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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Fantástica fábrica de ilusões



Os aspectos que nos fazem humanos, orgulhosos do que vemos no reflexo do espelho d´água, hora ou outra se contrastam com nuances de nossa vergonha, peculiaridades de uma personalidade que buscamos aprimorar.

O referido aprimoramento nem sempre tem o mesmo ritmo e intensidade que poderia provocar uma efetiva mudança, no entanto já se estabelece como um suspiro da esperança. Suspiro que reverbera e ganha força em narrativas que perpassam gerações.

Assistir, re-assistir e assistir outra vez a Fantástica Fábrica de Chocolate (1970 e 2005) deixa um sabor de quero mais na boca, aquela pequena e intensa fisgadinha no final da língua, onde fica o sabor do "quero mais". Desperta o desejo de revisitar nossos valores, os personagens que assumimos no convívio social e nossa relação com o prazer.

Em 1970, a narrativa mostrava o valor referencial da família como base para buscar melhores condições de vida, em contraplano com o egoísmo e dissimulação presente no ser humano. A história corre sem explicar muito sobre passado e futuro, sem dar detalhes da origem familiar de Wonka e sem especificar demais as mazelas vividas pela família de Charlie, tampouco os desdobramentos após ganhar o prêmio. Durante o filme, a honestidade de Charlie e dos outros é testada não apenas para conseguir um produto secreto, mas especificamente atacando as fraquezas e prazeres individuais.

Em 2005, percebe-se foco maior sobre história e valor da família tendo que especificar origem e futuro, estabelecendo e resgatando referenciais morais, abordando temas como redenção entre pai e filho, fortalecimento de elos verdadeiros  de amizade, de contato humano, de resgate da essência, mostrando inclusive os desdobramentos após Charlie vencer. Na trajetória, o contraplano à ambição dos personagens pela posse desenfreada, pelo transpor limites estabelecendo as próprias regras (pautadas na arrogância egocêntrica).

Após subir os créditos, além das canções das duas versões, ressoa um pensamento sobre como podemos nos encontrar entremeio ao turbilhão de informações, demandas, sonhos e realidade da contemporaneidade. Como aperfeiçoar o ser humano que somos a ponto de contribuir para as relações sociais e principalmente com aquela sensação de satisfação que tanto buscamos antes da última piscada do dia.

A cada mordida em um chocolate (impossível não comer após ver e pensar no filme) a língua se envolve com um sabor que não se adequa a palavra alguma, assim como o ser humano em sua totalidade não se adequa a nenhum rótulo ou regra. A transitoriedade da personalidade humana sobre o tempo e contexto social revela a esperança de que algo não necessariamente novo possa ser efetivo instrumento de evolução, de mudança. Talvez seja a premissa para perenidade de sonhos e vidas, outrora pode se tornar argumento de ilusões que mantém funcionando os pulmões.



Sobre:
Willy Wonka and the Chocolate Factory (pt-br: A fantástica fábrica de chocolate / pt: A maravilhosa história de Charlie) é um filme musical dirigido por Mel Stuart e lançado em 1971, estrelando Gene Wilder no papel de Willy Wonka. A história é baseada no livro infantil Charlie and the Chocolate Factory de Roald Dahl (autor também de Matilda), publicado em 1964, contando a história de como Charlie Bucket encontra um "Bilhete Dourado" e visita a Fábrica de Chocolates Wonka com outras quatro crianças. Em julho de 2005 estreou a versão de Tim Burton, com Johnny Depp no papel de Willy.


Publicado também em: http://obviousmag.org/rumos/

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Conflitos Corporativos



As estratégias e as diretrizes para identificar, conhecer e tratar os conflitos sociais que afetam o ambiente corporativo são várias, no entanto, enquanto empresas e instituições buscam por receitas para padronizar ações de tratativas (na maioria das vezes alicerçadas no viés jurídico), os conflitos passam constantemente por mutação não em sua essência, mas na forma de se hospedar e interferir no cotidiano.

Neste sentido, na busca por resguardar o patrimônio, não vale mais aquela máxima do "abafar o caso", extirpar com ações agressivas o assunto e sua reverberação na tentativa de silenciar e não tratar o conflito em suas causas.
A premissa básica para a gestão de conflitos é ter técnicas definidas para Identificar, lidar e minimizar a situação. Neste sentido, é fundamental considerar os aspectos de Intensidade / Características / Contexto; Metodologia, Mensuração e monitoramento (de aspectos e impactos).

É fundamental compreender o universo do conflito. Seguindo uma visão de paisagem, é necessário observar o todo e os detalhes, interrelacionando-os, compondo assim a paisagem. Dentre os aspectos relevantes estão:

- Identidade Cultural dos envolvidos

- Vocação Socioeconômica da região e dos envolvidos

- Perfil de financiamento das ações e grupos de conflito

- Interesse da iniciativa privada (geral e local)

- Interesse / tendência do Poder Público (Estado / Município)

- Perfil político da sociedade civil (comportamento)

- Demanda legítima da sociedade (quais são)

- Apetite a risco dos atores envolvidos no conflito (Ações Admitidas e Custo das ações)

Quando os conflitos entre comunidades e instituições estiverem amparados em uma demanda social legítima, as soluções efetivas deverão contemplar o envolvimento da Instituição com os problemas  estruturais da sociedade e para isso é fundamental estabelecer diretriz específica para o assunto.

No manejo do apetite a risco das instituições é necessário lucidez na execução dos planos de ação. Quando acontecer, a internalização de custos ambientais e sociais deve seguir um planejamento estratégico que não comprometa a rentabilidade do empreendimento, por mais que interfira no Plano de Negócios da instituição.

A diversidade cultural que compõe cada indivíduo é premissa para a oscilação entre harmonia e conflito em diversas esferas. Trata-se de uma dinâmica que começa em si (o indivíduo consigo) e expande à medida que ele se sociabiliza. Na interação entre sociedade civil organizada e iniciativa privada, a dinâmica (harmonia x conflito) é potencializada pelos interesses e necessidades de todos os envolvidos. Desta forma, mesmo que tenha impacto pontual, restrito e localizado, um conflito nunca deverá ser abordado de forma simplista. Mesmo que ele possa ser resolvido por ações simples, é necessário compreender e se integrar à complexidade que o envolve e os possíveis desdobramentos.
 
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sábado, 11 de fevereiro de 2012

errata




Tostoi e Blair ébrios do conceito de felicidade e busca humana. O deflagrar da essência humana não está mais sobre o fôlego divino, mas no paradoxo entre seduzir, conquistar e destruir. Constata-se isso na política internacional, na concorrência no mercado regional, ou entre as alianças, namoros e programas de entretenimento.

Comportamentos selam o valor do indivíduo. A intrepidez, ganância e arrogância fazem do ser social cobiçado e temido. A sincera humildade e sensibilidade o torna resto entre os dentes. Há lei dos mais fortes.

Fidelidade em plenitude inexiste; até os mais profundos resquícios do que foi humano. A vaidade exortada é o significado da sociedade contemporânea. Todavia, às vezes é ela (vaidade) mecanismo de defesa, estratégia natural de sobrevivência pela sedução e reconhecimento, ocasionando benefícios para o outro ou para o grupo social: solidariedade.

Em um rápido olhar ao redor, o retrato: As referências, os grupos de relacionamento; as riquezas. Os sentimentos esmigalhados, a justiça esmagada, a misericórdia, a esperança. Açougue e suor, sob o sol o dia resvala as ilusões de homens sobre as fúteis mulheres limpas, sujas de papel moeda e controle de emoções. O álcool, nesse cenário, é a porta para o beco que desemboca em outra porta: para outras drogas. A degradação da vida aumenta sem medida. As páginas de jornais já não conseguem acompanhar e apenas resumem a violência sem fronteiras, credo ou classe. Todavia, há narradores que conseguem tornar o jornal uma bula para lidar com a realidade.

Confiante no elixir da humanidade, arrisco: Haverá errata.

Lampejos do que a mão não alcança, do que os lábios não podem tocar. A liberdade das interpretações determina a intensidade dos conflitos. Encontrar o próprio ritmo dentre os passos e ombros na rua. Encontrar o seu ritmo dentre as gotas de chuva. Saber cumprir sua função como átomo neste universo.

As lágrimas confundem-se com a chuva;
e o suor não saía daquele corpo cansado.

Essa palavra que não tiro do seu raciocínio
esse teu jeito de causar-me rima e suspiro

Não é o céu, muito menos seus olhos;
o brilho é a estática da ilusão;
a esperança nos invade e conduz-nos
a uma paz sem alma, sem corpos,
sem palavras.


Quantas voltas guardam o caminho de ida?

passocomunicacao.blogspot.com

sábado, 21 de janeiro de 2012

crack sem chuteira





A mídia reluz o dentuço rubro-negro, de salário atrasado, a receber homenagens de Evo Morales (que estatizou duas refinarias da Petrobras há alguns anos) e suas aventuras. Fala das peripécias do crack do topete, dos punhos famosos do coliseu moderno (UFC) e de modo quase institucional cobre um outro crack, que tem modificado cada vez mais o retrato da sociedade.

As crianças sonham em ir para Disneylândia, mas após a puberdade fundam Cracolândias, a nova franquia globalizada. Além da cobertura sobre o que é feito em São Paulo, é importante considerar o rastro da desgraça por todo o país.

Na Bahia é lançado plano de reinserção social dos dependentes, no Nordeste, segundo levantamento do jornal Diário do Nordeste, o crack é a droga mais comum entre jovens e adolescentes. Minas Gerais demora a adotar o Plano Nacional contra o crack. Programa lançado há mais de um mês disponibiliza R$ 4 bi para os Estados. O jornal O Tempo, no final da última semana (20/1) apresentou a versão oficial do Governo mineiro que prefere focar no momento nas ações estaduais de combate a essa droga que destrói famílias e transforma a paisagem urbana. As soluções estão baseadas no tratamento do assunto como caso de saúde e segurança pública.

No interior do estado, jornais produzem matérias que abordam as implicações sociais e particulares do uso e comercialização da droga; mas esse tipo de cobertura é raro. Geralmente, a imprensa pesa as abordagens sobre a demonização das iniciativas públicas, deficiente gestão ou manifestações de tinta, churrascos e interrupção de trânsito pela liberação de drogas ou legalização dos pontos de uso. Isso até tombar um na esquina. Quando o repórter é fonte ou, na pior das hipóteses, a pauta.

Faltam coberturas que aprofundem mais toda a rede social problemática que tem a violência e a degradação do homem como consequências de hábitos legalizados. O que me faz lembar os comentários de Jabor em 2002 sobre o antigo episódio do ônibus 174 (São nossos filhos com o demônio, nossos dejetos que criamos...)

Em suma, prostituímos a moral por momentos de gozo. Circulamos por aí com nossos desejos e ilusões. Estabelecemos um processo de esclerose moral onde são gerados resíduos sociais que pontuam esquinas, páginas de jornais e não mais cabem nas superlotadas cadeias ou instituições de recuperação. Efetividade é a recorrente utopia e filantropia o ópio que nos faz dormir a noite e fechar os olhos ao passar pelas calçados de entulhos humanos.

Me lembro que maior é Deus, pequeno sou eu, e das palavras de Leminski porque não consigo fazer melhor:

Ontens e hojes, amores e ódio,
adianta consultar o relógio?
Nada poderia ter sido feito,
a não ser o tempo em que foi lógico.
Ninguém nunca chegou atrasado.
Bençãos e desgraças
vem sempre no horário.
Tudo o mais é plágio.
Acaso é este encontro
entre tempo e espaço
mais do que um sonho que eu conto
ou mais um poema que faço?”



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domingo, 21 de março de 2010

Família – um conceito amplo





Mulher é acusada de usar a filha para traficar
Adolescente morre enforcado em presídio de Fabriciano
Tráfico leva família inteira para a cadeia
Homem que abandou criança é denunciado
Criança presencia assassinato do pai

As notícias confirmam a tendência perversa do Homem que brinca de revalorização dos valores. Embarcam em uma “punhetagem” de filósofos e bebem da baba de poetas mortos, arrotam sangue. Precisamos amar estas pessoas. Para amar é preciso saber o que é amor. Deus é amor. Sendo assim, você conhece e ama a Deus?

Muitas vezes alimentamos o que condenamos. Como? Condenamos a violência, mas nos satisfazemos diante de um filme de ação, diante de um Tarantino, diante de um Natural Born Killers. Se ultrapassamos o cinema, vamos até os games e se o virtual não basta, quase aleijamos amigos durante uma simples partida de futebol. Alimentamos a violência que condenamos. Alimentamos a prostituição, a avareza, a lascívia, a desonestidade transvestida em esperteza. Somos cruéis quando humanos em demasia.

A família é importante ferramenta de desenvolvimento social. Instituição estabelecida por Deus para reforçar os valores divinos aos seres humanos. Um conceito amplo que vai além do DNA (que por sua vez já está imerso em complexidade).

Jesus ao chamar os discípulos, instituiu ali uma família, tendo cada um uma função. Na Bíblia podemos verificar como esse conceito se amplia. Mateus 4: 18 a 22, Verifique em Mateus 12: 48 a 50 como Jesus mostra o que é família, ele expande o entendimento do que vem a ser esta instituição.

Corte o braço se estiver doendo. Arranque os olhos se a visão estiver deficiente. Extirpe a cabeça se doer constantemente. Você não faz isso, mas abre do casamento se não lhe agrada ou se enfrenta momentos tristes ou de doença psicológica, emocional, financeira e até mesmo física. Abre mão de um filho que se envolve em drogas, criminalidade e aberrações morais. Deixa de valorizar a família em função de uma satisfação profissional ou ideológica. Estrutura uma família e a abandona em um processo egoísta que se intensifica a cada dia com o excesso do individualismo. Ou você é um abençoado que não faz coisa alguma dessas, mas não sabe como disseminar os valores, as boas obras e as boas novas.

Descanse o corpo. Esvazie sua mente de qualquer preocupação por alguns minutos. Permita-se rever alguns valores. Valores que se tornaram voláteis, que foram manuseados pela sociedade como barro ou argila, transformados conforme a conveniência, o desejo do momento. São esculturas que foram reproduzidas pelos veículos de comunicação como a verdade e sua representação.

Busque em Deus os valores fundamentais para direcionar seus atos e suas escolhas. Mesmo após a destruição de um terremoto, a reconstrução de uma estrutura segura é possível. Deus surpreende.


Construção
Estrutura

Separação das coisas dos homens dos propósitos de Deus
O ego extrapola. Os sonhos mais íntimos são humanos
Todos buscam a Deus mais para receber do que entregar
os conceitos e a estrutura foram invertidos
O homem se tornou perverso. Um abismo. Um câncer a consumir tudo o que está vivo.
Dentro da Igreja muitos ainda são seres por demasia humanos.
Destruição é o suor deles. Vingança de sangue o ar que respiram
É preciso rever a estrutura do homem; no mundo e dentro da igreja.

Renove-se pela Palavra de Deus. Leia a Bíblia todos os dias. Medite nela e aplique.

Nos falamos...