O pensamento social estaciona,
rumina e reverbera a preocupação com a coerência. Coerência entre gestos e
valores definidos como padrão social. Na rede de conceitos em interseção e mudança,
riscos, crises, imagem e reputação ornam estandarte de instituições, seja CPF
ou CNPJ. Todos anseiam uma boa reputação e muito fazer para construí-la e
proteger. A leitura de Gestão da Reputação (Elisa Prado - Aberje) é boa pedida.
Já comentei sobre isso aqui... Empresas
forjam um discurso de transparência para criar um acessório à marca e assim
realizar a manutenção da reputação. Para funcionar, é preciso conhecer a
dinâmica social da personificação. A partir disso, a organização deve definir
os conceitos que norteiam a cultura da empresa de forma a designar a gestores a
função operacional de transmitir no dia a dia, via comunicação face a face, a
cultura e o posicionamento da empresa. Como não atuam na maior parte do tempo
no cenário atual (mar de rosas), mas variavelmente em aspectos adversos (mar de
espinhos) as empresas precisam manter atualizado o cálculo e o apetite a risco.
A reputação é responsabilidade de todos os funcionários e quando obtida por
comportamento e postura adequados não exige esforço de blindagem, pois seu reforço
é natural. Diante da crise de imagem, a reputação bem construída já é em si o
propulsor da recuperação. Alguns profissionais, artistas e empresas podem ser
exemplo.
Entretanto, cada um entende de
uma forma. “Comunicação não é o que você diz, mas o que o outro entende”(David
Ogilvy). Com um perfil de leitura baixo, a massa essencialmente se informa via
o antigo “boca a boca” ou seja, se informa pela codificação de um porta voz que
relata a percepção e não o fato. Este cenário compromete o pensamento crítico
uma vez que o limita. Grandes pensadores de "compartilhamento, retuítes e aspas". Resultado? Convivemos com pessoas que são ácidas em
criticar, julgar e até mesmo sentenciar (às vezes até mesmo executar a pena); todavia, debruçadas em interpretações
de outros, em pensamentos formatados, conclusões induzidas. Falam de uma lei
sem a ter lido, interpretam um comportamento sem conhecer os procedimentos,
fluxos e normativos que o envolvem. Adoram assentar-se no trono social e gozar
do poder, sem o preparo necessário para exercê-lo. Adoram entupir as ruas para
reclamar da situação e da oposição, mas não exercem as pressões via mecanismos
democráticos além do voto: presença em reuniões ordinárias, petições em
gabinetes dos representantes eleitos, acompanhamento das informações de
prestação de contas, realização de audiências públicas ou reuniões comunitárias
com líderes. É mais fácil e perceptível fazer barulho, ou tumulto, mas isso
muda algo? A curto, médio e longo prazo? Acredito que ações simultâneas de
manifestação em várias frentes teria mais efeito, pode ser que menos impacto e
mídia, mas talvez se aproximasse do objetivo. tempo de violência, e não mais somente nas telas do cinema, mas intensificada no dia a dia, independente do local, horário e vestimenta. Na era dos extremos, diálogo
algum tem êxito, pois a dinâmica das conversas têm sido sobreposições de
opiniões.
O conceito de compliance é a nova
moda conceitual do mundo corporativo (que já passou por responsabilidade social, qualidade de vida, sustentabilidade, qualidade total, e tantos outros"), mas ele remete a uma premissa básica, a
do exemplo, coerência. Agir conforme os valores, estando isso escrito ou não,
estando alguém olhando ou não.
Evite intermediários e busque ir
o mais próximo possível da fonte de informações e confronte versões. Questionar
é uma virtude, conciliar versões em uma interpretação para então formar opinião
é um bom exercício. A reputação é um estandarte que não se põe na janela ou no
peito, menos ainda em discursos. Outrossim, é percebida.
Repetidas. Batidas da canção que o coloca em movimento nas ruas. Seu ritmo de olhar a vida é tão volúvel como a escala das notas do solo. Ele tinha ciência de que não sabia de nada, e isto não mais era incômodo, ou motivo de sofrimento, tampouco consumia tempo.
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