terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Ler - percepções e perspectivas

Ler é uma experiência transformadora. Os benefícios vão além das experiências profissionais, sociais e individuais. A produção literária no Brasil é resiliente, pujante e tem encontrado maior aceitação junto ao público. O famigerado índice de leitura tem mudado; vendas de livros no Brasil crescem e pesquisa aponta para mais leitura na pandemia. O 11º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2020, divulgado neste mês (Agência Estado), pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen. Houve crescimentos de 25% em volume e 22% em valor dos livros vendidos, comparado ao mesmo período de 2019. Foi a maior variação positiva do ano. De acordo com a pesquisa, o setor livreiro contabilizou 3,62 milhões de títulos vendidos, faturando R$136,86 milhões. Ao longo do ano de 2020, foram comercializados 32,81 milhões de livros, movimentando R$1,39 bilhão. Já em 2019, foram vendidos 33,50 milhões de títulos com um faturamento de R$1,43 bilhão no mesmo período. Em percentuais, esses números representam uma queda de 3,10 pontos em valor e de 2,06 em volume.

Afora as cifras, ganha-se muito ao investir na produção literária. Independentemente do gênero, disseminar narrativas amplia percepções e perspectivas. E isso contribui para maturar discussões e o sistema de referência e relevância dos indivíduos, refletindo na organização social.

Já falei aqui. Existem diversas plataformas de autopublicação, seja em formato impresso quanto e-book, assim como existem várias editoras dedicadas à viabilização da publicação de novos escritores, ou escritores independentes, com prestação de serviço de diagramação, arte final registro ISBN, impressão e até mesmo divulgação, sem exigir mínimo de exemplares. Além disso, as editoras conseguem potencializar a distribuição das obras em feiras, eventos e livrarias. Um exemplo é a Ed. Lura que oferece todo o suporte para os autores desde a concepção do produto à sua finalização, comercialização e divulgação, indicando inclusive serviço de assessoria. Em novembro deste ano, a Lura conseguiu entrar na Livraria Martins Fontes, disponibilizando na livraria da Av. Paulista (SP) títulos publicados pela Editora. Outro destaque é a publicação das antologias, que potencializam a disseminação narrativa de escritores independentes e enriquecem o mercado literário com belas obras.

Em 2019, lancei um título pela Ed. Fontenele e outro pela Ed. Lura ambos com tiragem reduzida e orçamento restrito, por isso, fiz uso de uma logística de distribuição regional, mas também de nicho. Assim, é possível encontrar exemplares em livrarias e sebos do Estante Virtual. Neste ano, novamente pela Lura, irei publicar mais um livro: Poros (depois falo sobre ele aqui). Trata-se da persistência em compartilhar olhares sobre a vida, as pessoas e possibilidades.




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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Equipe x controle



Mensurar as transformações que acontecem na equipe é o desafiador indicador do gestor. Identificar como cada um, em seu sistema de repertório e relevância, contribui na realização das atividades, no compartilhar conhecimentos, reter mensagem e diretrizes da gestão e integrar-se ao planejamento estratégico. Compreender as pessoas e identificar pontos de equilíbrio para poder exercer persuasão em prol do clima organizacional, e não manipulação cruel de emoções, saberes e fazeres. Diversos gestores se perdem no fio desta navalha. Conhecer o outro exige também conhecer um pouco mais de si mesmo, para assim conseguir identificar o que é você e o que é o outro; os limites, as especificidades, o que é automatismo, mimetismo e o que é peculiar, quase exclusivo da personalidade. É exaustivo o processo, mas costuma ser mais eficiente do que adotar algorítimos. Eficiente no sentido de evolução humana e nem sempre em indicadores corporativos de desempenho. A famigerada trilha por conhecer a si mesmo. Evitada de maneira sagaz por quem sente prazer em julgar, manipular e culpar o outro. Caminhar por essa trilha nos lembra atributos da personalidade que muitas vezes evitamos, ou que nem mais reconhecemos ter; pro bem ou para o mal. Entretanto, trata-se de um processo fundamental para o desenvolvimento, para ter dias mais leves, para ajudar o outro e juntos, em equipe, fazer um bom trabalho. 

Engajar uma equipe tem de ser um processo naturalizado de persuasão transparente, com fluxo e objetivos definidos e tudo tratado de forma aberta junto aos envolvidos. Esqueça a ideia tradicional de controle e pense na efetividade do que é uma verdadeira equipe. Não significa o caos, ou plena anarquia, mas um ambiente em que ao invés de controle, há liderança. Não um conceito pedestal de mercado; mas a postura bem definida de cada indivíduo, com suas potencialidades, fragilidades, pontos de melhoria. 

Neste novo cenário, delegar torna-se compartilhar responsabilidades, tendo cada um o instante e a intensidade da entrega e a titularidade sobre o resultado do processo. Ao invés de problemas e punições, obstáculos e soluções. Assim, percebe-se maturação não apenas da narrativa corporativa, mas elementarmente da cultura organizacional. Independentemente do montante do faturamento da empresa, o modo como ela internamente estrutura e viabiliza sua equipe compõe sua marca e a mensagem que fica para o multifacetado stakeholder.