a atrofia da superexposição de conteúdo, o abuso das entrelinhas via influencers, a iminência das brigas e desavenças e o abstrato gesto de postar e curtir. As plataformas tradicionais da geração pré-millennials surta entre a maturidade de narrar o factual sem a obrigação do furo e a inviabilidade financeira do modelo de negócios desatualizado. As antigas plataformas operam entre a atualização do sobrefôlego (em busca de adaptar-se à contemporaneidade). Antes de obter equilíbrio, faz-se preciso compreender o que é o fiel da balança no que concerne à comunicação.

Entremeio a esse complexo fluxo de mensagens, narrativas e negociações de versões e influência de hábitos sociais (foco das mensagens e narrativas), está a consolidação das agências especializadas em verificar a “veracidade” das notícias e dos agentes produtores (fact-checking). A comunicação intensificou o boato institucionalizando-o e evoluindo-o a ponto de sobrepor a verdade (talvez por ser mais atraente, impactante ou até mesmo plausível) criando fake News e fake makers formalizando consequentemente a profissão dos verificadores. Para proporcionar uma estrutura que inspire a confiança, as agências de verificação são auditadas quanto a imparcialidade (apartidarismo), transparência de fontes, política de trabalho, fonte de financiamento, divulgação de política pública de correções.

Se a estratégia de gerar notícias falsas vem de uma articulação egoísta de influenciar o comportamento social, o hábito de compartilhar as notícias questionáveis provém do anseio humano de reforçar suas opiniões ouvindo e fazendo ouvir apenas o que quer ou ainda alimentar “o espirito de confusão” interferindo em uma discussão ou linha de pensamento.


O momento evoca a maturação da significação da comunicação, deixando de ser tarefeira e indo além de se considerar estratégica. Reverberar ideias permitindo reflexão, ressoar a mensagem na palavra que salta ao olhar a paisagem, e não apenas o retrato social. Se um tempo atrás foi interessante generalizar e massificar mensagens em bloco (robotizando ou não), faz-se necessário personalizar as mensagens e tratamentos. Um atendimento personalizado em determinados casos sobrepõe a agilidade de um atendimento primário geral, impessoal. 

A interação deve trazer a liberdade do pensar e interagir, em um salto sobre paradigmas que ressoe um novo tempo. O diálogo entre as partes precisa alcançar uma transparência e sobriedade que não é fácil. Assim, muitas vezes o diálogo tem sido terceirizado (via entidades representativas, agentes de lobby, assessorias). Todavia, a conversa precisa acontecer. 

;

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

o que se quer



Uma análise ponderada sobre as ações de sustentabilidade (de todos os atores sociais) pontuadas pelo agenda setting, percebe-se que a multiplicidade envolve a todos em uma noção equivocada de transparência e responsabilização. As empresas não estão preocupadas com a atuação em localidades, as chamadas comunidades. Tampouco as consultorias por elas contratadas (visam lucro e reputação), ou as certificadoras que fiscalizam processos (visam reputação e ampliação de mercado controlado). Tudo é arquitetado para se obter uma licença social, uma aceitação de intervenção e presença de forma a controlar tensões e conflitos de interesses sem atrapalhar o fluxo do desenvolvimento econômico. A gestão pública não está interessada em primeiro plano na demanda da população, mas sim na manutenção do poder e para isso negocia benefícios, emendas, recursos, cargos e os rotula de ação social e estratégia. O atendimento popular é então apenas o efeito de retardo das articulações, o efeito colateral da defesa de interesses de quem está no poder. Assim, toda ação social contemporânea carrega um retrogosto de interesse financeiro, com tons aromáticos de vaidade (até mesmo misturado de altruísmo).

A ansiedade por obter boa imagem faz de todos “lobos em pele de cordeiro” alternando-se entre ser a vítima e o carrasco. Faz-se necessário definir antes de agir qual o nível aceitável de hipocrisia ou transparência ao se estabelecer as relações. O mesmo deve ser definido no discurso propagado. A grande vítima por outro lado (comunidades), não apenas é lesada, mas também se faz algoz, em proporções devidas. Não está preocupada tanto assim com o próximo, mas essencialmente consigo mesmo, com sua subsistência e posteriormente com sua alavancada na qualidade de vida, rumo ao status de quem detém poder, ou pelo menos quem não sofre tanto com ele. A preocupação com o meio ambiente não é amor à natureza, mas interesse em manter viável o local em que vive e de onde retira recursos. Por muitas vezes é até uma submissão de subsistência a alguma crença. Outrossim, pessoas condenam a iniciativa privada ao mesmo tempo em que almejam um cargo dentro delas, para essencialmente repetir o que já é feito.

Chove dentro e fora. As mudanças existem. Encontrei em uma caminhada sem precedentes pessoas simples. Simplicidade que não se refere a posses, a vestuário ou vocabulário. Mas uma simplicidade de olhar a vida e tocar o outro. A maneira leve de perceber as coisas complexas da vida sem afetar-se em um processo destrutivo, ou filantrópico. Tampouco essas pessoas desejam divulgação de seus atos, nomes, imagem. Nem dinheiro, nem abraços. Não era condicional o que faziam. Suas necessidades eram supridas de outra forma. Não eram santos no sentido sacro, pois cada qual guardava suas imperfeições, mas talvez o eram no sentido da palavra, “separados” diferentes de um modo que todos podem ser.

;

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

curvas



Faz em mim curva o vento.
Vou me nu 
Invisível entre os ombros angustiados 


A metrópole permite lacunas dos fluxos cinzas do cotidiano. Possibilita a existência de espaços encantadores, onde um bom olhar pode ser degustado com café. Sublime, a música ambiente isola o som da cidade e harmoniza os sons das pessoas. O aroma de café me seduz e eleva a um ambiente onde não me conheço, me reconheço e me leio. Os sabores do café e do bom queijo a embalar essa silenciosa e solitária dança em uma tarde de brisa suave.

Um macchiato para o primeiro verso. Um chemex com grão na linha mais exótica para me debruçar e tocar a próxima estrofe.

Contorna-me o tempo 
enquanto palavras perpassam os poros

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

descalço



O coração caminha descalço no arcabouço de um dia sem ar. O suspiro esmura o tempo em busca de refrigério, mas o eco não há de libertar, apenas devolve distorcida a ferida de um pesado pensar.
Olhos cerrados florescem um novo dia.

domingo, 20 de agosto de 2017

trilhas

Minas teus sons
ofícios das Gerais 
Forjando na pele e nas veias
a história que a letra não traz

Alfabeto posto
escolha seus punhais
minhas cicatrizes estão no interior
De Minas 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

rastro



Chegamos a um tempo em que o diálogo harmonioso deu lugar a uma troca de agressões. Quem se faz mais cruel, quem mais fere, esse sai como vencedor do ambiente, torna-se o imponente; contudo não percebe que mata um pouco do outro. Mata um pouco do outro. E a parte morta muda o ser profundamente. Gira-se a roda.

Posso sentir seu peso sobre mim. Consigo pressentir seus passos atrás dos meus, seu peso sobre meus ombros, suas mãos em meu pescoço, sua risada ansiando minha derrocada. Ainda assim persisto. Ainda assim continuo vivo atrás das retinas lacrimejantes. Com a pele fustigada de tanta agressão, com a memória falha de uma mente sobrecarregada, com a visão turva, com a cabeça que raramente não está dormente; ainda vivo. A leitura em braile da pele vê nas rugas a marca de um tempo. Outrossim, mesmo com as pessoas tropeçando nas minhas palavras, não compreendendo meus gestos e usando o que sou contra mim, sigo vivo. Posso sentir o cheiro do seu egoísmo, sua vontade em dissecar-me tornando-me um troféu na estante dos réus. Todavia, insisto. Perpasso meus sonhos entremeio a realidade. Desvencilhando-me dos desfiladeiros das pessoas que querem que o mundo seja segundo suas regras. No respirar gero frutos. Parte de mim que espalhada em gestos, em palavras e pessoas, infecta a vida de um novo olhar, um aroma que traz paz.. 




sábado, 15 de julho de 2017

alternância




Entre ter renovado o dia pelo mudar a perspectiva sobre a vida e permanecer no desalento das lamúrias cotidianas, alço voo sem amarras, mas não sem norte. A manutenção das vaidades que nos alimentam sucumbe a um novo pilar dessa sociedade líquida. A alternância; manifestada pela transição de paradigmas desse indecifrável Hilbert Hotel, do qual somos hóspedes, hospedeiros, expectadores e produto.

O uso e ocupação do território não pode ser analisado de forma rasa e inconsequente. Faz-se necessário uma leitura que compreenda o contexto social, as interferências no ordenamento que provém do meio e as que vêm do próprio indivíduo.

...

Já observou um casal jogando pingue-pongue pausadamente? No auge da idade da sabedoria, eles se divertem; sorriem em olhares de cumplicidade e um ritmo de raquetada que mais parece um dar as mãos. O ponto se estende, não se conta, o valor ali é outro. E ao lado, a mesa de sinuca recebe com a filosofia do silêncio o cavaleiro andante. Já viu um solitário jogando sinuca calmamente? 

Os impactos de se estar vivo, grifados em anéis de crescimento da madeira, na floresta que ainda persiste, respira e nos integra. Encanta-me estar na Dinâmica da vida. Sendo um detalhe orgânico na malha complexa que forma a derme da realidade.

Qual sua melhor face ao espelho? Aquela em que você se olha nos olhos e se reconhece.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Clarifício


desliza um dia novo,
e a luz caminha pelas curvas 
desfazendo os desfiladeiros da paz;
do pouso ao voo, o alvoroço do silêncio.


sexta-feira, 30 de junho de 2017

iminente precipício



As mudanças das lideranças sociais ocasionam uma onda de interferências na organização social de forma a abalar conceitos até então tradicionais na sociedade.
Uma sociedade que anseia institivamente pela modernidade e evolução não pode comprometer a essência que defende: o elixir da humanidade.  No entanto, percebe-se um movimento cada vez mais alienante da raça humano no que concerne aos objetivos da humanidade e como constituir uma sociedade que os defenda. A leitura de Bauman sobre uma sociedade líquida, de uma modernidade volúvel, onde tudo passa e nada permanece, nem mesmo os conceitos, é um exemplo disso. “Esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem feito. O que se consome, o que se compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos”. Zygmunt Bauman.
"Atirei um limão n'água / E fiquei vendo na margem" Carlos Drummond de Andrade. As lideranças sociais, com suas atitudes focadas em objetivos restritos geram um fato social que reverbera além do escopo da atitude em si, mas torna-se interrelação com as atitudes da sociedade. O efeito em ondas propicia o rompimento dos paradigmas e constituição de novos.
Neste cenário, a resiliência tornou-se a bandeira dos que ousam refletir sobre a organização social, seus fluxos, rumos e desdobramentos. A mudança impele ao ser humano uma reflexão acerca de suas fragilidades e potencialidades, revendo desejo, vontade e representação. A desistência ou grito de colapso, o suicídio (seja ele físico, moral ou social), é fruto da apatia controlada da realidade onde nada acontece com o indivíduo, sem expectativas, sem perspectivas favoráveis, e também quando há o caos e intensa pressão, um turbilhão de acontecimentos que impelem o indivíduo a perder suas perspectivas de solução e expectativas de tranquilidade. Em sua obra o suicídio, Durkheim analisa como o suicídio além de sua implicação imediata (interferência na vida do indivíduo e respectivo círculo de convivência e relevância), mas observa as ocorrências de forma a correlacionar com o contexto social e os acontecimentos contemporâneos que moldam o organismo social. Para compreender este fato social, suicídio, é fundamental então analisar tudo o que originou o evento e quais os fins a que serve, considerando também os devidos desdobramentos na paisagem social.
Fronteiras do pensamento e da organização da sociedade são de forma recorrente expandidas e não rompidas. Neste sentido, ao observar como os padrões culturais sofrem mudanças com o passar de gerações, percebe-se como é real a leitura de Kuhn sobre os paradigmas. Sua concepção de que um paradigma termina com a constituição de um novo paradigma, tendo a Revolução científica como um instrumento de transição entre paradigmas, é importante para compreendermos como um fato social se torna relevante para a história, sendo um marco na trajetória social de um povo.
Contudo, Clifford Geertz já afirmou que “pode ser que nas particularidades dos povos sejam encontradas algumas revelações mais instrutivas sobre o que é genericamente humano” (GEERTZ 1989). Ou seja, um olhar atento aos momentos de entropia pode fazer com que percebamos as mudanças e marcos na evolução do coletivo e também do individual, possibilitando uma leitura do que vem a ser o ser enquanto indivíduo e enquanto sujeito social. O pensamento crítico estimulado pelo Iluminismo como forma de evolução da humanidade, por exemplo, contribuiu para que fosse instituído um processo de entropia social, com tudo aquilo que é sólido se desfazendo no ar dos questionamentos. Percebeu-se naquele tempo que um aparente rompimento estava acontecendo nos moldes convencionais de interpretação da realidade. No entanto, posteriormente ao período supracitado, pode-se verificar que as revoluções estabelecem-se como ponte, momento de transição entre paradigmas.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

copronarrativa


Orgânico divã, o corpo traduz nossa relação com o mundo exterior de forma tão subliminar quanto escrachada. Quando se fala ou passa por algo e logo vem aquela sensação de náusea, materializada no vômito ou diarreia, trata-se do corpo manifestando sua rejeição e tentando lidar com as emoções ou palavras não digeridas. Seguindo o raciocínio, uma pessoa que tem nojo dos respectivos excrementos, que se limpa com nojo e nem olha a merda que fez antes de descarta-la, essa pessoa geralmente é do tipo que na vida social não reconhece as "merdas sociais" que faz, não corrige seus erros, não assume suas falhas, mas ou as esconde, ou transfere a responsabilidade para outras pessoas ou situações. Olhe ao redor, vai constatar gente assim mais perto do que imagina, em cargos altos nas empresas, em governos, destaque em famílias.

Engraçado ainda pensar na constituição dos banheiros públicos. Dos primórdios antros de doenças das casas de banho e banheiros coletivos da Roma antiga, atualmente os banheiros tem certa higiene (depende muito do local) e privacidade (quando há cubículos, ou mictórios individuais). Mas é curioso como te leva a fazer algo que é natural, mas tão íntimo que você não faz perto da família, mas sim perto de estranhos. Seja usar a latrina, escovar os dentes, cortar os pelos do nariz. Uma intimidade momentânea, uma cumplicidade superficial, de dividir odores e ruídos, fluidos e alívios; mazelas. Mas a integração acaba com o bater da porta.  A sociedade de gestos mecânicos, de interações técnicas para facilitar processos individuais, em espaços coletivos. O mesmo acontece em metrõs, ônibus e etc... onde há aglomeração.

Fato é que muitos se comportam socialmente como anciãos, à beira da senilidade. Fazem merda, não reconhecem, culpam os outros e ainda esperam que alguém os limpe.

!