quinta-feira, 6 de março de 2014

Pautas conjuntas


http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed788_pautas_conjuntas

Lidar com o ego é o recorrente desafio social. Setores não se habilitam ao diálogo, mas à alternância de poder. As assessorias de imprensa precisam de reflexão e renovação constante. As redações (cada vez mais enxutas) precisam compreender o modus operandi da construção conjunta de uma pauta. O conceito de diálogo é equivocadamente confundido com difusão unilateral de mensagem e indução a um pensamento crítico e comportamento de consumo.

O processo econômico carece de uma transformação consequente da evolução do indivíduo como sociedade, embora a sensação seja a de continuidade de um clique que intercala manifestações entre o “desenvolver”, “informar” e “preocupar”. A crise ambiental pode ser compreendida como crise do conhecimento de como reconhecemos o mundo e a maneira que ele precisa de nós. Deve-se trabalhar de forma profunda os aspectos da notícia. O tema meio ambiente precisa sair do gueto das pautas com maturidade. Cobrir as faces sustentáveis em todas as pautas é fundamental. Aspectos como gestão política, manejo de recursos, orientações e recomendações científicas precisam ser apurados com responsabilidade.

Diante da intensificação das adversidades ambientais, é preciso adequar o modelo de vivência agrícola e urbano. A começar pela necessidade de efetivar os conceitos trabalhados em ações (ex: cidadania). Entretanto, como a imprensa tem abordado o tema e contribuído para o processo de transformação social? O que move um país são as pautas ou o lobby que as provoca? Sistemas ditam o comportamento. As pessoas são reféns das tecnologias criadas para facilitar a vida.

O ego em metástase

Mobilidade, acessibilidade e transferência de dados prendem as pessoas no trânsito, na web, nos discursos e tarifas. Lucro pelo lucro, com selo de sustentabilidade. Os interesses oscilam entre lobistas. Governos, indústrias, órgãos certificadores, ambientalistas (sem voz, mas com barulho). A impunidade é o problema maior da gestão pública e corporativa, pois abre precedente. Afora o perfil de organizações de vanguarda, as capacidades instaladas das empresas têm como parâmetro a disponibilidade e produção de matéria-prima do passado e não do futuro; considerando o presente como momentâneo, especulando melhoria.

A comunicação precisa amadurecer. Processos ou processadores? Os prêmios oferecidos (ex: Délio Rocha, Sebrae etc.) deveriam valorizar os olhares efetivos e narrativas de utilidade pública, e não massagem ao ego das assessorias por trás dos prêmios. É preciso resgatar o prazer pela leitura (seja em qualquer canal). Comunicar com o público sem forçar absorção, mas construir junto. Este seria o amadurecimento iminente.

Intelectuais se escondem. O ego em metástase os faz aparecer pela doença que se tornaram, e não pelas narrativas de vida que poderiam estabelecer. A forma como ocupamos o território e o percebemos precisa evoluir. Saber quem somos, o que nos faz seres sociais e vislumbrar o porvir.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Longínquo



Utilidade pública é recorrente nos perfis de veículos de comunicação nas redes sociais digitais. Rádios e jornais (Vide CBN e O TEMPO) disponibilizam informações atualizadas sobre diversos aspectos urbanos, dentre eles o da mobilidade. É interessante como a paisagem é a mesma, com apenas tons variados. Carros sempre parados. Ainda assim há atropelamentos. Metrô lotado e depredado. Ruas alagadas, barrancos deslizantes.

Atraso e prejuízos soterram o pacato cidadão. Alinhadas à prestação de serviços dos perfis nas redes sociais, as matérias da mídia tradicional abordam a mobilidade urbana pelos ângulos da dúvida, contestação, alternativa e viabilidade. Seja a partir das inúmeras intervenções para agilizar o trânsito em Belo Horizonte, que pela desinformação acabam por atravancar o fluxo (fato recorrente em outras cidades), seja pelas suspeitas de processo ilícito em contratações, construções e licitações, passando pelo lobby automotivo e de infraestrutura asfáltica, a natalidade da frota de automóveis (que extrapola nos grandes centros e já cresce significativamente no interior), a ineficiência das vias (que não estão preparadas para o estouro), seja pelo frescor e risco das pedaladas, a saúde, a segurança, a educação e o meio ambiente considerados para se movimentar e circular pelos espaços urbanos. Falta alguma narrativa? Algum ponto de vista? A mídia tem cumprido seu papel (repetindo-o diariamente), mas e quem não tem? O cidadão e os governantes (alguns não parecem ser cidadãos)? Pauta pertinente, mas tão surrada, que efeito não parece fazer.

Sem virar página, narrativa metamorfose, metaformose. Um horizonte de pessoas dispersas, pintadas em aquarela, modeladas de cimento. Pó! Mentes entorpecidas dos pragmatismos que conduzem nossa ordem social. Anônimos, mergulhamos de braços abertos no lago seco da paz. Inquietos lábios de um sábio coração. A massa se move em ano de carnaval em março, copa em junho, eleição em outubro.

Dona matéria, estonteante, com o talento encoberto pelas unhas, quase não permitia que percebessem suas intenções rasas. O que acontece ao redor é causa ou efeito do que ecoa dentro? Narradores selados a vácuo mantêm uma dinâmica de frases que soterra o leitor/produtor (não há passivo) em uma ficção quase palpável. Ainda assim, o mecanismo de controle é adverso em um cenário em que as plataformas de comunicação estão mais dinâmicas e acessíveis. O básico objetivo de tocar o outro, agora exige mais do que formar versos, ou esticar os braços.

Agora produzimos conteúdos para produtores de conteúdo e não apenas para consumidores formadores de opinião. O formato adequado para cada plataforma é o santo Graal? Blogs, podcasts, vlogs, redes sociais digitais não pedem permissão ou aval de um editor, elas reverberam o conteúdo gerado por quem antes tinha voz apenas na mesa de bar, de tricô, de churrasco, na fila do ônibus ou do banco. Tudo ao alcance do Google e outros modelos matemáticos agora... Algorítmicos da liberdade. Palavra é número, gratuidade é número, imagem é número, e número sempre atrelado está a algum valor para alguém, em referência a algo. Poder/ controle.

Juntamente com a questão editorial complexa, uma membrana sutil merece atenção. A comercial; que da sustentação financeira à estrutura do meio (infraestrutura e pessoal). A viabilidade de investir e manter os meios é tão desafiadora quanto lidar com o alto índice de conteúdo produzido e a variável audiência. O modelo de negócio precisa ser melhor elaborado; ir além da chantagem velada (espaço obtido x contribuição financeira) tão presente na mídia (seja da capital ou do interior). É fundamental investir (R$) em pertinentes pautas diferenciadas. Faz-se necessário um processo de educação e diálogo ético, democrático.


Não espere por mim, mas aguarde-me, guarde-me intensamente no profundo daquele instante. No futuro possível daquele agora. As rimas, inválidas diante da gravidade. O mundo fechou, ou verdadeiramente se abriu diante dos meus olhos. E minha espada se tornou meu tropeço. Mudo, extasiado, vi o DNA de concreto, presenciei e vivi as curvas, a hidratação de uma garganta a tossir; atônito, respirei fora do tempo e dentro dele, a essência que faz e fará de qualquer autista o elixir da existência. O melhor afogatto é aquele que não senti o sabor...

"... estou aqui de passagem"

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Farelos

O calendário dita o ritmo dos acontecimentos que se renovam. Chuva forte, enchentes. Mas onde está a mídia convencional com serviço público? Informando pontos críticos, alertando a população, relatando os dramas e as ações do poder público? Nas últimas ocorrências no Vale do Aço, perfis públicos de redes sociais digitais mostraram o poder da ferramenta. Com imagem e informações quase que imediatas, as postagens além de informar incitavam ao diálogo das partes interessadas. Impressionante. Orientando até sobre doações para desabrigados. A mídia tradicional, atenta à dinâmica de fazer comunicação, logo entrou na chuva e se molhou. Interagiu nas redes sociais com os leitores para registrar o ocorrido e debater opções de locomoção. Interagir com os produtores de conteúdo, compartilhar e canalizar audiência em uma dinâmica de informar e formar. É preciso estar atentos, em um cenário em que o uso intenso dos smartphones é para disseminar e produzir conteúdo.


.......

As características semelhantes nos tornam invisíveis. As peculiaridades dos sorrisos nos provoca reticências. Fechar os olhos também funciona. O processo de identificação e satisfação alterna como a agenda dos noticiários. O enredo é o mesmo,  agimos da mesma forma, a mesma metalinguagem, a crítica, as análises, os artigos, as orações; mudam-se nomes e o tempo. Repetimos, nos orgulhamos e achamos necessária esta repetição.
 

Receite aí: momentos de carinho, filmes, caminhadas, corridas, sorrisos, cheiros e sabores. Movidos a prescrição, insistimos no leito da civilização infeliz. Conhecemos os artifícios para sermos felizes. Ditados, jargões e ponta de faca. Haja punhos. Nossa essência é revelada pelos farelos que dispersamos no ambiente.

O verso que mais decorou foi o que, incapaz de escrever, esqueceu. Não é mais e nunca foi. A sede de paisagens dobra no deserto urbano erguido entre nós. Nas entranhas sua uma textura que inquieta. Lábios ásperos; O inevitável porvir. As palavras surgem como agulhas nos sentimentos, pensamentos e olhos. A sinfonia avassaladora do egoísmo massacra qualquer flor. Nos poemas, um respiro, um esboço. Nas mãos a certeza da tentativa... Deixe que minha mão errante entre e sorrateiramente repouse sobre o alvo ombro. Torre de marfim, ei de escalar, entrelaçado aos seus cabelos, enquanto calo seu silêncio com meus lábios; reluz o menu constituído com onomatopeias. Eu sou um lápis de ponta quebrada no curso da frase.

Eu passo

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pontuação

 

Quanto mais meios, mais fins. Argumentos, desabafos e narrativas do porvir. A vanguarda é o insistente "nunca será" que ecoa entre nós.

Assimilação é o diferencial de mercado. Todos produzem todos consomem. Quantos assimilam? Narrativas pulsam onde quer que o cidadão se volte. Eu não voltei a escrever, pois não consigo respirar. Nunca parei de inspirar e pirar expiração enquanto não conseguem ler. Todos enxergam as frases, sem perceber o que o texto é. Gentileza é poesia, muito mais que verso. E a fé, a fortaleza que nos faz perceber o brilho e o sabor da vida que nos rodeia, que nos entrega e integra. Cansado, com uma paz que não cabe, com os dias que a guiar não veio. Ah, guiar não veio. 

A ruptura de tudo aquilo que se esconde corrói nossa alma de forma a contaminar a paisagem com nosso olhar. Inalterado, o ambiente é sutilmente acrescido de sentidos que passam desapercebido. Reféns; de nossos semelhantes, de nossas escolhas e pensamentos. Ninguém há de libertar ninguém. A hipocrisia impera até mesmo na face daqueles altruístas afogados em compaixão. Bandeiraram o Cristo ao invés de vivê-lo. Fazem com uma mão e divulgam com todo o corpo. Rompeu o solo a raiz que me sangra. As palavras saem nuas, sem sentido algum alfaiatado. Com suas formas espontâneas e inocentes, suas arestas e seu suor. Já não caibo mais nos clichês que tanto me alimentaram. Narrativas me encantam pela manhã e me conduzem para cama a noite. Quando a amargura entorpece ao coração, cabe à língua dar ou não vazão. E quando o refrigério vem, como um momento de gravidade, você hesita em sobrepor mãos; pois os lábios ressecam, tosse, a pupila dilata naquele quarto escuro; e a tela que brilha fustiga o tempo lá fora. A liberdade que expande e que nos aprisiona, tudo é tão simples e intenso.

A dimensão do não ser. Tudo está nas nuvens, mas quando chove não encontro mais a gota que eu evaporei. Doce tempo, amarga minhas lembranças de um futuro tão terno. Não há esboço para você e pra mim. Simples assim. Qual é o nosso traço? O que podemos assimilar?

 O animal que sou nesse zoológico de trocadilhos. O termo que sou no texto que não escrevo. O tropeço e a pedra no clichê do poeta, no traço no muro, na rima no silêncio.

Tenho sede de paisagens. Tenho sede das suas paisagens, completou o menino que permanece calado.

E o quanto se assimila pode ser o que distancia a mensagem do meio; o significado do indivíduo.

A vírgula me para, o tempo me volta...

... 


sábado, 9 de novembro de 2013

Fatos e Perspectivas

O movimento das plantas no jardim relaxava seus passos. Já não mais se incomodava com a imagem no espelho. Porque você desconhecia o próximo verso, a pisada no pé foi inevitável. Você sem a poesia, eu sem compasso. A medida da vida não está em métrica alguma conhecida, menos ainda dominada. O frescor do vento ao correr, caminhar. O frescor de lavar o rosto em límpida água.

Os meios de comunicação vieram para facilitar e intensificar o relacionamento, as narrativas, a emissão e percepção de mensagens. Eles facilitaram; o acesso ultrapassa a porta de banheiros; eles confundiram; a percepção oscila da latrina recheada à límpida água ao rosto em cachoeira pela manhã.

Diante dos fatos, é importante saber como se relacionar com a existência de múltiplas perspectivas e o respectivo poder de relevância para o público. Seja pela facilidade estética ou pela complexidade reverberante. Os mecanismos de comunicação disponíveis escravizam-nos à ansiedade de consumir e produzir conteúdo. A inteligência artificial, criada para ser o piloto automático do ser social, aos poucos nos domina, domestica e castra.

Em madrugada de narrativas, amanheci com janelas abertas. A nitidez da felicidade em seus olhos. O brilho que há em você possibilita um sabor especial em meu sorriso. Caminho então entre as narrativas que nunca foram, as possíveis que nunca serão, e a que escolho traçar para que esteja gravada naquilo que sou. Só será óbvio se tiver visto pela mesma perspectiva. Meu argumento.

Palito os dentes com a especulação; passo...

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Garimpar [narrativas e relações]


O que te globaliza te identifica? Sem a interrogação ou com uma resposta completa? Que cenário você integra diante da desconstrução do indivíduo dentro da fôrma do ser social? Sua fé, seu modo de interpretar os fatos, a maneira como você opera o egoísmo, o sistema de relevância e a metáfora do copo d'água. Beba! A multiplicidade é o paradoxo contemporâneo. A vanguarda é ser simples. Ponto de Vista?

As narrativas midiáticas e as relações sociais construídas deleitaram-se do conforto e das potencialidades da multiplicidade. Entretanto, todos tornaram-se vítimas daquilo que as alimenta (euforia, inquietação, diversidade e imediatismo). Depressão, estresse, violência e choro. Linguagem atrofiada nas narrativas, clichês ineficazes nas relações interpessoais. Não se trata de uma gueda de braço, mas mãos dadas.

Acostumamos ao ritmo da vida em resumos. Resumo de livros, de filmes, de amizades, de coito, de notícias, da conversa à mesa, de análises, de sonhos e transformação. O dar conta é o novo mito, acima da objetividade. Dar conta de tudo talvez seja compreender e exalar que somos ineficientes para "dar conta" de tudo.

A segmentação de narrativas e o envolvimento do público com especificidades é uma alternativa dentre tantas. Tantas? Não apenas as plataformas de negócio mudaram. O processo de construção da identidade do indivíduo ganhou outros elementos constituintes, com a modernização do ser social. Desse modo, "conhecer" tornou-se ouro sob nossos pés. Como garimpar? Como acessar? Como conhecer? E fazer o quê depois? Perguntar impulsiona, perguntar é fácil. Desafio é viver as respostas, conclusivas ou não.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Narrativas de unhas sujas


Unhas sujas de quê? Do jornal virado ai lado, das palavras ditas como expiro involuntário? De esperança? Talvez, por narrativas que não tropecem na métrica, nem que seja refém dos mesmos esquadros. Que não abuse do jeito banksy de narrar e não consolide-se como o modo Cid de perpetuar. Seja worlf, seja basquiat. Seja o menino queimado na esquina cantando "eu sou terrível" enquanto bate em uma vazia lata de tinta. Seja sem referência, a reverência.  O grão de realidade que estaciona em nossos olhos já está muito além do que cabe nas páginas de jornais e internet (isso já percebemos); bem como ultrapassa o que pode produzir de narrativa cada indivíduo (isso ainda ignoramos).

Precisamos estar atentos a isso. A capacidade dos meios é limitada e ultrapassada, a capacidade de absorção nos empurra para o stress  ou segmentação. A capacidade de produzir narrativas, diante do fenômeno "tudo ao mesmo tempo agora" torna-se imensurável, porém natimorta.

 Se estagnada e atrofiada está a forma de fazer, registrar e absorver, o que há para se ter?

 Que do café da manhã sem café, até onde for o passo ou a imaginação; que pulse, mesmo no silêncio. A fé é algo vivo, nem doutrina, nem linha, nem desenho ou rascunho.
  


Na ponta das unhas

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

No ar

Um motorista da Folha registra o fato (policial agredindo manifestante) enquanto espera repórter. Cada vez mais evidente, o processo de registro e divulgação está nas mãos de todos. O comportamento na rede mundial, o consumo de vídeos, e as narrativas eletrônicas interferem decisivamente no que vai para os veículos formais, e até mesmo para as bancas. A grande massa de produtores de conteúdo quer não mais voz, mas ouvidos. São torcedores de distintos gritos no meio da multidão. Pensar e agir. Estar atento às janelas.

Uma pomba estraçalhou a vidraça com a cabeça. Transparência em demasia pode ser perigoso. O que fazer com tanta preposição sobre os lençóis? O humano saiu para ser noticiário, ser tinta na tela e nota na canção.  Escorro meu ódio enxurrada no ribeirão das suas ideias, cansadas. Te segurei com ódio e ternura, palavra. Verdade, seu nome pende em meus lábios. A ponta da língua como arma a desbravar a hipocrisia e incendiar a realidade com sonho, com verdade.

Desanuvia, lilás seda orgânica. Rego-te até saciar e esbanjar as gotas excedentes como lágrimas de um amante incompreendido pelo egoísmo que ruge ao derredor. O que parecia tão dentro se mostra tão Camus, oh estrangeiro. E tais lagrimas se cristalizam, como remelas tornam-se a trave nos olhos, o vitral de um sentimento que foi fustigado pelos cacos.

Míopes perdem-se quando o amor é um buraco no asfalto. Surge do descuido a longo prazo, toca-nos quando desavisados tentamos passar por ele.  Seco golpe aprisiona as escolhas na garganta. Bateu na janela o desespero, nem as grades seguraram o olhar. A libertação na paisagem que no fundo dos olhos encanta, sustenta e caminha junto. A pomba não mais respira, mas ainda há ar.

 Intermitências do clichê.