terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Caminhos Retos




Desde a Grécia falavam os homens que os sentido enganam. Os sentidos enganam, os sentimentos seduzem e os fatos nem sempre são exatos. O que ou quem é você? Qual a sua identidade?


Olfato, paladar, tato, audição e visão. O que você tem olhado tem contribuído para o seu crescimento como uma pessoa digna, ou apenas confirmado que és um errante. Do que você tem se alimentado? Tem se entregado aos prazeres momentâneos do tato, do paladar, da audição, da visão e do olfato. O perfume de quem você tem cheirado? Ou tem cheirado o pó branco? O que tem feito com o seu toque? Tem agredido ou profanado outros corpos?


O que tem assistido? Sangue suor e gozo profano? Que conselhos tem ouvido e falado? Qual o hino de sua vida? O hino do umbigo? Um buraco no meio da barriga que é apenas a lembrança de uma ligação essencial com quem te gerou. O que floresce em seu ventre? Seu suco gástrico dança com bebidas alcoólicas, comida forte e desequilibrada? Por ter crescido em um grupo social que se estabelece, segundo antropólogos, por meio da acomodação à uma moral coletiva, determinada por um grupo dominante, o ser humano se acostumou com algumas práticas que o afastam de Deus.


Falar e pensar em Deus, para muitos, é entrar em um quarto sem porta, sem janela, sem chão, sem teto; e ainda assim se sentir apertado e desconfortável dentro deste quarto. Acredita-se na força do pensamento, a Vontade e Representação de Arthur Schopenhauer, mas não se concebe um Deus acima de todas as coisas. Um Deus cujo pensamento não pode ser entendido em sua totalidade.


O Homem, para permanecer alimentando com o que degenera seu ser, constrói automaticamente (significante e significado) um sentimento em relação a determinada coisa (objeto ou situação) do mundo social em que vive. Se há um valor moral que determine esta coisa como certa ou errada, ou se ainda não há tal juízo de valor; o Homem busca em seu intelecto uma justificativa que seja a base para o autorizar a fazer tal coisa ou acessar tal objeto. Após construir o argumento no intelecto, ele parte para consolidação da vontade. E isso, o desejo, se incrusta a sua identidade.


Em lençóis limpos, o ser humano elabora argumentos intelectuais para justificar seu pecado e se autorizar a cometê-lo. O pecado então passa a ser um novo morador do corpo humano. Ele circula pelo cérebro e se manifesta pelo restante do corpo. Passa a fazer parte da identidade deste ser. Na medida em que socialmente o estabelece como um ser moderno, ou como alguns afirmam, pós-moderno, o pecado dilacera o Homem por dentro, corrói aquilo que ele tem como espírito de vida, psiquê, sua alma (psychikos X pneumatikos).


A situação errante do homem está em seu desejo original. Adão administrava o mundo criado por Deus (Gn2:15). Desde que foi destituído de sua função original(por causa da desobediência), o homem tem confirmado a frustração das ações de quem se afasta de Deus. Sua ineficaz tentativa em provar a origem das coisas está aliada a sua incapacidade de garantir um desenvolvimento verdadeiramente sustentável ao mundo.


O homem destorceu a aplicação e o entendimento da palavra de Deus. O Ser humano diz ser por linhas tortas que Deus escreve certo a existência. As linhas tortas são o comportamento e perversão social do homem. Que errante, como uma galinha de cabeça decepada, anda ensanguentando o mundo, sem rumo, corre, bate as asas, sangra até morrer.


Há muitos que pregam a palavra de Deus adaptando os textos para sua conveniência. Aplicam o que acham “legal” o que não que r viver, ele diz: Isso não se aplica mais! O pior que sua afirmação está amparada na falta de conhecimento. As pessoas não estudam. Preferem a muleta. Preferem acreditar nos outros. Preferem subutilizar sua capacidade de aprendizado e de ensinar, para se acomodar ao que “ouviu falar”.


É fundamental escolher a Deus todo dia, todo momento. Como o filho, que ainda criança, correr sempre para os braços do pai, diz que ama, pergunta, aprende, brinca, confia. Devemos ser como crianças. Puros no sentir, no falar e adorar a Deus. A conversão não acontece na frente das igrejas, nos altares, no impor de mãos sobre a cabeça.


A conversão acontece no íntimo de cada um. Onde os sentimentos e pensamentos não viram palavras, mas muitas vezes se manifestam em gemidos, em lágrimas ou suspiros. No íntimo, onde só Aquele que vê o que está em secreto, Aquele que sabe o que precisamos antes de pedirmos, que manda o Espírito Santo para interceder por nós, pois nem sabemos como pedir o que precisamos e o que queremos (Rm 8: 26).


Há um momento em que o ser humano chega em uma bifurcação. De um lado o caminho do colapso, da desgraça. O outro lado revela o caminho da salvação. Deus indica o caminho correto, se mostra disposto a ajudar na caminhada; mas cabe o homem escolher por onde quer andar. Deus age com misericórdia e justiça. Que escolha você fez? Você a confirma? Toda escolha traz consigo as inevitáveis consequências. Graças a Deus, pois o que escolhem corretamente terão as melhores consequências.


Converte-te, ó Israel, ao Senhor, Teu Deus; porque, pelos teus pecados, tens caído. Tomai convosco palavras e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Expulsa toda a iniquidade e recebe o bem; e daremos como bezerros os sacrifícios dos nossos lábios.


Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos e à obra das nossas mãos não diremos mais: Tu és nosso Deus; porque, por ti, o órfão alcançará misericórdia. Eu sararei a sua perversão, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles.


Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão. Oséias 14


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