segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

licenças




Cada vez mais em voga, a interação dos atores sociais modelou-se como fator essencial no modelo de negócios das empresas. Não há espaço para apenas filantropismo ou discursos bem estruturados de publicidade de atuação social, de Responsabilidade Social. O novo modelo das sociedades e da viabilidade dos negócios exige que haja um Investimento Social Corporativo bem planejado, justificado e efetivo. O desdobramento das ações, mais que a publicidade do fato, deve promover influências positivas na configuração social da comunidade contemplada.

Seja por meio de conflitos operacionais e políticos com as comunidades, seja por meio da imposição de órgãos certificadores, as empresas se atualizaram no que concerne à interação social, tendo a ciência de que não há como subestimar a opinião pública. Os players passaram a perceber (de forma gradual) que não basta ter licença operacional e ambiental para uma empresa operar, é fundamental uma licença social, uma aceitação por parte da comunidade afetada, da interferência dos processos da empresa no ritmo e na paisagem regional. Este é um fator determinante para a imagem e reputação organizacional. Mas esta aceitação não é imposta, é conquistada (e não de forma soberana) e requer constante manutenção. Trata-se de uma chancela volúvel, que exige sabedoria além de técnica para perceber, analisar, interagir e comunicar.

E para compreender o que vem a ser a licença social a que se propõe obter, é interessante saber o que significa e como estão presentes os demais atores da sociedade como os Negócios Sociais (que difere de uma organização sem fins lucrativos, pois deve buscar lucro moderado para expandir o alcance da empresa, melhorar o produto ou serviço sem tornar-se essencialmente comercial, tampouco desmembrar-se da missão social).

Neste ínterim, a comunicação feita de forma adequada é o diferencial para tratar de temas polêmicos sem estardalhaço e sem propagandismo, mas com sobriedade, transparência e tempo hábil. Ao invés de consolidar midiaticamente conceitos e multiplicá-los, é fundamental tornar efetivas as ações de interação social e seus desdobramentos correlatos. Antes de fazer reverberar mensagens em grandes planos de mídia, é fundamental uma dedicação maior e intensa na construção das mensagens e sua devida formatação. Este é um dos gargalos do mercado da comunicação contemporânea: no afã do imediatismo, alimenta-se o propagandismo de ações nas diversas plataformas disponíveis, em busca de audiência, mas não de retenção de mensagem e transformação. 

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