As estratégias e as diretrizes para identificar, conhecer e tratar os conflitos sociais que afetam o ambiente corporativo são várias, no entanto, enquanto empresas e instituições buscam por receitas para padronizar ações de tratativas (na maioria das vezes alicerçadas no viés jurídico), os conflitos passam constantemente por mutação não em sua essência, mas na forma de se hospedar e interferir no cotidiano.
Neste sentido, na busca por resguardar o patrimônio, não vale
mais aquela máxima do "abafar o caso", extirpar com ações agressivas
o assunto e sua reverberação na tentativa de silenciar e não tratar o conflito
em suas causas.
A premissa básica para a gestão de conflitos é ter técnicas
definidas para Identificar, lidar e minimizar a situação. Neste sentido, é
fundamental considerar os aspectos de Intensidade / Características / Contexto;
Metodologia, Mensuração e monitoramento (de aspectos e impactos).
É fundamental compreender o universo do conflito. Seguindo
uma visão de paisagem, é necessário observar o todo e os detalhes,
interrelacionando-os, compondo assim a paisagem. Dentre os aspectos relevantes
estão:
- Identidade Cultural dos envolvidos
- Vocação Socioeconômica da região e dos envolvidos
- Perfil de financiamento das ações e grupos de conflito
- Interesse da iniciativa privada (geral e local)
- Interesse / tendência do Poder Público (Estado / Município)
- Perfil político da sociedade civil (comportamento)
- Demanda legítima da sociedade (quais são)
- Apetite a risco dos atores envolvidos no conflito (Ações
Admitidas e Custo das ações)
Quando os conflitos entre comunidades e instituições
estiverem amparados em uma demanda social legítima, as soluções efetivas
deverão contemplar o envolvimento da Instituição com os problemas estruturais da sociedade e para isso é
fundamental estabelecer diretriz específica para o assunto.
No manejo do apetite a risco das instituições é necessário
lucidez na execução dos planos de ação. Quando acontecer, a internalização de
custos ambientais e sociais deve seguir um planejamento estratégico que não
comprometa a rentabilidade do empreendimento, por mais que interfira no Plano
de Negócios da instituição.
A diversidade cultural que compõe cada indivíduo é premissa
para a oscilação entre harmonia e conflito em diversas esferas. Trata-se de uma
dinâmica que começa em si (o indivíduo consigo) e expande à medida que ele se
sociabiliza. Na interação entre sociedade civil organizada e iniciativa
privada, a dinâmica (harmonia x conflito) é potencializada pelos interesses e
necessidades de todos os envolvidos. Desta forma, mesmo que tenha impacto
pontual, restrito e localizado, um conflito nunca deverá ser abordado de forma
simplista. Mesmo que ele possa ser resolvido por ações simples, é necessário
compreender e se integrar à complexidade que o envolve e os possíveis desdobramentos.
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