Mostrando postagens com marcador simplicidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador simplicidade. Mostrar todas as postagens

sábado, 9 de novembro de 2013

Fatos e Perspectivas

O movimento das plantas no jardim relaxava seus passos. Já não mais se incomodava com a imagem no espelho. Porque você desconhecia o próximo verso, a pisada no pé foi inevitável. Você sem a poesia, eu sem compasso. A medida da vida não está em métrica alguma conhecida, menos ainda dominada. O frescor do vento ao correr, caminhar. O frescor de lavar o rosto em límpida água.

Os meios de comunicação vieram para facilitar e intensificar o relacionamento, as narrativas, a emissão e percepção de mensagens. Eles facilitaram; o acesso ultrapassa a porta de banheiros; eles confundiram; a percepção oscila da latrina recheada à límpida água ao rosto em cachoeira pela manhã.

Diante dos fatos, é importante saber como se relacionar com a existência de múltiplas perspectivas e o respectivo poder de relevância para o público. Seja pela facilidade estética ou pela complexidade reverberante. Os mecanismos de comunicação disponíveis escravizam-nos à ansiedade de consumir e produzir conteúdo. A inteligência artificial, criada para ser o piloto automático do ser social, aos poucos nos domina, domestica e castra.

Em madrugada de narrativas, amanheci com janelas abertas. A nitidez da felicidade em seus olhos. O brilho que há em você possibilita um sabor especial em meu sorriso. Caminho então entre as narrativas que nunca foram, as possíveis que nunca serão, e a que escolho traçar para que esteja gravada naquilo que sou. Só será óbvio se tiver visto pela mesma perspectiva. Meu argumento.

Palito os dentes com a especulação; passo...

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Garimpar [narrativas e relações]


O que te globaliza te identifica? Sem a interrogação ou com uma resposta completa? Que cenário você integra diante da desconstrução do indivíduo dentro da fôrma do ser social? Sua fé, seu modo de interpretar os fatos, a maneira como você opera o egoísmo, o sistema de relevância e a metáfora do copo d'água. Beba! A multiplicidade é o paradoxo contemporâneo. A vanguarda é ser simples. Ponto de Vista?

As narrativas midiáticas e as relações sociais construídas deleitaram-se do conforto e das potencialidades da multiplicidade. Entretanto, todos tornaram-se vítimas daquilo que as alimenta (euforia, inquietação, diversidade e imediatismo). Depressão, estresse, violência e choro. Linguagem atrofiada nas narrativas, clichês ineficazes nas relações interpessoais. Não se trata de uma gueda de braço, mas mãos dadas.

Acostumamos ao ritmo da vida em resumos. Resumo de livros, de filmes, de amizades, de coito, de notícias, da conversa à mesa, de análises, de sonhos e transformação. O dar conta é o novo mito, acima da objetividade. Dar conta de tudo talvez seja compreender e exalar que somos ineficientes para "dar conta" de tudo.

A segmentação de narrativas e o envolvimento do público com especificidades é uma alternativa dentre tantas. Tantas? Não apenas as plataformas de negócio mudaram. O processo de construção da identidade do indivíduo ganhou outros elementos constituintes, com a modernização do ser social. Desse modo, "conhecer" tornou-se ouro sob nossos pés. Como garimpar? Como acessar? Como conhecer? E fazer o quê depois? Perguntar impulsiona, perguntar é fácil. Desafio é viver as respostas, conclusivas ou não.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sociedade Infográfica



“Considerando todas as manifestações humanas, o silêncio continua sendo a que, de maneira muito pura, melhor exprime a estrutura densa e compacta, sem ruído nem palavras, de nossa sabedoria” (Ézio F. Bazzo)



Um costume antigo visto por professores como desvio e considerado por estudantes como estratégia rasa de sucesso, tem sido verificado no padrão atual de consumo de informação. Embora o índice de leitura tenha aumentado na última década (média de 1,8 livro/ano para 4,7) e a venda de livros aparentemente tenha mantido crescimento, ainda é pouco. No banco da praça, dia nublado de brisa agradável, o tablet descarregado torna o livro uma opção, mas “tem poucas figuras. Palavras são cansativas”. Calçadas violentadas com cartazes, cavaletes, buracos e veículos possibilitam, a seu modo, que os pés alcancem a banca de jornal e revistas. “Esse jornal deve ser bom, tem mais fotão.” Os ouvidos não têm pálpebras; estão abertos o tempo todo. Se ao menos pudessem verter lágrima.

O cheiro do papel, a tinta que traceja a possibilidade, a sensação de ter algo importante, ou ao menos útil em mãos. A caça por figuras em livros, com a finalidade de abreviar a leitura e forjar um entendimento sobre a obra, evoluiu para a sede de infográficos na mídia (impressa ou eletrônica). Cabeças ávidas por informações com o mais intenso índice de mastigação. Escolhas pré-moldadas embaladas de liberdade, essa dádiva às vezes descartada no primeiro acesso.

A finalidade de simplificar informações e contextos complexos para o público tornou os infográficos atrativas ferramentas de discurso. Facilitam o entendimento e cativam o leitor; alguns até possibilitam certa interatividade. Há alguns que são essenciais para fixar o conteúdo ao espectador e instigar o pensamento crítico. Entretanto, o uso intenso desse artifício estabelece uma leva de leitores atrofiados, presos a interpretações rápidas; percepção rasa a partir de ilustrações que resumem e simplificam temas que, às vezes, para uma compreensão adequada, exigem horas de reflexão. Os traços carregam relevância que é amparada pelo texto. Esses traços não são o texto completo (ao contrário do que alguns cartunistas conseguem fazer ao representar o relevante em uma charge). Eles são um componente.

A rotina de trabalho nos impulsiona a terceirizar alguns aspectos e atividades da vida social em prol de manter o fluxo da modernidade. Alguma coisa nos é praticamente inevitável. Entretanto, pensar não é algo de que devemos abrir mão. Provocar o diálogo das versões dos fatos e analisar as informações disponíveis é premissa de uma interpretação inicial. Seja diante da urna, entre amigos, dentro de uniformes, diante das páginas ou entre lençóis, o pensamento não pode sucumbir diante de facilidades; o caráter não deve ficar em frangalhos na Era do Instante. Nem sempre a boca precisa ser aberta. Nesses casos os olhos devem estar abertos.

Na continuidade do dia, o desenho de um garoto de quase nove anos evoca a compreensão, aqui do lado. Apesar dos pesares, vale a pena!

Publicado também no:  Observatório da Imprensa e no Caderno DA, do jornal Diário do Aço

;

segunda-feira, 16 de julho de 2012

futuros textos

Antes de partir para os textos mais recentes (dentre os quais estão os publicados no DA Presente e no Observatório da Imprensa. Segue mais um... e assim esta saudade está morta...


quinta-feira, 26 de abril de 2012

tipografia orgânica


Acordo e revejo  Life in a Day (o longa, projeto de retalhos do you tube); a encenação do espontâneo. O desafio de montar o enredo e a facilidade de obter cenas repetidas e ângulos comuns, pois somos repetitivos e iguais em essência (criativa?). Excesso. A tela passa por vaidade, prazeres, ridicularidades, simplicidade e irreverência. Tudo ao mesmo tempo, por toda a parte. Remendos de felicidade X verdade. Nossas particularidades mostram-se sutilmente especiais. Especiais por serem nossas, únicas em si, e não por serem mais ou menos relevantes na esfera social. Mais do que a essência do detalhe; o lugar que ele ocupa no tempo e espaço.

O filme constrói uma mensagem que comunica a humanidade a partir dos fragmentos. A comunicação espontânea, remontada. As interpretações à flor da pele.

Transpor a imperceptível lâmina d'água da realidade e misturar-se ao outro. a justaposição de Eiseinstein e a liberdade de Bazin. O epicentro da vanguarda em algo que se revela não como novo, mas como alternativa ao fluxo da modernidade. A reflexão sobre o que é o dia, a vida e um no outro.

Essa tua ruminança não é genialidade. É uma coceira do ego, da vontade de dominar. A alternativa então é ser cafona e sumir na massa, para que você me conte nua; me continua na curva da cintura desse nosso devaneio. Quando a palavra silêncio preenche toda a minha boca você surge. Contempla sentada ao meu lado. Ah, a tipografia orgânica desse seu olhar;

Em tempo, observar um grande artista embrenhar-se pelos números em prol de alternativa para sustento e desenvolvimento só anima quando percebo que a desesperança urbana será golpeada pelos olhares do meu amigo artesão da vida, que modelará os números em um cálculo que dobrará o concreto de nossos corações e transformará os espaços em ideias habitáveis. Que Deus mantenha a visão.

Outros filmes se repetem diante dos meus olhos, Diário de um jornalista bêbado e os Amores da casa de tolerância. A realidade em estado cru, a fantasia nua de narrar histórias marcantes. O cinema ainda é alívio, mesmo quando nos sufoca.

Hoje permito-me estar absorto na névoa que se esvai e revela a silhueta do infante sorridente a correr sob os raios de sol da manhã. O que ela [névoa] revela fascina-me todos os dias, todavia, a maneira como ela se dissipa intriga-me. Ela vai sem nada levar. Eu fico nu orvalho, admirando o novo dia do qual faço parte.

eu passo!

passocomunicacao.blogspot.com

sábado, 3 de março de 2012

o sabor da linguagem


Enquanto no escurinho há teatro e cinema, e à mesa (e aos olhos) repousam orgias gastronômicas, sem reservas, respira-se entremeio aos fluxos urbanos. Dentre As mais fortes, o bufão. Não o filho do demônio, mas o riso grotesco, as entranhas do homem expostas numa risada. O espelho que anda diante de nossas palavras reflete nossos pensamentos. Encenar a espontaneidade é respirar. O processo de formação de público, estimulado pelas campanhas de popularização do teatro e da dança colherão frutos a longo prazo. Todavia, a iniciativa deveria contaminar também as salas de cinemas, com estratégia de exibição de filmes "não comerciais" seja ficção, documentário, curta, média ou longa metragem.

Frustração é consequência de visão limitada [embebida em paixão], entendimento raso. Diante dos desafios, o talento traz a confiança, mas apenas a sabedoria a mantém. Apesar de tudo o que cansa no humano, os poros escondem mais do que pelos; o suspiro e as palavras muito mais do que significados.

A felicidade está em encontrar a plenitude da vida no gerúndio, no significante. Chocolates e olhares. A amargura o distingue, realça a ternura de seu sabor, delineia o espanto, o medo de se envolver; a vontade e a energia. Tudo em uma mordida silenciosa, seguida de uma intensa e vagarosa dança da língua. Amelie ou Angelique. Poulain ou Delange.

O som de degustar um chocolate. Caminhar na chuva emotivamente anônimo meia noite em paris; texas. Inocente, ingênuo e intenso, o amor se faz em um chocolate e impregna-nos ao se desfazer na língua.


Entre o que nos faz humanos e o que nos faz palavras, o picadeiro pós-moderno: a cidade
O circo é o palhaço. "O gato bebe leite, o rato come queijo. E você?"


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rumor e prumos do olhar





Para o Jornalista, tudo o que é provável é verdade”, H. Balzac

Ninguém parece se ater às águas enquanto navega, por isso vêm a pique, pois no meio do caminho há sempre mais do que uma pedra. É fundamental que os narradores percebam de onde vem o barulho que determinam suas pautas. Na Bíblia, o efeito “solta Barrabás” mudou o rumo dos acontecimentos, atualmente, eventos Trending topics como o “Luiza Canadá” e “Grávida de Taubaté” mudaram a pauta da mídia nacional, as discussões sobre comunicação em massa e criaram um instantâneo clichê do humor.

Sofrimento e irreverência continuam como moedas sociais. Na mesa de discussão da agenda reflexiva, as memórias reais da sociedade são substituídas por ideologias de palavras e espasmos de uma puberdade tecnológica, onde a ponta dos dedos ordena ações às telas, mas as palavras à cabeça não provocam mudança nos comportamentos. Os veículos de comunicação ignoram o poder do buzz, mas são regidos por eles. Atualmente, o tosco telefone sem fio define o material reflexivo tanto do narrador quanto do espectador. A temporalidade do assunto e seu poder de assombramento, de retorno, são subestimados e substituídos pelo que está na moda. Quem define essa moda? Um grupo corporativo (como defende W. Bueno), as classes sociais, ou as gerações X, Y, Z?

Quando se diz que um escritor está na moda, sempre se quer dizer na prática que ele é admirado por pessoas com menos de trinta anos” Eric Arthur Blair.

Navio tomba no mar, prédios caem no Rio e Pinheiro já não simboliza natal, mas atrocidades de um governo reacionário e negligente, amparado por uma polícia cujo bom senso está na ponta dos dedos, comprimido entre gatilhos e cassetetes. A imprensa com canetas e eletrônicos mais uma vez registra o imediato mas não constrói a rede de interesse que cerca a permissividade dos governos, da estrutura de habitação (ocupação, viabilização e fornecimento de serviços básicos, expansão), da gestão da segurança pública, educação e saúde como pastas interligadas. Enquanto isso na mídia, o aniversário de uma Potra na Bahia continua a ser matéria.

A imprensa de modo geral se confunde no âmbito emocional ao cobrir tragédias. Esquece que todo dia tem tragédia, pinça as cinematográficas e “cria” personagens em cima de vítimas. Constrói heróis e transformam telejornais ou jornais em versões noticiosas das mensagens fonadas melosas de datas comemorativas. Gasta-se tempo demais em repetir informações (imagem e texto). O efeito disso vai além das edições nas bancas, ou dos telejornais; a interferência da imprensa chega às livrarias, afeta escritores e autores de livros; as prateleiras são entupidas de títulos ruins com alta venda.

Tragédia não é só para os gregos, mas Reforma é coisa de brasileiro; acostumados a fazer puxadinhos e gambiarras, quando na verdade, na maioria das vezes, tudo deveria ser posto ao chão. Reforma agrária, política, ortográfica, da imprensa, da habitação, dos transportes, da saúde, das religiões e dos colhões. Todavia, a inviabilidade do recomeço aponta a reforma como o mais viável; trata-se da coleta seletiva do comportamento humano. Não resolve, pois não atua no consumo e no início da cadeia produtiva, mas ajuda uma vez que provoca reflexão e ação imediata. Como se reforma um olhar?

Moderado e nítido, seu olhar girassol encontra o chão;
no renovar de mais um ciclo, sementes.
Salve o Guardador de Rebanhos, que na beira da estrada
é o paradoxo de nossa falência

.,


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

bulas e fórmulas





O sentimento e o raciocínio que o homem tem em relação aos outros e aos sistema deste mundo é o mesmo que utiliza para se relacionar com Deus, ou com o que concebe ser Deus. Sempre na política do merecimento e recompensa. Com o foco na restituição ou no reconhecimento e não em ser relacionar com Deus, mas no que Ele pode oferecer. O desejo vão do homem e sua vaidade extrapolam a vida social, a postura religiosa e o que o homem fala a respeito dos sentimentos. 


Existem fórmulas postas na sociedade, cadenciadas entre os perfis de comportamento. O indivíduo absorve algumas e quebra outras; fato catalisador de novas fórmulas. Curioso é a incoerência entre as fórmulas, quem as cria e para quê. A famigerada tentativa de controlar e julgar, inevitavelmente revela o processo dos indivíduos em determinar fórmulas para os outros. A matriz do pensamento do indivíduo estrutura rotinas de racionalidade e utopia cada vez mais humanas, e com certa possibilidade de controle.


La piel en que habito. O Desejo como estopim da desgraça. A sanidade posta à prova pela sucessão de fatos. A razão pode ser alterada por quem detiver a oportunidade e o controle. Junto à pele, o bisturi arranca a segurança, a identidade. Com a ferida, sangra para dentro do corpo amargura e a dor. Tal combinação aflorada revela a força da destruição, mas a pele já é outra. Na mesma pessoa, as mesmas lembranças, mas com a sucessão de fatos e experiências, uma nova identidade.


Alguns finais felizes não exalam felicidade. O paradoxo se sustenta no sabor de um chocolate amargo.


rascunho:
La peil en que habito
Complexo e reverberante
Vicente ansiava fuga e coisas novas (Durkein). Atencioso, a vestiu. Inocente fugiu.
Vera perdeu a identidade e a teve transformada física e psiquicamente
Estava pronta a ser o que os outros desejassem que fosse, desde que isso diminuísse a dor.
Roberto - A loucura e a mágoa estabeleceram sua sanidade
A Mãe tinha "a desgraça em suas entranhas". 

A morte foi a saída e libertação que todos buscavam. 
E finalmente Vicente se tornou apto à Cristina


Zeca x Roberto - o erro bíblico (Abraão Sarah e Agar)
O Erro Humano (com vassalo e com patrão)
Foram pólvora

A inconsequência de Gal, da traição ao suicídio foi o estopim para a insanidade de Roberto; o trauma de Norma, a transformação de Vicente e a morte.

"eras minha melhor metáfora
O clichê a contrariar as leis da física.
A curva da cintura dobra sobre mim"


Quais as fronteiras do teu olhar? 
Até onde agridem as ondas de tua voz; até quando reverberam tuas palavras e sufocam-me as interrogações que impulsionam meu pensamento?



gira meu sol


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Senso nonsense



Existe manual para o bom senso? As atividades diárias de qualquer profissional exige muitas vezes não somente o cumprimento dos procedimentos, mas fundamentalmente o bom senso para decidir sobre ações específicas. No jornalismo também; e essencialmente na rotina da imprensa. No momento de dar peso às pautas o que merece destaque? A privataria, o tiro na mão, a chuva e o estado de emergência, o aumento de impostos, os gastos desnecessários do executivo, legislativo e judiciário federal, presidentes e o câncer, a oscilação das passagens aéreas e rodoviárias, os terminais lotados, a lastimável saúde pública, o senador que toma posse e o filho que faz caretas? Fato é que muitas vezes os milhares de veículos de comunicação ignoram algumas pautas em potencial, que exigem do repórter apurado faro e habilidade de lidar com o tempo e as palavras.

"Night again meu bem", canta o boêmio. As prensas cumprem seu destino madrugada a dentro, mas do quê mancham o papel não mais branco? O cursor nas telas apontam para quais narrativas? Não falarei da música de natal na voz de Simone mas, então é clichê, e o que farão os jornais? Pautas de retrospectiva, farofa, fogos, estrada e arroz, assuntos para se esquecer e aquecer até o carnaval. Reclamamos, mas os assuntos das rodas de conversa (corporativas, familiares ou de bares) são também cíclicas.

Para definir que notícia estará em sua timeline ou nas bancas, é preciso além de conhecer a narrativa já iniciada, os temas em continuidade; analisar os fatos cotidianos e avaliar o peso de cada um e sua relevância para ganhar mídia, e não a sua relevância como fato isolado.

Sempre carregado, o estilingue das redes sociais digitais (RSD) se posiciona como um personagem estratégico no fazer jornalismo. Em pouco tempo de existência em massa, as RSD já determinam forma e conteúdo de planos de comunicação de empresas e direcionam a produção de textos nas redações. Sempre uma palavra à boca ou à ponta dos dedos. As fontes falam alto e ao mesmo tempo. É preciso peneirar as palavras para obter informações de qualidade e assim construir um texto que ao ser lido contribua para a evolução humana (reflexão, mudança de postura, decisões embasadas, ou entretenimento).

Engajamento ou Purpurina? Essa não deve ser a questão.

Não apenas as empresas e respectivas áreas de comunicação, mas também as redações compreenderam que não é possível apenas informar. Os veículos, assim como as pessoas, precisam se relacionar com o público, comunicar, envolver o leitor no processo de construção da mensagem extrapolando as aspas. Não se trata da institucionalização do caos, do registro bruto dos diálogos ou da espetacularização das narrativas.

Na caminhada para construir pautas gerais e específicas é preciso ir além da ingenuidade, do territorialismo e dos interesses comerciais. A nação não está resignada ao sudeste; as pautas não estão na ponte aérea, mas nos 5.556 municípios distribuídos por um território de 8.502.728,269 km². Todavia, é notório que a segunda região em número de cidades concentra o bolinho do barulho. Os donos da bola estão onde há o aglomerado do acesso e fluxo comercial. A despolarização das pautas (e sua verdadeira globalização) depende também do poder do narrador em interligá-las com os pólos referenciais do país e demais regiões, caracterizando o famigerado interesse (utilidade) público.

O índice de leitura no país se arrasta, mas aumentou nos últimos dez anos. Ler mais não é ler melhor, mas é ler. Há quem diga que o twitter nas bancas é representado pelos impressos de 25 centavos. Sangue, Sexo, Suor = Desejo. Após compreender o sistema de consumo de informação, e o novo padrão de relacionamento das pessoas com as mídias, é imprescindível que os jornalistas exercitem o olhar diferenciado sobre os fatos em equilíbrio com o tempo disponível para publicarem os textos. Arnaldo Antunes certa vez tentou representar essa angústia (mensagem X tempo) no poema Agora (já passou).

Após definidas as pautas, como fazer? O cenário encontrado é de redações esvaziadas, jornalistas sobrecarregados, muitas vezes sem infraestrutura, e profissionais rasos lançados pelas universidades no mercado de trabalho. Entretanto, além da imprensa especializada, pode-se encontrar em veículos nacionais, estaduais e regionais bons exemplos de pautas sóbrias e textos bem construídos, cabe ao leitor não parar no primeiro piscar dos olhos e mergulhar com bom senso nas narrativas expostas à exaustão. Existe pesquisa afora o google.

Publicado também no Observatório da Imprensahttp://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed675_senso_nonsense






Essa sua mania de refletir o luar nos olhos,
apreender no sorriso o sol
e na distância a esperança...
Esses seus pensamentos a silenciarem minhas palavras
e me fazerem nu
 em uma gota de lágrima.
Ah felicidade
Agora
passo
.,

domingo, 11 de dezembro de 2011

textura



Pautas à mesa. Afora o blefe, os copos e os corpos, as palavras começam a formar textos justos; do tamanho de sua língua, necessário leitor. Quantos toques você tem disponível para seu texto? Sua chamada? Como os utilizará para fisgar os cliques e os olhares dentre tanta oferta? Fica então evidente que na feira comunicacional, os narradores são feirantes a buscar inovação do fazer jornalismo. Não basta gritar ou dar razão ao cliente; é preciso oferecer-lhe autonomia para interferir, além de degustar sem compromisso, poder transitar pelas diversas plataformas disponíveis em sua banca, essencial jornalista. Todavia, o cliente não é dono da banca nem da feira, mas sem ele, o que há?

Vale a pena ir às bancas, ruas para caminhar. Árvores construídas de palavras, outras enfeitadas de calçados, calcinhas e mangas. Saneamento mítico na maioria dos municípios, consumo estimulado, desestimulado, estimulado. Crédito, endividamento, desemprego, qualificação e lucro. Mudanças muito mais que climáticas, Rio + 20, 30, 40, 50... as pautas são um buffet cujo serviço varia do self-service multimídia, à francesa. Alguns veículos de comunicação oferecem um cardápio que tranquiliza o olhar diante do caos informacional. Eles expõem de forma precisa a vulnerabilidade dos fatos e declarações, a atrocidade do humano (da política à cultura), os hormônios no pódio, a tabela menstrual da sociedade e os focos de reação: a contra corrente do avassalador processo de urbanização; a esperança aparece entrelinhas ou estampada em páginas especiais. Reflexão também é utilidade pública e algumas pautas têm conduzido o leitor com primazia a este estado outrora naturalmente humano.

O leitor precisa exercer a paciência e reencontrar o gozo da busca e da persistência. No meio de tanta coisa ensebada nas livrarias e bancas, encontram-se também excelentes títulos, que são vitaminas para degustar o cotidiano. Vale a pena sair da caverna. Diante das pedras do caminho (elas existem) atire um limão n'água e não limite-se a observar a margem, os peixes ou embrulhá-los em jornal.

Os problemas criados pela redução do orçamento e das redações forçaram intensificação no inovar o fazer jornalismo. Desde a utilização das plataformas multimídia, produção integrada e colaborativa, ao estabelecimento de outras narrativas. A ordem estrutural distancia-se do geral como um monobloco para reconhecer o todo como uma rede e tratar cada ponto dessa rede como um universo à parte. Os Podcasts revigoraram o fazer rádio, os blogs fizeram uma Reeducação Postural Global nas colunas, as mídias sociais (verdadeiros catalizadores) integraram-se ao compasso dos fatos e do produzir das redações. "Tudo ao mesmo tempo; Agora já passou", como escreveu Arnaldo. O F5 tornou-se o capataz de um frenético deadline. O conteúdo, tratado como alimento precioso e às vezes perecível, é transmitido em narrativas ora rasas, profundas, simples o complexas. Tem para tudo e para todos. Para. O processo de reconhecimento e referenciamento é fundamental para o consumidor se encontrar e respirar, mesmo que debaixo d'água.


Vai, revela-te aos meus olhos, pois sinto-te pulsar em meu sangue.
Diga-me teu rubro nome,
meus poros ainda estão cheios do teu sabor;
teu perfume é adorno no meu olhar,
teu toque sustenta, é pólvora, fogo e flor.
Vem, entra no espaço que é seu; lado
o caminho sob nossos pés descalços.





Sua textura!
Sua textura arranha.
Há língua

Espaço e tempo

- - - - - - -

Saiu no Observatório da Imprensa

domingo, 27 de novembro de 2011

Caldo de Rocha - Cinema e narrativas


Cinema. O que o define? Fotografia (real) ou a montagem? Ao considerar que real é a sobreposição de montagens, é possível perceber que para existir cinema é fundamental a fotografia, o real. Pois a fotografia é a montagem de um real que não é mais (Agora já passou, Arnaldo). Essencial compreender que real e verdadeiro não estão, neste caso, ligados à pureza e neutralidade, mas em versões. Toda versão, manifestação humana, acontece por meio de uma narrativa, que por sua vez é construída a partir do repertório do indivíduo. O real é a interação e ruptura das narrativas dos indivíduos no mise en scene que forma o corpo social. Assim, o cinema recolhe amostras deste cenário para estabelecer uma outra narrativa. Cinema é a fotografia expandida além das experiências convencionais de registro e representação.

Seja para atividade jornalística ou para fins audiovisuais, é preciso conhecer e reconhecer os modos de representação do documentário para lidar com o que se concebe como realidade. Entre o expositivo, observativo, interativo, reflexivo ou poético, a escolha de uma estrutura para criação da narrativa determina não apenas o rosto do trabalho, mas sua linha de interferência (absorção e reverberação das reflexões).

Eiseinstein e O sentido do filme, a manipulação de elementos para causar impressões. Uma atração a cada plano, integrando-as em sinergia para gerar a reação desejada. A cor, o ritmo, o significado pela prática. O público sendo inserido psicologicamente no roteiro de forma guiada. A máquina artística do cinema e seu funcionamento mapeado de forma que as atrações e o choque pelo ritmo recriem na tela a cultura do circo (como estrutura de espetáculo). Absorção de sensações. Ou não.

Ecoa então André Bazin e o véu de Verônica, o santo sudário comunicacional ao registar o real de forma a não controlar o processo de produção, mas ocupar o respectivo lugar de interferência no processo. Interagir com a fonte e até mesmo ser dirigido por ela. A construção conjunta de uma narrativa proporciona uma interessante leitura e interpretação das coisas e signos (e Alfred Schutz não é sandália). O leitor expande o roteiro, gera sensações à medida que absorve. O instigante operar Sistemas de relevância para se manter no fluxo social.


Esculpir o espaço tendo como ferramenta o tempo.

Psicologia/espaço = Cinema
       Percepção

Fazemos cinema com os olhos, registramos não em 35mm, mas essencialmente em massa cinzenta (hipocampo e sei lá mais onde), com imagem, áudio e sensações. Catalogamos de forma intrigante, editamos de um modo transcendental. O acesso ao material é como o belo visitar uma boa videolocadora ou sebo. Somos (formamos) o real com o corpo e suas variações física, espiritual e verborrágica. A linguagem é plural. As estratégias para disseminar e recriar narrativas estão disponíveis.

Memórias decupadas expostas na mesa onde a linguagem é a régua a balizar e medir. O leitor que se quer, a narrativa a que se propõe. As narrativas friccionadas pelas diversas plataformas midiáticas disponíveis na sociedade geram muitas vezes desconforto. No limiar da incerteza, a escolha (a partir do repertório) do que se quer consumir e (re)produzir.

O que vaga entre os propósitos e o tempo que preferimos ignorar passar. Esse veneno, essa vacina. Os ruídos dos pensamentos alheios que reforçam o quanto somos comuns. As inquietas mãos revelam a insegurança de seres seguros; mentes em produção. Embora todos queiram sinceridade, a incoerência sela os passos pernósticos; o fim? O reconstruímos a todo momento ao alimentar o ciclo da vaidade e desejo vão. Insensatez, if they shoot horses, acabou chorare, Ainda Bem. Se tudo pode acontecer....

a terra mana leite
laços transformados pela textura das ilusões;
pedaços de carne em suspensão crua
a maciez da tranquilidade;
dois filhotes gêmeos de gazela
ternura
ideias incendeiam uma gota
chove à distância
a película do aconchego em uma flor




-

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

bambu, jornalismo, narrativas



O incômodo é premissa para o bom funcionamento do jornalista. O estranhamento pende a Camus e  é essencial. Desafio? Buscar mantê-lo e o transpor para construir narrativas.

O modelo de referenciamento do agenda setting mudou de "as notícias de ontem publicadas hoje" para "faíscas de fatos por minutos" (viu no twitter?). Está mais evidente a cada dia a impotência humana em acessar e processar toda a informação gerada no mundo. Boca pequena escancarada diante da pipoqueira de fatos. As narrativas contemporâneas revelam assim um quadro interessante, porém perigoso:  A noção de pertencimento mudou, se expandiu e assim confundiu os "desavisados" ou os mais empolgados com a expansão das fronteiras  da comunicação (emissão, percepção, recepção da mensagem). Nesta cultura de rede, cada nó comunicacional é um ponto de referência e interferência; junção com o próximo. As narrativas devem reforçar valores humanos e interrelacioná-los com os fatos. Isso sem deixar de tocar nas fraquezas. Quais as pautas da atualidade?

Retire o conforto e verá as manifestações. A escassez de recursos tornou o tema ambiental o mais forte e evidente pé da sustentabilidade nas discussões. O social é moeda eleitoreira, confundido com baixa filantropia, o econômico está cerceado de indicadores confusos, impactos profundos, distanciamento e direcionamento político. Distribuição de renda é diferente de crédito e juros. Desenvolvimento social não é sorriso de criança em foto. (Na parede rabisca-se desejo, necessidade, vontade. Nos jornais estampa-se dívida, crédito, consumo). A pergunta muda mas o personagem é o mesmo. Onde estão as truganinis da sustentabilidade? A vanguarda vem pelo que se achava obsoleto.

Os assuntos que a opinião pública precisa de ler (não necessariamente os que ela deseja) são tratados de forma profunda pela mídia especializada. Para discutir a sustentabilidade como uma pauta séria na mídia, é preciso estabelecer diálogo. A conversa é o melhor mecanismo para, entremeio a rotina estressante, construir pautas que precisamos ler.

No meio do caminho... a mídia e o sistema de referenciamento. A mídia não é responsável por educar, mas por provocar. Entretanto, a inquietação é premissa ao processo de educação. Os valores sociais básicos precisam ser resgatados. Visibilidade e sustentabilidade são diferentes. Todavia, aos estampar marcas e práticas, todos querem fazer dinheiro para retroalimentar o processo e o ser.

Uma coisa são as narrativas, outra é o verdadeiro propósito das ações. Para que as iniciativas sejam efetivas, é fundamental desmistificar o conceito de obrigação no ambiente do público e privado. É preciso parar de brincar de "batata quente"; ao invés de transferir responsabilidade, deve-se estabelecer mecanismos de interferência e transformação social. O poder público e a iniciativa privada em ação conjunta. Essa visão também deve amadurecer os questionamentos e as narrativas não apenas da mídia especializada.

O papel do mass media na indução ou reforço de hábitos é co-responsável pelos impactos socioambientais gerados. A utopia das narrativas vive entre o problema social recorrente e a temperatura do mercado financeiro. Como disse (ou não) o professor Ladislau Dowbor "crescer por crescer é a filosofia do câncer".

Ah, la belle verte! Os impactos interdependem do estilo de vida assumido pela sociedade. O nível de individualismo e satisfação contemporânea determina a intensidade do impacto gerado. Embora haja uma comoção inicial diante das mazelas, a mudança inexiste, caro Ivan Fiodorovitch. O senso de coletividade é baixo [social / acadêmico]. É necessário construir narrativas que provoquem mudança, reflexão e, assim, incentive a conscientização. Deve-se ouvir as fontes, compreender o contexto, para construir o argumento, estabelecer uma versão e só então formatar o texto. Tudo em um ritmo intenso e imediato.

Além do meio ambiente, as novas mídias abrem a possibilidade em despolarizar a discussão a respeito de questões sociais, comunicação e economia. As redes sociais digitais são catalizadores. Às vezes falta amadurecimento na utilização das ferramentas e absorção do conteúdo disponível. O engajamento estimulado pela mídia a conta-gotas estruturada de forma transparente e objetiva. Precisa-se monitorar, envolver; regionalizar a sensação de pertencimento e construção de orgulho e credibilidade.

A Educação e a Comunicação precisam criar alianças entre as plataformas de reflexão, para orientar os usuários em como usar a rede (ou a respeito das variáveis de movimentação), para assim confrontar a cultura de manada e provocar o amadurecimento do indivíduo no uso e consumo não apenas de informações, mas fundamentalmente dos recursos naturais, dentre eles o potencial humano.


Seu segredo não está nas areias. Está nas calçadas e cadeiras. São os passos, a onomatopeia e o sotaque que rasga o canto da boca com um sorriso. São curvas que nos aproxima e fazem-nos dançar. São os homens de chapéu coco, mas sem a maçã. A esfera do tempo rompe a esperança. Cada passo ao largo aperta dentro. Cada olhar é procurar o pouso que não vem. Liberdade.

Não existe mais a necessidade de esconder nas letras; há facilidade
Soluções não simples, muito menos imediatas.
Mas tal qual o soluço
imediata é a ansiedade de...
todo o mel da flor

;

o papel manchado com ideias;
olhar a contaminação, poder ler, cheirar e rasgar.
orgânico escrever...


palavras recicladas nem sempre formam novas frases
mas representam novas ideias


construção
.,


Está disponível também no Observatório da Imprensa
http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_bambus_jornalismo_e_narrativas

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

tomate cereja





tomate cereja e o balanço da comunicação, 
são meus pés estes fora do chão


Com poeira nos olhos tateio os discursos e reconstruo as narrativas que fazem chorar as flores. Ego: epicentro humano formado pelo repertório planejado, o espontâneo e o utópico. E assim o indivíduo se coloca a dançar com a Glória de Horace MacCoy. A fumaça da Uspequistão contamina. Um cinegrafista aponta sua arma e recebe o beijo da realidade: cai morto no noticiário. A ordem social (e o processo de comunicação) precisa de ações imediatas e ações de planejamento. Ocupação de espaço, factual, posicionamento, choque; e também a interferência sociocultural com resultados efetivos a longo prazo. É preciso pólvora e flor; há tempo para todas as coisas debaixo do sol, conforme escreveu um poeta antigo.


Conteúdo midiático é semelhante a comida; há diversidade de sabores e consumidores. Para produzir pensa-se nos estímulos, no efeito que se quer causar (do incômodo ao gozo - ou do gozo pelo irreverente). Para isso, é necessário conhecer a língua do outro; o potencial de percepção, os parâmetros de sensibilidade. Caminhar entre as papilas, compreender como funciona os sistemas de relevância do indivíduo-alvo e assim, estabelecer o fluxo de mensagens (esquecer a formicação de tentar ter controle sobre o processo e assumir o respectivo grau de interferência). Abandonar a vaidade e o desejo vão. 


Precisamos integrar as plataformas de comunicação, desde a conversa em roda, revitalizar a praça e potencializar o código binário, os 140 caracteres, links e tags. Hugs and kisses. A compreensão a respeito dos sistemas de controle permitidos em um processo de interação é fundamental para manter o fluxo social. Visualizar e sentir as fronteiras das narrativas.


A valorização da cultura regional e sua utilização para transformação social depende do modo como as mensagens são construídas e disseminadas. Devemos transitar entre as mídias de forma que cada migalha de conteúdo disperso construa um significado, e contribua para a evolução humana, possibilitando descanso ao corpo, recheio aos estômagos e vazão aos intestinos e mentes.
















Onde estão as (os) truganinis da comunicação? Lacrados em teorias, livros, poemas soltos, xícaras de café? Incomunicáveis; seus pensamentos estão soterrados nas rotinas cada vez mais sucateadas das redações e das assessorias plastificadas? Não acredito que estão obsoletos, talvez inacessíveis, ou se guardando para quando o carnaval chegar. "Em gaveta não se guarda coisa alguma".


A realidade cravada entre os dentes explode com seu sabor tomate cereja. Torpor. 


sob gotículas colhe tomates. o dorso nu recebe o beijo.
os lábios provam do espinho. sob o orvalho cheira as rosas.
a alvura do algodão, a maciez da terra molhada.
o toque divino sob o cheio luar
tranquilidade







passo, fatum e fado
Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Salmos 32:8 

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

sementes



As parábolas bíblicas são a semente da verdade do reino dos céus. Nos incrédulos, céticos e niilistas ela não frutifica, mas incomoda, entretanto não permanece. Mt 13: 3-12. Nos arrependidos e crédulos, que reconhecem sua limitação física, psíquica e moral, a verdade bruta, dá frutos, é então revelada aos corações e mentes dignas, que incessantemente buscam de Deus.


Esteja aberto a novas palavras antigas: Mt 3:9. O poder da Palavra é sobrenatural. Pela palavra tentam pegar Jesus (Mt 22: 16, 35. Pela palavra coisas se movem, coisas são criadas: Fiat Lux (e não é a caixinha sobre sua pia.


Terra. Inevitável campo de batalha. Se não nascemos Elias e Enoque, alistados somos em um campo de guerra já ganha, mas de batalhas a serem ainda travadas. Nossa espada para a batalha é a palavra e as ações por ela geradas. O campo de batalha é onde seremos honrados diante dos inimigos, mas sem soberba.


Teremos consolidada a dignidade de sermos vitoriosos. Felicidade? Entenderemos este conceito além do que comercializa as propagandas de margarina, refrigerante, cerveja, lingerie e desodorante.


Armados da palavra amor. O que essa espada fere? Deus é amor. O que tem origem no verdadeiro amor transforma, conforta, educa, vence. A verdade soberana de Deus está pautada em seu amor que maneja com sabedoria plena entre misericórdia e justiça.


Mt 12: 7 - Misericórdia quero sacrifício não. Perdão e amor com os agressores. Esta é uma estratégia de guerra, mas também uma técnica para esvaziar-se dos entulhos emocionais colecionados com o passar do... Tempo. Este espinho que não cabe em ponteiros e não obedece nossa vontade.


Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso pai celeste. (Mt 6)


Deus nos prepara para a vitória. Povos maiores do que nós ao tempo certo cairão. Precisamos não temer estes povos. Precisamos não temer as dificuldades, as aflições; e confiar, esperar em Deus. Pois ele estão no meio do seu povo. Israel de Deus. O pão de cada dia ele derrama do céu para nossos corações.


Não devemos nos entregar aos desejos da carne. Desejos de ter problemas resolvidos de uma só vez, e apenas pelas nossas ações; desejo de ter o que não necessitamos. Ter paciência, mas não ficar parados. Esperar, sem degenerar a vida.


sexta-feira, 2 de julho de 2010

a velha a fiar

ouvindo palavra cantada. permitindo melancolia às lembranças. significante e significado. os sonhos de peninha ou a aquarela de toquinho. o que há por detrás das letras? sentado no colo do tempo tenho numa mão o eterno retorno de F wilhelm N. A outra mão navega no ponto sem retorno do blog de um animaniac. Olá enfermeiro. A velha a fiar (pense além do que vê)... sim assista, o link segue abaixo. Mas assista também ao rato. junte e misture. acordei com um olho acordado e outro sonhando. permito-me desprender das hipocrisias dos seres ao derredor. sempre é possível exercitar um outro olhar e não se afogar nas lamúrias, interpretações e argumentações do cotidiano. Buscando de Deus mais maturidade, sinto rasgar uma ruga, dentro. Deus é bom.








se não acessar os links. Procure no youtube.


dia 5 tem outro post

ouço passos de novas palavras.
veremos quem chega à porta

www.passocomunicacao.blogspot.com

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Surpresa nas simplicidades




Quando pensa em surpresa logo imagina acontecimentos grandiosos? Por meio de ações extraordinárias que quase chegam a ser mágicas? Na verdade, você possui uma espectativa do que seria surpresa para você. Ou seja, você de certa forma já espera, pensa nela como uma possibilidade. Mas hoje quero te falar que a surpresa muitas vezes vem através da simplicidade e seu resultado extrapola nossas expectativas.

Naamã. Lepra. Cura. Surpresa. Superação.
Vamos ler parte da história de um homem. 2 Reis 5: 1-14
Naamã era o chefe do exército do rei da Síria. Homem valoroso, porém leproso. Junto com o orgulho de liderar um exército vencedor estava a vergonha de carregar na pele a lepra.

Ao saber da possibilidade de cura, ele buscou meios para alcançar tal cura, crendo, por meio do testemunho de uma pessoa de Israel. Naamã então criou espectativas de como seria sua cura. Imaginou como seria surpreendente ser curado da lepra por um profeta do Deus de Israel.

Foi até o rei de Israel munido de referências, recomendações (carta do rei) e teve a primeira frustração. Não era o rei que fazia milagres segundo a vontade de Deus. Quando já ia embora foi então chamado pelo profeta: Eliseu, o sucessor de Elias. (lembrem que ele pediu unção redobrada quando Elias foi arrebatado)

Então foi ele co seus cavalos e seu carro à porta de Eliseu. Mas logo, quando suas espectativas reviveram, veio a segunda frustração: Eliseu mandou um mensageiro. Naamã esperava que Eliseu se colocaria de pé diante dele, clamaria ao Deus de Israel, erguesse as mãos e depois tocasse a lepra e o curasse. Mágica.

Eliseu mandou um mensageiro que disse a Naamã para se banhar sete vezes no Jordão. Naamã teve sua terceira frustração, lembrou das águas dos rios de Damasco e suas águas melhores do que os rios de Israel. Ficou indignado.

Naamã não conseguia ver como Deus o surpreendera. Primeiro ele foi ao rei e tinha de ir ao profeta. Esperava o profeta e veio um mensageiro. Esperava grande espetáculo. E deveria se banhar no Jordão. E mais outra surpresa: assim como uma serva o convenceu a ir até Eliseu; um servo o fez pensar. Se o profeta lhe pedisse algo grandioso, difícil de fazer o chefe do exército da Síria assim o faria. Então o que custa fazer algo simples como se banhar no Jordão?

É melhor obedecer meu irmão. Mesmo que você pense que a simplicidade do gesto não irá revelar nada surpreendente. Obedeça a Deus sempre. Naamã obedeceu e foi curado e aí, quando Deus fez o milagre por meio da simplicidade, Deus também manifestou sua habilidade em surpreender. Naamã, um homem de luta, que ficava ao sol, que combatia. Um homem que se não fosse a lepra teria a pele gasta de sol, como todo soldado. Esse Naamã saiu do Jordão sem a lepra e com a pele, com a carne de um menino, purificado.

Deus faz o milagre. Te surpreende e te faz muito mais do que você esperava. Ele supera expectativas. Esse é o Deus que eu amo e sirvo.