domingo, 7 de abril de 2024

A ternura de se esvair



O café ainda está quente. Sobre a mesa mais do que ideias, mas essa inquietação por colocar em palavras os sentimentos pujantes em minha mente.  O carro começa a fazer barulhos fora do que se espera. A casa começa a ter infiltração, rachaduras. O aperto no peito repentino. As misteriosas dores. Toda estrutura sofre intercorrências. Se esvair com ternura entre aspirações, sentir a personalidade sumir na multidão. Um parafuso se solta com a trepidação. Após o pequeno parafuso, tudo o mais se desmontou. Nossos impulsos nervosos são fábricas de arrependimento. Nossa pequenez nos assombra, todavia nos acolhe no isolamento de passar desapercebido pela movimentada via encantadora, porém dolorosa.


Quão ternura esconde na gota

que não se alcança no olhar

a lágrima oculta revela o que

a palavra não pode suportar.

Sou o orvalho na relva nua.

O resquício da linha quebrada

do verso que você não lerá.

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