segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

tempo



As coisas envelhecem. O tempo ainda é o mesmo. As ideias envelhecem, a carne se desgasta, as palavras re-arranjadas, repetidas. Flores aparecem, brilham e morrem. A água faz seu ciclo. Traços. Ritmos. Nos deslumbramos com o confete cotidiano. Condicionamos a fé ao nosso sistema de vida, existência e relevância. Desejos a serem realizados aqui. Errantes.


Erguemos bandeiras do desespero. Firmadas pelo suor dos hormônios que prendemos entre os dentes, entre os sonhos, entre as palavras. Entre. Nos permitimos ser ponteiros tontos de uma bússola desmagnetizada. Apontada para o ego. Quem vomita mais conhecimento? Posicionar as palavras como flores em um vaso: ornamentadas, para agradar, para seduzir. Cuidado com a finalidade; e com os espinhos.


Abelhas, pássaros e muita presunção. Lagartas e pulgões, além das mil interpretações da intelectual xepa que foi parida e cresceu. Modernos. Pós-modernos. Soberbos. Religiosos. Políticos. Humanos.


Exaustores de ideias e discursos esvaziados. Todos querem o protagonismo. Sempre. Primeiro passo para a libertação é reconhecer a atual posição, a natureza hipócrita das ações e preocupações. Deixe-as. Saia. Mesmo que não conheça o caminho para Shell Beach, saia da cidade. Sway. Cinema.Comida apimentada desce à garganta de forma agradável.

Andar na chuva com a cabeça erguida. Plantar, assistir e ser vida. Até que o abraço do tempo seja de plena liberdade. Fora daqui. Fora do Hilbert Hotel. Junto de IHWH


lar.



Rodapé

sempre tem mais

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

então é natal



Laranjas são jogadas sobre as cabeças. Não há criatividade. Limodas amargas na jarra. Não se controla os sonhos e suas realizações. Não possuímos nem mesmo nossas ilusões. Nos comunicamos para impor ideias, negociando argumentos, tapando os ouvidos do próximo com palavras infladas nas entranhas inflamadas.


Estruturamos discursos como culhões do comportamento moral. Acariciamos o espelho, nos distanciamos do que a imagem representa. Entorpecidos de vaidade, escondemos a hipocrisia num sorriso. E Deus nisso tudo? Nós o tratamos como figura de linguagem. Nos deliciamos em complicar tudo o que envolva Deus. Num suspiro nos justificamos, no suor construimos a sustentabilidade: placebo da pós-modernidade.


Consumir é se distrair enquanto somos consumidos pelos sistemas e relações que criamos. Cinema comida livros bebida. Diversão e paranoia. #paznorio: tem sempre um complexo do alemão perto, ou dentro de você.


Bíblia tem se tornado bijuteria. Sabedoria um mito. Conhecimento ações falidas num misterioso mercado.


A brisa de Caeiro, a leveza das coisas. Colibris secando, pousados, esperando.Tempo de poda. Uma nova muda.


Muda?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

prévia

Morrer é morrer. Tomar uma cruz é pesado. Não há mar de rosas sem uma praia de espinhos. Destituir-se dos anseios pessoais em prol da causa maior exige mais do que assumir novo discurso e práticas, mas envolve mudar a essência, valores, sonhos. Aceitar e, sem dúvidas perseverar, mesmo quando tem arrancadas as esperanças, os sonhos, e as expectativas humanamente estabelecidas.

Nem tudo é pranto. Desfrutar dos benefícios da labuta é justo. Faceta da vaidade. Salomão nos oferece um esclarecedor argumento que perdura e transcende. Leia o livro Eclesiastes mais próximo de você.

novidade

domingo, 5 de dezembro de 2010

náusea

engolir vômito é horrível.
Diante do prenúncio do mal estar, impotente em relação à efervescência que sobe e enche a mucosa, fechar a boca é arriscado. Explosão ou implosão? O gosto amargo tem modificado o tato e a visão. Um azedo difama o perfume do jardim. As vitrines estão sujas.

Para aceitar um Salvador, antes é preciso compreender a necessidade de salvação.

A salvação é para o momento porvir. Entretanto foi conquistada na cruz e oferecida de graça a todos. Alcança-se agora.

Aqui neste mundo, o que se planta se colhe. E em qualquer lugar, toda escolha tem consequência.


terça-feira, 30 de novembro de 2010

ais

Hoje voce terá mais.

Do que deseja e precisa. Terá mais cores, cheiros e sabores. Terá alguns verbos, espalhados por versos em prosa. Texto. A musica ruim é como o gosto ruim de um remédio ou de um alimento que causa má digestão. Fica nos incomodando em repentinos arrotos.


Música. Quando boa nos embala, abraça, conduz. Assim como a brisa cose sensações, entremeia olhares. Semelhante a chuva e suas gotas que inundam poros e junto com a corisa traz certa alegria.


Filmes trilhas e livros.


Não se é feliz por meio dos poetas. Todos exalam tristezas. Exalam nossa essência caída. Impossível se firmar pelas estantes de auto-ajuda. São a gostosa coceira causada pela picada de um inseto. Tornam-se feridas.


Impossível entrar nos 35mm. Pílula de duas ou três horas. Ferramenta de terapia.


Nos distraimos enquanto promessas não se cumprem.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

odia



Não há mais respeito. O que havia era temor, entretanto ele diminuiu. O respeito sempre foi uma moeda de troca; e agora estamos falidos. A precipitação expôs as entranhas de Judas. A palavra dos homens, embora seja estopim de reações, não se sustenta na próxima frase. Precisa de repetição. Explicitada por Salomão, confirmada pelo desviado F Wilhelm N.


Os traços e cores ainda me encantam. Há arte nos jardins, secretos, espalhados pela mentalidade urbana e seu senso de organização. Pernóstico. Rosebud. Lágrima.


...A delicadeza de um instante o alimenta com a porção necessária para respirar. O dia estava pleno. Ele no meio, sentindo. Crendo.


...Sedutor é o sorriso do diabo. Enganoso. Demorei para compreender que era dele. Sempre debochando, espreitando as escolhas. Basta.


A verdadeira redenção. O único caminho, verdade e vida. Jesus.


...O entardecer enobrecera suas emoções. Seu raciocínio espiritual, sua espiritualidade racional.


Sua fora rega dentro. Evolui. Dá frutos.


Aproveite enquanto há tempo.


crédito imagem: Alan Sailer

sábado, 20 de novembro de 2010

balão



Lendo livros

vendo filmes

arrotando, abarrotando palavras.


O céu e as tantas gotas

os lábios nunca tocaram as pétalas

a língua cheia de palavras.

Gigantes sobre os ombros salivam (plagio).


doce e amargo, o sofrimento na medida certa é nutritivo. Entretanto não controlamos o dosador, embora tenhamos acesso a ele.


Sejamos objetivamente ao leite. O fato é:

Chocolate meio amargo.


Ainda e sempre.

Não uma marca, mas um modo de fazer.

O produto e não a embalagem.


Páginas de jornais.


Atropelado, o processo de comunicação se expande, entranha pelas frestas, atinge, forma e mata públicos.


Como Deus se comunica com você?


Inigualável tempo. Incomparável oportunidade. Ouvir.


Ouça

fale

leia.

Crédito da imagem: Alan Sailer


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

vai idade



Eclesiastes. Mesmo já tendo lido, ao ler novamente, tenho minha vida impactada. Tamanha sabedoria recebida por um homem, tamanha angústia e esclarecimento que a sabedoria trouxe.

Tudo é vaidade. De certa forma, até mesmo estas linhas. O cerne é: a vida não gira ao redor de nosso umbigo, anseios e experiências. O umbigo, esse extenso e intenso detalhe que nos faz focar nas distrações.

Somos controlados pela sensação de controlar. Adestrados pela sede de poder. Vaidade.
Dica de leitura de hoje:


Leia todo o livro....

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

confin



Teimosia. Muito ar para inspirar. Lágrimas têm gosto, sentimentos têm rostos. Acordei gataca, dissipei-me rosebud, caminhando pelo dia da marmota, I got mail, lendo à beira de um lago, capuccino, o vento em shellbeach me faz lembrar aquela madrugada fria na fazenda velha. Algodão no pote, dor no joelho e baixa plaqueta.


Cavalos fuzilados. Locadora estuprada. Codorna ao molho de rosas. Coisas para lembrar, outras para esquecer. Pílulas de realidade. Sapatos na lama, suco de laranja congelado, correr como forest; gritar como lola. Viajar o mundo com um anão de jardim, remar num lago com patos ao pôr do sol. Rachar a cabeça das pessoas com um machado não nos possibilita mexer lá dentro. Chover rãs, subir casas em balões, saber que nós somos outros. Sermos alimentados no deserto, e ainda querer mais. Celebridades? Leolo. Cidade das luzes. Na esquina não mais encontro a cega. Cego estou eu. Cegueira branca. O ruído da máquina de escrever, o cheiro de jasmim. O gosto do sangue. Um lugar chamado....Oriundi, agora, em pedaços, é sua vez de voar. Como nascem os anjos? Na morte de Fernando? Eu não sei. Filhos do paraíso e tantos.... outras emoções soterradas na cinzenta massa.


São úteis. Apontam para a escolha. Apontam para Cristo.


deixar a arrogância. Abandonar a soberba. Não fantasiar no reflexo.

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

sala de espera



Tenho observado salas de espera.


percebo a latente informação: há gente demais no mundo. Muitas ninhadas se concentram no mesmo espaço. Urbano. Ninguém mais está unpluged. É para muitos uma doença não se adequar à modernidade, onde os chips, bits e bites formam o DNA.


Um projeto de expansão parece eclodir da necessidade criada pelo cão que corre atrás do próprio rabo. Ainda não sabem a quem apresentar o projeto, mas os homens desejam aumentar a duração do minuto, da hora, do dia. Pois o tempo se fez insuficiente aos homens.


Acho que há tempo demais. A sala de espera se enche. Demoram a chamar o próximo. Então nos fazemos desejo, carne e tecidos. Mercadores. Na busca pela satisfação, corremos atrás de objetos, sejam pessoas, ideologias ou materiais.


Esteriótipos lotam prateleiras de supermercados, alternam as armações dos óculos, mudam os penteados, fazem dançar as prioridades, as percepções, o consumo. Em que passo está? A que ritmo corre seu sangue? É um desafio vital se localizar nisso tudo. Saber o que fazer posteriormente é a tormenta da inércia que precipita.


Nem tudo se renova após uma noite de sono. Sala de espera. O mundo o é. O que você espera? O que tem feito enquanto espera? Quem o chamará?

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