segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Nos roubamos


Gerações sobrepostas comportamentos consolidados. Quanto mais tecnológica a sociedade, quanto mais conforto, mais abandonamos coisas essenciais?  Precisamos nos dedicar às trocas. Conhecer a versão dos fatos de quem viveu há tempos. Ouvir nossos pais e avós e sermos ouvidos pelos nossos filhos. Percebe-se a cada dia, que as novas gerações não apenas desconhecem as vivências dos antigos como as desmerecem. Não se valoriza os livros, filmes, peças e histórias. 

Outro dia acabou a energia elétrica. A internet caiu o sinal. Celulares sem bateria. Bundas na calçada, olhares para a lua. Quantas estrelas. As histórias surgiram. Tanta gente próxima que não se conhecia além dos automatismos do dia a dia. O que se faz com o que se sabe é outra coisa. Não precisamos complicar a mensagem, tampouco o comunicar. Precisamos ser efetivamente verdadeiros (não no sentido de ter a razão, mas de estar entregue ao processo de comunicar, interagir), transparentes, espontâneos.

Nos roubamos. Em busca de mais conforto, segurança, saciedade. Nos roubamos e nem percebemos, a não ser quando sentimos falta de nós mesmos entremeio a tanta máscara. Nos roubamos e não sabemos onde nos guardamos, ou para quem nos vendemos depois.


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