domingo, 3 de julho de 2022

chuva




Rompeu as nuvens e desceu formosa sobre os telhados anunciando a chegada, ou a passagem. Atenuou os tons do céu e escorreu versos por toda a parte. Refrescou os olhares cansados. Transportou-me além das linhas e dos ponteiros. O pó desceu os contornos do corpo molhado. A poeira voltou para o chão. Os poros inundados e o pensamento não estava mais ali.

Facilidade é não se confinar às palavras, mas contornar as letras escorrendo sem sentido, com pujante sentimento de estar vivo.

Levou ao tempo o que precisou levar. Se era chuva, lágrima ou clichê pouco importa o que pelos olhos saiu. Argumentos aquecidos, envelhecidos; compartilhados como um segredo alta noite, à porta dos ouvidos, com acesso aos poros.

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