Enquanto no escurinho há teatro e cinema, e à mesa (e aos olhos) repousam orgias gastronômicas, sem reservas, respira-se entremeio aos fluxos urbanos. Dentre As mais fortes, o bufão. Não o filho do demônio, mas o riso grotesco, as entranhas do homem expostas numa risada. O espelho que anda diante de nossas palavras reflete nossos pensamentos. Encenar a espontaneidade é respirar. O processo de formação de público, estimulado pelas campanhas de popularização do teatro e da dança colherão frutos a longo prazo. Todavia, a iniciativa deveria contaminar também as salas de cinemas, com estratégia de exibição de filmes "não comerciais" seja ficção, documentário, curta, média ou longa metragem.
Frustração é consequência de visão limitada [embebida em paixão], entendimento raso. Diante dos desafios, o talento traz a confiança, mas apenas a sabedoria a mantém. Apesar de tudo o que cansa no humano, os poros escondem mais do que pelos; o suspiro e as palavras muito mais do que significados.
A felicidade está em encontrar a plenitude da vida no gerúndio, no significante. Chocolates e olhares. A amargura o distingue, realça a ternura de seu sabor, delineia o espanto, o medo de se envolver; a vontade e a energia. Tudo em uma mordida silenciosa, seguida de uma intensa e vagarosa dança da língua. Amelie ou Angelique. Poulain ou Delange.
O som de degustar um chocolate. Caminhar na chuva emotivamente anônimo meia noite em paris; texas. Inocente, ingênuo e intenso, o amor se faz em um chocolate e impregna-nos ao se desfazer na língua.
Entre o que nos faz humanos e o que nos faz palavras, o picadeiro pós-moderno: a cidade
O circo é o palhaço. "O gato bebe leite, o rato come queijo. E você?"
Manhattan connection,
apresentado pela Globo News, revela um Brasil anestesiado. Um país
de fim de expediente que sentado à mesa reflete sobre os
problemas do mundo e do país com bom humor descompromissado,
palavras ácidas e alguns argumentos pertinentes. Entre
episódios bem orquestrados pelos jornalistas, há sempre
o desagradável duelo de egos que subestima assuntos e prolonga
comentários sobre temas menos relevantes.
A conexão
proposta nem sempre consegue estabelecer uma identidade entre os
comentaristas e os locais de onde comentam. Leituras uniformes de um
recorte do cotidiano ( a partir de leituras de mídias) com
pequenas divergências.
Há algumas
semanas, a entrevista com Fernando Henrique Cardoso derrapava
justamente quando deixava de ser entrevista, conversa, para ser uma
troca de manifestação de egos. Na última semana,
apresentou uma mídia cansada, sem identidade, perdida em
comentários a conta gotas mais pautados pelo ego do que por
uma análise de um profissional experiente em imprensa (como
apresentam ser os apresentadores – e são, considerando o
currículo de cada um). Afora a conexão
de egos, é de certa forma satisfatório percorrer os
comentários, pois jogam assuntos no ventilador e narram o que
observam acontecer, em ritmo frenético, deixando a sensação
de que falta algo.
Domínio próprio
é estratégia para o bom narrador. O ego de um
jornalista não deve conduzir sua narrativa ou análise
do posicionamento midiático. A humildade, bom senso e estilo
devem contribuir para a convergência de ideias e a conexão
de olhares alhures.
“Em geral, quando
escrevemos para uma publicação com a qual concordamos,
pecamos por comissão, mas quando escrevemos para uma
publicação de caráter contrário, pecamos
por omissão.” Eric A Blair
A imprensa muitas vezes
foge do desconforto, seja do repórter ou da fonte, mas o
processo de informação exige desconforto para revelar
dados além dos institucionalizados e das versões
treinadas diante de espelhos. O repórter não é
taquígrafo, como já disse Malin; todavia, às
vezes o jornalista parece um cardíaco com medo da próxima
emoção: a do fato revelado. Desta feita, sobra-nos
pautas exageradas como a cobertura do caso Eloá, que sem muita
novidade se repete noticiário por noticiário.
Até tu Minas
O Estado de Minas do
dia 15/2 apresentou mais uma de suas ousadias de estrutura gráfica
para tratar do cotidiano de forma fascinante, mas errou a mão.
Com a bajulação ao jogador Neymar, a imprensa constrói
um crack que não vicia, mas cansa. A capa do jornal trazia uma
arte estilizada como um cartaz de filme (O Artista) e no caderno de
esporte não economiza em mostrar o menino da vila como O Astro
– artista da bola. É um produto do futebol moderno onde o
talento cria mitos instantâneos e enaltece um potencial antes
dele consolidar resultados (Ao contrário da trajetória
de Messi). A mídia precisa ser mais cautelosa ao traçar
perfil de artistas, sua supervalorização tem sido
corresponsável pelo surgimento de grossas biografias de
celebridades com menos de 30 anos de idade.
Entretanto, alguns
perfis resgatam a veia perceptiva do narrador. Na edição
do dia 16/2, o mesmo Estado de Minas apresentou o perfil
de um pasteleiro(olha o link) que trabalha próximo ao
Hospital da Polícia Militar em Belo Horizonte. Uma história
de superação, simplicidade e determinação,
relatada de forma objetiva pelo repórter. Cidadania.
Se o futebol representa
o Brasil volátil, da incoerência, o perfil do seu Zé
apresenta o Brasil da persistência, que não se faz sob
holofotes. A imprensa deveria instigar mais narrativas assim.
Estampar um perfil que contribua para reflexão humana e
melhoria de caráter. Ler jornais deve ser mais do que apertar
F5, deve trazer de volta o prazeroso desconforto de pensar.
Tostoi e Blair ébrios do conceito de felicidade e busca humana. O deflagrar da essência
humana não está mais sobre o fôlego divino, mas
no paradoxo entre seduzir, conquistar e destruir. Constata-se isso na
política internacional, na concorrência no mercado
regional, ou entre as alianças, namoros e programas de entretenimento.
Comportamentos selam o
valor do indivíduo. A intrepidez, ganância e arrogância fazem
do ser social cobiçado e temido. A sincera humildade e
sensibilidade o torna resto entre os dentes. Há lei dos mais fortes.
Fidelidade em plenitude
inexiste; até os mais profundos resquícios do que foi
humano. A vaidade exortada é o significado da sociedade
contemporânea. Todavia, às vezes é ela (vaidade)
mecanismo de defesa, estratégia natural de sobrevivência
pela sedução e reconhecimento, ocasionando benefícios para o outro ou para o grupo social: solidariedade.
Em um rápido
olhar ao redor, o retrato: As referências, os grupos de
relacionamento; as riquezas. Os sentimentos esmigalhados, a justiça
esmagada, a misericórdia, a esperança. Açougue e
suor, sob o sol o dia resvala as ilusões de homens sobre as
fúteis mulheres limpas, sujas de papel moeda e controle de
emoções. O álcool, nesse cenário, é
a porta para o beco que desemboca em outra porta: para outras drogas. A
degradação da vida aumenta sem medida. As páginas
de jornais já não conseguem acompanhar e apenas resumem a violência sem fronteiras, credo ou classe. Todavia, há narradores que conseguem tornar o jornal uma bula para lidar com a realidade.
Confiante no elixir da humanidade, arrisco: Haverá errata.
Lampejos do que a
mão não alcança, do que os lábios não
podem tocar. A liberdade das interpretações determina a
intensidade dos conflitos. Encontrar o próprio ritmo dentre os
passos e ombros na rua. Encontrar o seu ritmo dentre as gotas de
chuva. Saber cumprir sua função como átomo neste
universo.
“Para
o Jornalista, tudo o que é provável é verdade”,
H. Balzac
Ninguém parece
se ater às águas enquanto navega, por isso vêm a
pique, pois no meio do caminho há sempre mais do que uma
pedra. É fundamental que os narradores percebam de onde vem o
barulho que determinam suas pautas. Na Bíblia, o efeito “solta
Barrabás” mudou o rumo dos acontecimentos, atualmente,
eventos Trending topics como o “Luiza Canadá” e
“Grávida de Taubaté” mudaram a pauta da mídia
nacional, as discussões sobre comunicação em
massa e criaram um instantâneo clichê do humor.
Sofrimento e
irreverência continuam como moedas sociais. Na mesa de
discussão da agenda reflexiva, as memórias reais da
sociedade são substituídas por ideologias de palavras e
espasmos de uma puberdade tecnológica, onde a ponta dos dedos
ordena ações às telas, mas as palavras à
cabeça não provocam mudança nos comportamentos.
Os veículos de comunicação ignoram o poder do
buzz, mas são regidos por eles. Atualmente, o tosco
telefone sem fio define o material reflexivo tanto do narrador
quanto do espectador. A temporalidade do assunto e seu poder de
assombramento, de retorno, são subestimados e substituídos
pelo que está na moda. Quem define essa moda? Um grupo
corporativo (como defende W. Bueno), as classes sociais, ou as
gerações X, Y, Z?
“Quando
se diz que um escritor está na moda, sempre se quer dizer na
prática que ele é admirado por pessoas com menos de
trinta anos” Eric Arthur Blair.
Navio tomba no mar,
prédios caem no Rio e Pinheiro já não simboliza
natal, mas atrocidades de um governo reacionário e negligente,
amparado por uma polícia cujo bom senso está na ponta
dos dedos, comprimido entre gatilhos e cassetetes. A imprensa com
canetas e eletrônicos mais uma vez registra o imediato mas não
constrói a rede de interesse que cerca a permissividade dos
governos, da estrutura de habitação (ocupação,
viabilização e fornecimento de serviços básicos,
expansão), da gestão da segurança pública,
educação e saúde como pastas interligadas.
Enquanto isso na mídia, o aniversário de uma Potra na
Bahia continua a ser matéria.
A imprensa de modo
geral se confunde no âmbito emocional ao cobrir tragédias.
Esquece que todo dia tem tragédia, pinça as
cinematográficas e “cria” personagens em cima de vítimas.
Constrói heróis e transformam telejornais ou jornais em
versões noticiosas das mensagens fonadas melosas de datas
comemorativas. Gasta-se tempo demais em repetir informações
(imagem e texto). O efeito disso vai além das edições
nas bancas, ou dos telejornais; a interferência da imprensa
chega às livrarias, afeta escritores e autores de livros; as
prateleiras são entupidas de títulos ruins com alta
venda.
Tragédia não
é só para os gregos, mas Reforma é coisa de
brasileiro; acostumados a fazer puxadinhos e gambiarras, quando na
verdade, na maioria das vezes, tudo deveria ser posto ao chão.
Reforma agrária, política, ortográfica, da
imprensa, da habitação, dos transportes, da saúde,
das religiões e dos colhões. Todavia, a inviabilidade
do recomeço aponta a reforma como o mais viável;
trata-se da coleta seletiva do comportamento humano. Não
resolve, pois não atua no consumo e no início da cadeia
produtiva, mas ajuda uma vez que provoca reflexão e ação
imediata. Como se reforma um olhar?
Moderado e nítido, seu
olhar girassol encontra o chão; no renovar de mais um
ciclo, sementes.
Salve o Guardador de Rebanhos, que na beira da estrada é o paradoxo de nossa falência
No
simples gesto de folhear a realidade percebemos que milhões
($) transitam diante e além de nossos olhos. Entre os
interesses da massa e as necessidades e anseios individuais, os
eletrocidadãos mobiles perambulam
entre as novelas midiáticas da famigerada vida real.
A
polêmica política de integração nacional
familiar pernambucana de Bezerra; a proposta de aumento exorbitante
(61%) dos salários dos vereadores de Belo Horizonte (MG); as
desgraças do período pós-chuva a atingir 3
milhões de pessoas nos municípios mineiros e os 3
milhões atingidos pela seca no sul do país; o ENEM e os
erros do sistema educacional (e o Prouni comemora que desde sua
criação, em 2004, já concedeu quase um milhão
de bolsas de estudos em cursos de graduação – e esse
ano arrebentou em inscrições; mais de 1,2 milhão
– Qualidade versus Acesso), tudo se renova do mesmo. Etanol, café
e suco de laranja pelos ares.
A
esperança está na sensação que alguns
veículos conseguem provocar com suas matérias, ao
apontar incoerências e soluções, e transmitir a
ideia de que algo está sendo feito. Nem que esse algo seja
apenas barulho.
Fato
curioso não é a mídia estacionar as pautas nos
trending topics, mas é a matéria da Folha de São
Paulo Online no dia 12/1, em uma matéria sobre o MinistroBezerra, utilizar o jornal O Estado de São Paulo como fonte ao
falar sobre os dados da ONG Contas Abertas. Costume cada vez mais
presenta na mídia.
Mino
Carta e Thomaz Souto Corrêa (na última edição
da Revista Imprensa) declararam que a qualidade do jornalismo
brasileiro tem caído continuamente.
A
mídia impressa há tempos é usada como registro
histórico de uma era. Uma versão equivocada, ou
narrativa mal construída pode comprometer o registro e a
interpretação das gerações futuras ao
revisarem a história social. O que intriga atualmente, é
que alguns veículos não consideram esse fato e
tornam-se panfletos que sujam nossos dedos de tinta ou cansam nossos
olhos à tela.
Um
eficiente sistema de controle, a desinformação
justifica dentre outras coisas a censura rebatizada de SOPA e PIPA,
mesmo Obama alegando veto. Atualmente, conteúdo público
e privado depende muito mais dos interesses do gestor ou autor, do
que da natureza do produto. Quando têm o interesse de
disseminar em massa algo novo, tratam como conteúdo público
e gratuito; todavia, quando esse algo já está
consolidado, querer ganhar dinheiro com o acesso, tornam o produto
privado. O padrão de precificação de conteúdo
do Itunes (pelo menos para música e apps) apresenta-se como
alternativa, mas ainda muito ineficiente. A interação
em web aponta a substituição do download pelo
streaming.
A
desinformação é uma arma estratégica. Ela
enaltece e afunda partidos políticos, obras públicas,
iniciativa privada, conceitos e ideologias; funda religiões,
corrompe a relação do homem com Deus e contribui para o
espetáculo da soberba e fúria contemporânea, onde
a modernidade se faz arcaica e humanidade confunde-se com
individualismo.
Cada
vez mais distante do que deveria e precisaria se tornar, o homem se
enobrece, alimentando-se de sonhos, silício, cidades e jardins
resignados a vasos no quintal de concreto.
Se
Almodóvar espirrasse:
Atrofiado,
em estado vegetativo, o corpo social apaixonado olha nos olhos dela e
clama por um fim. Linda, Ela sobe e coloca seu gineceu sobre a face dele, sufoca intensamente o corpo. Mas naquele orgástico fim, o engano: era apenas um
novo começo.
O sentimento e o raciocínio que o homem tem em relação aos outros e aos sistema deste mundo é o mesmo que utiliza para se relacionar com Deus, ou com o que concebe ser Deus. Sempre na política do merecimento e recompensa. Com o foco na restituição ou no reconhecimento e não em ser relacionar com Deus, mas no que Ele pode oferecer. O desejo vão do homem e sua vaidade extrapolam a vida social, a postura religiosa e o que o homem fala a respeito dos sentimentos.
Existem fórmulas postas na sociedade, cadenciadas entre os perfis de comportamento. O indivíduo absorve algumas e quebra outras; fato catalisador de novas fórmulas. Curioso é a incoerência entre as fórmulas, quem as cria e para quê. A famigerada tentativa de controlar e julgar, inevitavelmente revela o processo dos indivíduos em determinar fórmulas para os outros. A matriz do pensamento do indivíduo estrutura rotinas de racionalidade e utopia cada vez mais humanas, e com certa possibilidade de controle.
La piel en que habito. O Desejo como estopim da desgraça. A sanidade posta à prova pela sucessão de fatos. A razão pode ser alterada por quem detiver a oportunidade e o controle. Junto à pele, o bisturi arranca a segurança, a identidade. Com a ferida, sangra para dentro do corpo amargura e a dor. Tal combinação aflorada revela a força da destruição, mas a pele já é outra. Na mesma pessoa, as mesmas lembranças, mas com a sucessão de fatos e experiências, uma nova identidade.
Alguns finais felizes não exalam felicidade. O paradoxo se sustenta no sabor de um chocolate amargo.
rascunho:
La
peil en que habito Complexo e reverberante Vicente
ansiava fuga e coisas novas (Durkein). Atencioso, a vestiu. Inocente
fugiu. Vera perdeu a identidade e a teve transformada física
e psiquicamente Estava pronta a ser o que os outros
desejassem que fosse, desde que isso diminuísse a
dor. Roberto - A loucura e a mágoa estabeleceram sua
sanidade A Mãe tinha "a desgraça em suas
entranhas". A morte foi a saída e libertação que
todos buscavam. E finalmente Vicente se tornou apto à
Cristina
Zeca x Roberto - o erro bíblico (Abraão
Sarah e Agar) O Erro Humano (com vassalo e com
patrão) Foram pólvora
A
inconsequência de Gal, da traição ao suicídio
foi o estopim para a insanidade de Roberto; o trauma de Norma, a
transformação de Vicente e a morte. "eras
minha melhor metáfora O clichê a contrariar as
leis da física. A curva da cintura dobra sobre mim"
Quais
as fronteiras do teu olhar? Até
onde agridem as ondas de tua voz; até quando reverberam tuas
palavras e sufocam-me as interrogações que impulsionam
meu pensamento?
A
mídia reluz o dentuço rubro-negro, de salário
atrasado, a receber homenagens de Evo Morales (que estatizou duas
refinarias da Petrobras há alguns anos) e suas
aventuras. Fala das peripécias do crack do topete, dos punhos
famosos do coliseu moderno (UFC) e de modo quase institucional cobre
um outro crack, que tem modificado cada vez mais o retrato da
sociedade.
As
crianças sonham em ir para Disneylândia, mas após
a puberdade fundam Cracolândias, a nova franquia globalizada.
Além da cobertura sobre o que é feito em São
Paulo, é importante considerar o rastro da desgraça por
todo o país.
Na
Bahia é lançado plano de reinserção
social dos dependentes, no Nordeste, segundo levantamento do jornal
Diário do Nordeste, o crack é a droga mais comum entre
jovens e adolescentes. Minas Gerais demora a adotar o Plano Nacional
contra o crack. Programa
lançado há mais de um mês disponibiliza R$ 4 bi
para os Estados. O jornal O Tempo, no final da última semana
(20/1) apresentou a versão oficial do Governo mineiro que
prefere focar no momento nas ações estaduais de combate
a essa droga que destrói famílias e transforma a
paisagem urbana. As soluções estão baseadas no
tratamento do assunto como caso de saúde e segurança
pública.
No
interior do estado, jornais produzem matérias que abordam as
implicações sociais e particulares do uso e
comercialização da droga; mas esse tipo de cobertura é
raro. Geralmente, a imprensa pesa as abordagens sobre a demonização
das iniciativas públicas, deficiente gestão ou
manifestações de tinta, churrascos e interrupção
de trânsito pela liberação de drogas ou
legalização dos pontos de uso. Isso até tombar
um na esquina. Quando o repórter é fonte ou, na pior
das hipóteses, a pauta.
Faltam
coberturas que aprofundem mais toda a rede social problemática
que tem a violência e a degradação do homem como
consequências de hábitos legalizados. O que me faz
lembar os comentários de Jabor em 2002 sobre o antigo episódio
do ônibus 174 (São nossos filhos com o demônio,
nossos dejetos que criamos...)
Em
suma, prostituímos a moral por momentos de gozo. Circulamos
por aí com nossos desejos e ilusões. Estabelecemos um
processo de esclerose moral onde são gerados resíduos
sociais que pontuam esquinas, páginas de jornais e não
mais cabem nas superlotadas cadeias ou instituições de
recuperação. Efetividade é a recorrente utopia e
filantropia o ópio que nos faz dormir a noite e fechar os
olhos ao passar pelas calçados de entulhos humanos.
Me
lembro que maior é Deus, pequeno sou eu, e das palavras
de Leminski porque não consigo fazer melhor:
“Ontens
e hojes, amores e ódio, adianta consultar o relógio? Nada
poderia ter sido feito, a não ser o tempo em que foi
lógico. Ninguém nunca chegou atrasado. Bençãos
e desgraças vem sempre no horário. Tudo o mais é
plágio. Acaso é este encontro entre tempo e
espaço mais do que um sonho que eu conto ou mais um
poema que faço?”
O
espectador é a ruína da plena beleza ele rompe a
espontaneidade o suor da felicidade resvala por todo o
ambiente esta sua boca é uma ideia. O
teu gesto um poema.
O mundo não
acabará em 2012, ele finda todo o dia e nem mais é
preciso abrir as páginas dos jornais. Na incessante luta entre
pautas leves e assuntos pesados na imprensa, abrir a janela e
arriscar um olhar à paisagem tornou-se um desafio fascinante.
Não, essa não é uma narrativa sobre a brilhante
obra de Manchevski e as possibilidades de percepção
criadas. Isso é outra coisa.
Com mérito, a
cobertura intensa do período de chuvas exige dos jornalistas a
costumeira inovação no olhar e precisão na
construção das narrativas sempre diante de um tema
cíclico. Todos os anos, além de apresentar a falha
infraestrutura, as consequências evidentes da negligência
e da água que desaba do céu, os veículos apontam
soluções, distribuem versões e incentivam à
solidariedade.
A Defesa Civil de Minas
Gerais divulgou que 228 cidades no Estado foram afetadas pelas
chuvas, atingindo mais de 3 milhões de pessoas, sendo 52.700
desalojadas e 4.000 desabrigadas. De acordo com o órgão,
166 municípios estão em estado de emergência em
virtude das chuvas. A cobertura do Estado de Minas, O Tempo e Hoje em
Dia tem procurado equilíbrio ao falar de recursos x estragos.
Além de sinalizar o descaso governamental, os indícios
de corrupção e a sucateada infraestrutura é
preciso mostrar o compromisso de poucos, tanto nos governos, quanto
na esfera popular.
Os jornais (mais os
estaduais do que os regionais) dimensionaram até que bem os
impactos na saúde (contaminação, doenças
e mortes – o sistema está preparado?), alimentação
(acesso e produção de alimentos, impactos no mercado do
agronegócio), segurança e logística (quando e
como retornar às residências), estradas (os buracos
tapados com promessas) e etc. Dados do jornal Estado de Minas revelam
que a União deixou de investir 58% dos recursos autorizados
para obras de prevenção contra estragos provocados por
enchentes. Em Minas Gerais, foram pagos apenas 47 do previsto.
Entretanto, falta ainda
um questionamento sério a respeito do paradoxo entre
planejamento e execução. Afora os blogs (que
alastraram-se pelos sites dos veículos de imprensa como
alternativa de posicionamento, narrativa e inquietação),
é preciso estar presente nas matérias. Victor Hugo já
disse uma vez que a imprensa “é o dedo indicador”,
sinaliza, cutuca, gera movimento à cena. Parafraseando Balzac,
assim como o homem sucumbe à mulher, a massa sucumbe à
imprensa, mesmo ao ignorá-la. O modelo vigente de
administração pública apresenta-se baseado em
uma desarmônica dança entre interesse público,
interesse da iniciativa privada e interesse particular.
Diante do imediatismo
de se fechar o texto, maior deve ser a intensidade do olhar e
incômodo do jornalista, pois ações efetivas para
a melhoria da qualidade de vida, muitas vezes são consequência
do ruído gerado por um texto. Reflexão e refração
de Imagem (seja particular, pública ou organizacional) é
o que determina as ações neste mundo que se acaba
imerso no iminente recomeço.
O Haiti é aqui?
As crises, atrocidades e conflitos estão globalizados; mas e
as soluções?
"Imprensa é
oposição. O resto é armazém de secos e
molhados." Millôr Fernandes
"O jornal é
uma tenda na qual se vendem ao público as palavras da cor que
se deseja." Honoré de Balzac
e você, pisava nos astros deformada; perdida na certeza de suas interpretações; parafraseava o vento e tinha um cisco no olho chamado realidade
[volto logo]
A industrialização do espírito humano, sua transformação em produto de prateleira (como diagnosticou Theodor Adorno sobre a sociedade capitalista), tem uma pausa quando as catástrofes levam municípios a decretarem emergência, o crack deixa de ser o bom jogador para ser a substância que destrói famílias e aumenta o índice de moradores de rua e as dificuldades já não mais podem ser jogadas debaixo do tapete, atrás de um filme, jogo ou programa de televisão. Neste momento, a imprensa mostra o despreparo em cobrir de forma específica e também abrangente determinados temas, espelhando assim a recorrente falta de infraestrutura do sistema público independentemente da ideologia vigente.
A exceção está em alguns veículos que, com habilidade, lidam com o espaço disponível nas páginas, os ruídos ideológicos da empresa, o potencial dos profissionais (imagem e texto) e as pautas de interesse público – o que deve estar no jornal porque as pessoas precisam ler o que elas querem ler. O jornalismo precisa formar, informar e dialogar com o público. O antigo conceito a respeito do reconhecimento e construção de identidade pela interação é fato que se renova. A era atual torna ainda mais evidente isso, com um novo indivíduo que consome e ajuda a construir as edições. Muitos são semelhantes a uma criança em carro desgovernado (possuem o olhar, têm ferramentas para registro audiovisual, produção de textos e disseminação de conteúdo; tudo na palma da mão, mas não possuem a técnica ou o bom senso e controle sobre o olhar e construir narrativas).
Mensagens criativas e imagens eficazes
O jornalismo econômico, público, literário ou científico acima de tudo deve manter-se jornalismo. As edições da madrugada, manhã, tarde e noite devem despertar e manter o interesse da massa e do indivíduo a respeito de assuntos básicos à manutenção da vida social e sua melhoria. Um problema está na superficialidade das matérias regionais e a generalização fria das matérias de agências de notícias. Entretanto, as páginas recebem inacessíveis F5 e as bancas estão ainda pelas esquinas. Há procura.
Dados divulgados pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) mostram a relevância não apenas dos veículos do eixo São Paulo-Rio de Janeiro como fonte de informações na web, mas também os estaduais da Bahia, Pernambuco e Minas Gerais, dentre outros. Embora seja importante lembrar que as pesquisas do IVC analisam apenas os veículos filiados a ele.
A tiragem é importante, mas sem uma estratégia de distribuição torna-se uma pilha de antiguidades. Além de considerar a possibilidade do conteúdo em tablets e telefones e os antigos net e notebooks, é preciso se ater à qualidade do produto e seu alinhamento com a rentabilidade do veículo. “A gente não quer só notícia, a gente quer comida...”
A estratégia de regionalização antiga, com sucursais por todo o lado, hoje encontra colapsos em termos de custos. Em Minas Gerais, o Hoje em Dia, após várias modificações em sua estrutura, reduziu o número de colunistas regionais e também as sucursais. O Tempo, com boa tratativa de temas, versatilidade em alguns assuntos e interiorização de pautas, alinhada à distribuição, tem conseguido falar do estado e para o estado de um modo sóbrio. O Estado de Minas e sua grande estrutura, revela sua sobriedade em inovar, em títulos, matérias e na diagramação. Seja na edição de homenagem a Chico Buarque (primorosa, em novembro de 2011) ou nas recentes edições de cobertura das consequências das chuvas. Mensagens criativas, diretas e reflexivas, acompanhadas de imagens eficazes.
Distanciamento e envolvimento
Não precisa ser Tom Wolfe para fazer diferente, nem Van Dik para compreender como o ouvinte interpreta as narrativas; basta não fazer jornalismo superficial. O estranhamento para olhar e narrar o fato contempla distanciamento e envolvimento. O equilíbrio entremeio esse paradoxo resulta no texto que, após descartado, nem peixe embrulha mais.
“Toda fonte é uma moça bonita que foi amada por um deus, que disse não a um rio, que fugiu de um sátiro, nada é real, nada é apenas isso, tudo é transformação, todo traçado de constelação é o pedaço de um esboço de um drama terrestre, tudo vibra de tanto significar. [...] Fatos não se explicam com fatos, fatos se explicam com fábulas” (Paulo Leminski)
Existe manual para o bom senso? As atividades diárias de qualquer profissional exige muitas vezes não somente o cumprimento dos procedimentos, mas fundamentalmente o bom senso para decidir sobre ações específicas. No jornalismo também; e essencialmente na rotina da imprensa. No momento de dar peso às pautas o que merece destaque? A privataria, o tiro na mão, a chuva e o estado de emergência, o aumento de impostos, os gastos desnecessários do executivo, legislativo e judiciário federal, presidentes e o câncer, a oscilação das passagens aéreas e rodoviárias, os terminais lotados, a lastimável saúde pública, o senador que toma posse e o filho que faz caretas? Fato é que muitas vezes os milhares de veículos de comunicação ignoram algumas pautas em potencial, que exigem do repórter apurado faro e habilidade de lidar com o tempo e as palavras.
"Night again meu bem", canta o boêmio. As prensas cumprem seu destino madrugada a dentro, mas do quê mancham o papel não mais branco? O cursor nas telas apontam para quais narrativas? Não falarei da música de natal na voz de Simone mas, então é clichê, e o que farão os jornais? Pautas de retrospectiva, farofa, fogos, estrada e arroz, assuntos para se esquecer e aquecer até o carnaval. Reclamamos, mas os assuntos das rodas de conversa (corporativas, familiares ou de bares) são também cíclicas.
Para definir que notícia estará em sua timeline ou nas bancas, é preciso além de conhecer a narrativa já iniciada, os temas em continuidade; analisar os fatos cotidianos e avaliar o peso de cada um e sua relevância para ganhar mídia, e não a sua relevância como fato isolado.
Sempre carregado, o estilingue das redes sociais digitais (RSD) se posiciona como um personagem estratégico no fazer jornalismo. Em pouco tempo de existência em massa, as RSD já determinam forma e conteúdo de planos de comunicação de empresas e direcionam a produção de textos nas redações. Sempre uma palavra à boca ou à ponta dos dedos. As fontes falam alto e ao mesmo tempo. É preciso peneirar as palavras para obter informações de qualidade e assim construir um texto que ao ser lido contribua para a evolução humana (reflexão, mudança de postura, decisões embasadas, ou entretenimento).
Engajamento ou Purpurina? Essa não deve ser a questão.
Não apenas as empresas e respectivas áreas de comunicação, mas também as redações compreenderam que não é possível apenas informar. Os veículos, assim como as pessoas, precisam se relacionar com o público, comunicar, envolver o leitor no processo de construção da mensagem extrapolando as aspas. Não se trata da institucionalização do caos, do registro bruto dos diálogos ou da espetacularização das narrativas.
Na caminhada para construir pautas gerais e específicas é preciso ir além da ingenuidade, do territorialismo e dos interesses comerciais. A nação não está resignada ao sudeste; as pautas não estão na ponte aérea, mas nos 5.556 municípios distribuídos por um território de 8.502.728,269 km². Todavia, é notório que a segunda região em número de cidades concentra o bolinho do barulho. Os donos da bola estão onde há o aglomerado do acesso e fluxo comercial. A despolarização das pautas (e sua verdadeira globalização) depende também do poder do narrador em interligá-las com os pólos referenciais do país e demais regiões, caracterizando o famigerado interesse (utilidade) público.
O índice de leitura no país se arrasta, mas aumentou nos últimos dez anos. Ler mais não é ler melhor, mas é ler. Há quem diga que o twitter nas bancas é representado pelos impressos de 25 centavos. Sangue, Sexo, Suor = Desejo. Após compreender o sistema de consumo de informação, e o novo padrão de relacionamento das pessoas com as mídias, é imprescindível que os jornalistas exercitem o olhar diferenciado sobre os fatos em equilíbrio com o tempo disponível para publicarem os textos. Arnaldo Antunes certa vez tentou representar essa angústia (mensagem X tempo) no poema Agora (já passou).
Após definidas as pautas, como fazer? O cenário encontrado é de redações esvaziadas, jornalistas sobrecarregados, muitas vezes sem infraestrutura, e profissionais rasos lançados pelas universidades no mercado de trabalho. Entretanto, além da imprensa especializada, pode-se encontrar em veículos nacionais, estaduais e regionais bons exemplos de pautas sóbrias e textos bem construídos, cabe ao leitor não parar no primeiro piscar dos olhos e mergulhar com bom senso nas narrativas expostas à exaustão. Existe pesquisa afora o google.
Sapatos de solas preservadas. O que fizeram das praças? O que você faz na esquina? Você tinha de ir à banca para se informar. Precisava cruzar a praça, ver rostos, tocar ombros, se envolver com cheiros. Necessitava algum dinheiro, tempo e vivência. Você era um ser social antes de se tornar digital, lacrado em sua solidão velada em um sorriso de foto de perfil em rede social digital.
Além de reconhecer o novo padrão de consumo e diálogo estabelecido pelas mídias digitais, é interessante pensar em como as pautas são construídas para se comunicar com esse novo sujeito que se configurou. Entre o faro dos repórteres, a agenda espontânea, ou fixa (política - dinheiro, saúde, infraestrutura, polícia e cultura) e a indução dos mantenedores dos veículos (com informações ou financiamento). Como anda a dança (ou jogo de cartas) entre as redações e assessorias? Esses jornalistas se comportam como agentes de uma guerra fria, soldados no paraíso do petróleo ou como construtores de um diálogo que beneficie a manutenção das relações humanas?
Para recuperar o fôlego e não se limitar a uma resposta de palavras bem construídas que revela uma cobra comendo o próprio rabo, é preciso caminhar, perceber e ler o que há ao redor. Afora as vivências e as mentes que borbulham, é proveitoso ler publicações segmentadas (Revista Negócios da Comunicação, Comunicação Empresarial, Meio e Mensagem, Imprensa, Você RH e Valor Setorial), ouvir podcasts e reler alguns blogs, sendo que é recorrente a pergunta: Qual o segredo da excelência? Tempo X Eficiência.
Existem muitas assessorias mecânicas e rasas, com sistemas de posicionamento e mensuração superestimados e precários em efetividade. O conhecimento, a informação a repeito das boas (adequadas) práticas são vastos e expostos; falta aplicá-los. Os conceitos estão à exaustão diante dos olhos, entretanto a Novilíngua não é a solução. As assessorias precisam conhecer os veículos de comunicação e também a cultura das empresas (clientes). A massiva terceirização das assessorias de imprensa tem resultado em um cenário de desencontros e preguiça. Muitos assessores desconhecem a cultura dos clientes, os objetivos e necessidades. A situação clama por mudança no perfil profissional.
Afora o desequilíbrio do cálculo [Natalidade / Mortalidade / Capacitação] de homens e mulheres, percebe-se que elas estão cada vez mais em cargos de destaque e liderança, inclusive na Comunicação Corporativa. Há quem diga que é a soma entre: Sensibilidade, sabedoria, ousadia e força, responsabilidade e habilidade em gerir processos alinhados ao mercado.
Fato é que o mercado está aquecido, informa a Associação Brasileira de Agências de Comunicação (ABRACOM). Esse paradoxo chamado mercado está em busca de profissionais qualificados e não apenas detentores de nomenclaturas. Para funcionar, além de agilidade, a assessoria terceirizada precisa ter profundidade. É fundamental compreender e mimetizar a cultura da empresa (cliente).
A aproximação das empresas com o público (interno e externo) deve transpor a estética das peças de campanhas de comunicação, mensagens publicitárias e brindes corporativos. É preciso diálogo. Uma das formas de falar é por meio da imprensa. Entre o ruído e a versão oficial se esconde a verdade, que pelo diálogo pode ser revelada. O diálogo começa com a definição da pauta, apuração, reflexão, produção do texto e então continua com o leitor. Transparência (dos objetivos, das ações e da mensagem).
Eventos como as COP, as Copas, o Rio +20 e outros, reforçam a necessidade de boas pautas para não transformar os temas em entulho de enxurrada. As assessorias têm de ser ágeis e criativas para proporem pautas de interesse público e que de certa forma possibilitem o posicionamento do cliente. Mais do que divulgar uma marca, os setores precisam colocar em pauta abrangente algumas discussões que até o momento estão restritas a mesas de almoço e cafés corporativos. Neste processo, o papel das novas mídias é essencial para despolarizar debates e ampliá-los.
Em tempo, as associações representativas (e também as agências de comunicação) devem compreender o setor que defendem e a utilidade pública das informações e produtos das empresas associadas. Construir uma central de informações simples (e não simplórias), completas e uma dinâmica de acesso seguro a fontes, sem desrespeitar ou ser refém dos prazos das redações.
Em miúdos, ressoa uma canção infantil e uma canção folclórica: o diálogo deve acontecer pé com pé, pé ante pé. Com proximidade, ritmo e cautela.
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sou o suor que sai dos seus poros seu dorso dobrado ao luar suas palavras perdidas no sussurro a memória apagada, o redesenhado futuro ocultado na luz; a esperança não manca, caminha com o tempo
Em descomunal jogo de
interesses, a dança entre o que se fala e o que se faz lacra
as esperanças de Violetta "Duplessis" (o povo) em um
peito social tuberculoso; e o arrependimento não altera o presente, nem o passado.
Afora o fim anunciado, as relações
de trabalho clamam por inovações que de maneira
responsável estabilizem os parâmetros de satisfação
e desenvolvimento. Ante os abalos do
mercado, é evidente a necessidade de mudança. O modelo
de gestão de pessoas deve estar fundamentado em diálogo
transparente, remuneração adequada, ambiente de
trabalho agradável (infraestrutura e relacionamento),
capacitação (e atualização), inovação
e resultados. Praticar o que se diz em discurso é a única
solução; transformar as palavras das mensagens
corporativas em ações efetivas para proporcionar
viabilidade econômica ao empreendimento aliada à
satisfação dos empregados.
Reconhecimento: o que
todos buscam desde a saída do ventre. Desde a primeira olhada
no espelho, ou nos olhos de outro (primeira infância). Poucos
consideram que para reconhecer algo, é preciso visualizar seus
limites, para então compreender seu sistema, sua dinâmica
de ação e não seu repertório, ou sua
essência. Todos buscam completar-se (a satisfação). O egoísmo fale empresas, relacionamentos e
narrativas; deturpa a fé. A humildade é a força dos sábios. O desejo por reconhecimento cria novas tecnologias,
seduz, escreve no presente a história do futuro.
Desta feita, o sonho
surge como um produto de convencimento, não apenas no ambiente
de trabalho, mas fundamentalmente no campo pessoal. Na vida
corporativa, o gestor que souber conhecer e lidar com os sonhos
(profissionais e pessoais) dos empregados terá à sua
disposição uma excelente ferramenta de gestão. A
gestão entre o estímulo de sonhos, alinhamento de
desejos e administração de anseios básicos. Como
transformar isso em mensagem e disseminá-la além das
reuniões fechadas, indicações, festas
corporativas, encontros ao redor da garrafa de café e diante
do espelho nos banheiros coletivos? Campanhas?
Comunicação
física (material) versus comunicação digital. A
escolha entre as duas, ou a integração de ambas
considera aspectos como o objetivo da ação, os custos,
a natureza de acessos às ferramentas, linguagem, poder de indução, periodicidade, o ritmo, a distribuição. Identidade.
A avalanche de
informações e versões, juntamente com o estímulo
profissional (desafios + remuneração) deve também ceder espaço
para manifestações negativas (embora responsáveis)
e positivas (não propagandísticas) por parte dos
empregados. Maturidade e Transparência.
Atualmente, as pessoas
se informam da mesma maneira que consomem produtos. Isto preocupa, em
uma sociedade onde o poder aquisitivo aumentou boa parte em função
da disponibilização de crédito e estímulo
ao consumo (estratégias da política
econômica). Ou seja, o alto índice de consumo (de
informação e produtos) não significa a
existência de uma base a suportar tal comportamento.
O Notícia em
Foco da Rádio CBN dia19/12 , com a participação de Dimenstein, foi categórico: O fazer jornalismo, o fazer comunicação, sofreu
interferências (boas e ruins) da tecnologia. A mídia
precisa passar o que é imediato de forma simples; todavia,
precisa formar público para reflexões profundas a
respeito do que é imediato e como isso se relaciona com o
futuro e presente de todos.
No ambiente
corporativo, não existem mais ilhas. Cada empregado é
um formador de opinião estratégico, com poder de
influência amplificado pelas novas tecnologias. Até os
nômades no deserto fazem música e ecoam no mundo inteiro
(Tinariwen), quiçá os plugados funcionários com
dedos que comandam telas, telefones que pagam contas, postam fotos,
vídeos e recebem informações via internet. O
trombone se transformou, cabe a boca de todos aos ouvidos de muitos. Scream Poetry (sim, eu gosto de subir nos telhados).
Estatísticas norteiam uma bússola viciada. Estudos apontam e pesquisas especulam. Versões e interpretações do tamanho do entendimento do freguês, e não a seu gosto. O que será que será? Oscilações da taxa de emprego, cantatas sociais. As enchentes que declaram ocupações desordenadas, o colapso da urbanização, o desrespeito aos recursos naturais. Infraestrutura é mito. O ditador é exposto morto, entre flores e lágrimas pintadas de vermelho. His name is Robert Paulson. Peneira informacional à parede, todos se transformam em garimpeiros na serra pelada da comunicação. O ciclo segue. O alforge nunca está cheio, muito menos vazio. Chuva de borboletas, flores voam ao vento. Deus está de braços abertos.
teu pescoço, torre de marfim caule da sedução, textura do aconchego, guarda o néctar, caminho para teus lábios;
não estás nas palavras vais além dos gestos, não há solidão que não se estirpe em teus braços onde a pureza é plena e meu sussurro se envolve com o suspiro de felicidade
Tudo
converge, até mesmo poemas em fragmentadas linhas retas. Nas
nuvens estão muito mais do que sonhos e devaneios daqueles que
arriscam olhar para o céu. A cultura do sebo foi lacrada em
alguns grupos, a cultura do download substituída aos
poucos pela do upload (tudo está na nuvem). A
globalização trouxe novas possibilidades para o
processo de produção. Cada vez mais a produção
e o consumo digital proporciona facilidade ou manutenção
ao fluxo contemporâneo, onde as pessoas desejam saber mais e
estar em diversos lugares ao mesmo tempo. O cidadão compra
acesso a conteúdo e não mais um produto conforme anos
atrás. O automatismo sobrepõe gerações,
se há pouco já era comum entrar em um cômodo e
automaticamente esticar o braço para acender a luz, agora é
natural tocar uma tela e ela responder aos seus comandos. No mundo
digital, 30 segundos de espera é uma eternidade e aguardar
pela edição de amanhã é coisa de doido.
As
principais transações humanas já podem ser
feitas pela rede. Compras, movimentações bancárias,
contatos profissionais, produção de texto, vídeo,
distribuição de informação, início
e fim de relacionamentos (e tudo registrado, com gostos, desgostos,
endereços e fotos). Afora os super backups físicos,
muitas informações são geradas e armazenadas
diretamente em mídia digital. Cofres na parede estão
vazios enquanto HDs têm cada vez mais espaço, e ainda
assim insuficientes. A apuração de notícias,
algumas vezes, abandona até mesmo o contato direto, ou por
telefone e ancora seus argumentos na oficialização por
email, ou no imediatismo do SMS e chats.
Após
considerar as vantagens e dificuldades do novo fazer jornalismo, onde
as narrativas recebem interferência do público e a
interatividade vai da produção ao consumo, é
interessante atentar como estamos dependentes dos meios eletrônicos
e das mídias digitais. Ao perceber isso, podemos levar as
discussões a respeito do Código Florestal, Belo Monte e
outras questões ambientais para universo menos polarizado. De
onde vem a energia que nos mantém sustentavelmente online e
a modernidade na palma das mãos?
O
jornalismo busca estratégias para manter-se o menos parcial
possível e ainda continuar viável economicamente para
os proprietários. A era digital trouxe um caos para a saúde
financeira dos veículos de comunicação, que
viram um movimento panfletário da internet alterar o modo de
fazer e comercializar. Embora o audiovisual ainda sofra nas mãos
de políticos que detêm a concessão de emissoras
de TV e Rádio; e o impresso tenha problemas de estrutura,
distribuição e às vezes linguagem.
Todavia,
e quando apagar a luz? Quando as ditas renováveis fontes não
aguentarem alimentar os sete bilhões de La bella verte? Caso
não seja o desenfreado consumo, ou o colapso no sistema de
produção e distribuição de recursos, e se
aquela famigerada tempestade magnética solar chegar aqui e
apagar ou desorientar tudo (a NASA anuncia desde 2006 e cientistas
estimam para 2012, 2013, ou 2014)? “Onde está seu coração
está sua riqueza”. Longa vida aos blocos; jornalistas ainda
sabem arranhar o papel com traços? Qual será a
lamparina a guiar o olhar do narrador que precisará
desaprender as facilidades de um mundo moderno e aprender a apurar e
narrar em um universo truncado? O faro não poderá ser
digitalizado e o Google deixará de ser o pauteiro e fonte
oficial das matérias.
O
processo de comunicação é colaborativo desde
sempre, o nível de ruído ganhou agora novas dimensões,
ao estabelecer outras mensagens. Além de saber lidar com as
novas mídias e consolidar o processo de comunicação
no mundo contemporâneo, o jornalista precisa desenferrujar a
habilidade fora destes meios e resgatar o fazer orgânico, capaz
de construir mensagens que invoquem reflexão, mudança
de postura, evolução do “humano, demasiado humano”.
Dialogar é mais do que sobrepor argumentos e se perder nas
facilidades do falar ao vento.
Sua seco seus poros lacrados. Sua harmonia disseca meus pensamentos enquanto seus movimentos mantêm-me são; Sua ternura sobre meus olhos o elixir do sorriso.
Pautas à mesa. Afora o blefe, os copos e os corpos, as palavras começam a formar textos justos; do tamanho de sua língua, necessário leitor. Quantos toques você tem disponível para seu texto? Sua chamada? Como os utilizará para fisgar os cliques e os olhares dentre tanta oferta? Fica então evidente que na feira comunicacional, os narradores são feirantes a buscar inovação do fazer jornalismo. Não basta gritar ou dar razão ao cliente; é preciso oferecer-lhe autonomia para interferir, além de degustar sem compromisso, poder transitar pelas diversas plataformas disponíveis em sua banca, essencial jornalista. Todavia, o cliente não é dono da banca nem da feira, mas sem ele, o que há?
Vale a pena ir às bancas, ruas para caminhar. Árvores construídas de palavras, outras enfeitadas de calçados, calcinhas e mangas. Saneamento mítico na maioria dos municípios, consumo estimulado, desestimulado, estimulado. Crédito, endividamento, desemprego, qualificação e lucro. Mudanças muito mais que climáticas, Rio + 20, 30, 40, 50... as pautas são um buffet cujo serviço varia do self-service multimídia, à francesa. Alguns veículos de comunicação oferecem um cardápio que tranquiliza o olhar diante do caos informacional. Eles expõem de forma precisa a vulnerabilidade dos fatos e declarações, a atrocidade do humano (da política à cultura), os hormônios no pódio, a tabela menstrual da sociedade e os focos de reação: a contra corrente do avassalador processo de urbanização; a esperança aparece entrelinhas ou estampada em páginas especiais. Reflexão também é utilidade pública e algumas pautas têm conduzido o leitor com primazia a este estado outrora naturalmente humano.
O leitor precisa exercer a paciência e reencontrar o gozo da busca e da persistência. No meio de tanta coisa ensebada nas livrarias e bancas, encontram-se também excelentes títulos, que são vitaminas para degustar o cotidiano. Vale a pena sair da caverna. Diante das pedras do caminho (elas existem) atire um limão n'água e não limite-se a observar a margem, os peixes ou embrulhá-los em jornal.
Os problemas criados pela redução do orçamento e das redações forçaram intensificação no inovar o fazer jornalismo. Desde a utilização das plataformas multimídia, produção integrada e colaborativa, ao estabelecimento de outras narrativas. A ordem estrutural distancia-se do geral como um monobloco para reconhecer o todo como uma rede e tratar cada ponto dessa rede como um universo à parte. Os Podcasts revigoraram o fazer rádio, os blogs fizeram uma Reeducação Postural Global nas colunas, as mídias sociais (verdadeiros catalizadores) integraram-se ao compasso dos fatos e do produzir das redações. "Tudo ao mesmo tempo; Agora já passou", como escreveu Arnaldo. O F5 tornou-se o capataz de um frenético deadline. O conteúdo, tratado como alimento precioso e às vezes perecível, é transmitido em narrativas ora rasas, profundas, simples o complexas. Tem para tudo e para todos. Para. O processo de reconhecimento e referenciamento é fundamental para o consumidor se encontrar e respirar, mesmo que debaixo d'água.
Vai, revela-te aos meus olhos, pois sinto-te pulsar em meu sangue.
Guardamos (como A. Cícero) coisas que muitas vezes deveríamos desaprender (como recomendou Barros). A fala dobra sobre a pedra quente do cotidiano. Janelas abertas permitem o ir e vir do vento e das reminiscências do guardador de rebanho e de parerga e paralipomena.
Experiências rasas polarizadas tornaram o texto frágil; uma película quebrável, entretanto cortante e com alto potencial de contaminação. Entre o ritmo industrial de refletir, apurar, aturar, saturar, formatar, submeter, cortar, realinhar e publicar, falta ar e sobra pulmões cheios de muco; e a necessidade de ir é iminente. O balcão já não tem mais lado (nem fixo), e sobre ele muitas vezes os copos permanecem vazios; há movimento sob os corpos cheios de ideias.
Uma conversa séria é fundamental para que as frases sejam construídas com menos envelope propagandista ou político, seja na famigerada grande mídia ou na essencial mídia regional. As assessorias precisam profissionalizar o olhar, amadurecer e compreender a diferença entre pauta e anúncio. Mercado aquecido não significa capacitado ou de qualidade, assim como alto PIB não significa desenvolvimento. As narrativas precisam ser mais efetivas, assim como os relacionamentos interpessoais fora do registro em carteira de trabalho. A vanguarda é simples e a crítica já foi desenhada por Honoré. A pós-modernidade exacerbada outrora, agora é o lacre arrancado da última embalagem.
Preciso de mais castanhas e tempo. Pela janela o batráquio sai; fuga nº3 da boca egoísta daqueles que fundamentalmente querem encher os bolsos de vaidade. O ruído de folhas secas aos pés, a duração do instante, a intensidade das rasuras. O Campo minado de pétalas traz o frescor que nem a mais rentável ideia pôde oferecer. A salamandra sorrateira caminha sobre a fria superfície da pele e ela não sente ser tocada. Jabour está obviamente correto; não sabemos lidar com o que não entendemos, e assim criamos múltiplas explicações de sessão da tarde. O noticiário e os manifestos de disputa por controle e poder de representação de classes. As palavras já não bastam, pois frases prontas são distribuídas em ração diária de narrativas. O texto satisfatório não pode ser escrito como precisam os leitores, ou como anseiam, em totalidade; não se reconhecer que o significado de satisfação e completo não são os mesmos. Sempre falta algo, do enfado ao estilo, da rapidez à exatidão. Os olhos não acompanham, as palavras não suportam e a mente titubeia.
Linda, ela caminhava pelo fio de uma interminável navalha. sangrava sonhos enquanto gemia atravessava mundos aos sussurros lacrava utopias que distorciam a dor, calada; mas o ritmo dos passos era o mesmo, espetáculo, suas vestes brancas ao vento sorrateiro sorriso Ela, realidade
A institucionalização do espírito confunde o homem, então não vá se perder por aí....segue videolinkmutantes_musica~
A estante escorre. Tormento de Neruda e sua leveza; insensatez de Picasso, alucinação de Pessoa, complexidade de Franz, traição de Max Brod, destempero de Fonseca, de Blair, de FWN e de Arthur S. As palavras misturadas me absorvem em narrativas, expostas sob a forte luz de cânticos. Paulo e sua carreira, suas cartas e pensares.
Mr. Nobody é a autobiografia coletiva do contemporâneo. Somos Nemo, e não um peixe perdido em seus desejos, mas um ancião solto em suas memórias, lembranças, escolhas. Rigidez e frieza, distanciamento e sorriso. Tudo é, e muito leve.
"Enquanto a maioria foca nas superfícies, há fogo. Afogo-me e respiro"
Cinema. O que o define? Fotografia (real) ou a montagem? Ao considerar que real é a sobreposição de montagens, é possível perceber que para existir cinema é fundamental a fotografia, o real. Pois a fotografia é a montagem de um real que não é mais (Agora já passou, Arnaldo). Essencial compreender que real e verdadeiro não estão, neste caso, ligados à pureza e neutralidade, mas em versões. Toda versão, manifestação humana, acontece por meio de uma narrativa, que por sua vez é construída a partir do repertório do indivíduo. O real é a interação e ruptura das narrativas dos indivíduos no mise en scene que forma o corpo social. Assim, o cinema recolhe amostras deste cenário para estabelecer uma outra narrativa. Cinema é a fotografia expandida além das experiências convencionais de registro e representação.
Seja para atividade jornalística ou para fins audiovisuais, é preciso conhecer e reconhecer os modos de representação do documentário para lidar com o que se concebe como realidade. Entre o expositivo, observativo, interativo, reflexivo ou poético, a escolha de uma estrutura para criação da narrativa determina não apenas o rosto do trabalho, mas sua linha de interferência (absorção e reverberação das reflexões).
Eiseinstein e O sentido do filme, a manipulação de elementos para causar impressões. Uma atração a cada plano, integrando-as em sinergia para gerar a reação desejada. A cor, o ritmo, o significado pela prática. O público sendo inserido psicologicamente no roteiro de forma guiada. A máquina artística do cinema e seu funcionamento mapeado de forma que as atrações e o choque pelo ritmo recriem na tela a cultura do circo (como estrutura de espetáculo). Absorção de sensações. Ou não.
Ecoa então André Bazin e o véu de Verônica, o santo sudário comunicacional ao registar o real de forma a não controlar o processo de produção, mas ocupar o respectivo lugar de interferência no processo. Interagir com a fonte e até mesmo ser dirigido por ela. A construção conjunta de uma narrativa proporciona uma interessante leitura e interpretação das coisas e signos (e Alfred Schutz não é sandália). O leitor expande o roteiro, gera sensações à medida que absorve. O instigante operar Sistemas de relevância para se manter no fluxo social.
Esculpir o espaço tendo como ferramenta o tempo.
Psicologia/espaço = Cinema
Percepção
Fazemos cinema com os olhos, registramos não em 35mm, mas essencialmente em massa cinzenta (hipocampo e sei lá mais onde), com imagem, áudio e sensações. Catalogamos de forma intrigante, editamos de um modo transcendental. O acesso ao material é como o belo visitar uma boa videolocadora ou sebo. Somos (formamos) o real com o corpo e suas variações física, espiritual e verborrágica. A linguagem é plural. As estratégias para disseminar e recriar narrativas estão disponíveis.
Memórias decupadas expostas na mesa onde a linguagem é a régua a balizar e medir. O leitor que se quer, a narrativa a que se propõe. As narrativas friccionadas pelas diversas plataformas midiáticas disponíveis na sociedade geram muitas vezes desconforto. No limiar da incerteza, a escolha (a partir do repertório) do que se quer consumir e (re)produzir.
O que vaga entre os propósitos e o tempo que preferimos ignorar passar. Esse veneno, essa vacina. Os ruídos dos pensamentos alheios que reforçam o quanto somos comuns. As inquietas mãos revelam a insegurança de seres seguros; mentes em produção. Embora todos queiram sinceridade, a incoerência sela os passos pernósticos; o fim? O reconstruímos a todo momento ao alimentar o ciclo da vaidade e desejo vão. Insensatez, if they shoot horses, acabou chorare, Ainda Bem. Se tudo pode acontecer....
a terra mana leite laços transformados pela textura das ilusões; pedaços de carne em suspensão crua a maciez da tranquilidade; dois filhotes gêmeos de gazela ternura ideias incendeiam uma gota chove à distância a película do aconchego em uma flor