segunda-feira, 5 de setembro de 2011

citações



Quanto vale o crédito?

E faz o quê mais sentido? A soberania de Wagner que sem usar palavras reflete nossas angústias e voracidade? Expõe nossas entranhas emocionais com as cordas, alimenta a utopia com o sopro, entretanto neutraliza a esperança com a ponta dos dedos”.

"Quando a vanguarda vira clichê, sei que estou ficando velho, ou que tudo está muito rápido. Resta-me dizer amo você, mesmo que seja você uma ideia".

“Você é sem gosto, sem cor, sem cheiro. Chego em casa e sempre as mesmas enxurradas, os mesmos terremotos, o apocalipse de sempre sem o fim eterno. Você corrói meus músculos e liquefaz meus nervos. Estou sangrando palavras tolas. Todavia, seja feita tanta incoerência: não fico sem você. Pura e cristalina, exposta a coliformes sociais, extraviada em suas ideias, você. Evapora”.

“Quando Eric Arthur disse que {Muitas pessoas não desejam sinceramente ser santas, e é provável que as que alcancem a santidade, ou que a ela aspirem, jamais tenham sentido muita tentação de ser seres humanos}; muitos sorriram, permaneceram com a bíblia aberta na sala, ou posta nas axilas, contudo a leitura fora descartada. Os aspirantes a vivem”.

"Proposital, assim foi. Foi assim proposital. Tantos autores sussurrando confusão e esperança. O indivíduo em seu espaço crítico, com um repertório aos ouvidos que grita no vácuo a razão, sobrevive. E o propósito tal que repercute no banheiro durante o escovar os dentes, é vapor; assim como o é a vida".

"O mergulho raso virou mergulho. O oráculo não fecha biblioteca mas peneira. O profundo mergulho ainda é profundo. Ante a fraca construção resta escolher o lugar de assisti-la ruir. Reconstrução".

"Não apenas caem os cabelos, mas as cordas vibram no Baiano. As memórias brilham como ouro. Os olhos lacrimejam e as gerações são como dois rios que se encontram rumo ao mar. O artista o é em essência e intensidade enquanto é anônimo. Assim flui a vida sem registro, mas com a espontaneidade de sua beleza".

"Somos voláteis, versáteis à procura de um ponto fixo em meio ao estardalhaço. Navegar ou viver? Precisão e necessidade. Montar frases; cavalos selvagens agonizando durante o galope".

há quem entenda
vale uma passagem de ida.
a quem entender.


O poder das aspas
o alívio de colocar o peso no ombro do outro;
a certeza de dizer sem assumir
o poder da escolha;
está comum textos exagerados em citações
situações / desequilíbrio
quem é o fiel?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ponto



Imersos em um mundo onde mercados competidores financiam ideologias, é necessário despolarizar as discussões. A polarização facilita argumentos e definição de estratégias, mas cega o indivíduo e o limita ao universo socialmente concebido como “modernidade e pós-modernidade”. A globalização levou cada um a etiquetar sua tribo, franquear seus desejos, seus sonhos, sua aldeia, e ser global por meio da contaminação do outro em busca de purificá-lo pela miscigenação.


O ser humano nunca desistiu do controle, nunca saiu da bacia da vaidade. Às vezes se levanta, ventila uma humildade de fazer pedra jorrar água, mas logo se assenta com orgulho e com sua hipócrita humanidade arrota soberba. Balzac está certo sobre o crítico. Phoda. Darwin errou. O bocejo é uma poesia e não a reminiscência. A lágrima nem sempre é o grito; muitas vezes é o gozo.



diálogos


o gosto de sua faca faz-me deixar de sonhar;
o gosto da lágrima traz de volta o fôlego
eu sou o beijo na sua boca
sou eu o botão de sua roupa
a sua voz rouca
você ficando louca
você sempre aumenta um verso
sempre você a me espremer entre estrofes

diálogos às vezes são sussurros
palavras que escondemos em um olhar


há distância


ponto.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

se fala



Ainda se fala de alma. As pessoas não dão conta de uma e procuram a gêmea. Encontram a semelhante, o reflexo, o inverso. Deslumbram-se em perdição em função do catálogo de desejos atualizados todos os dias pela “mente social” [a rede de significados/significantes posta à mesa].


“Perto das grandes todos são pequenos”. Egos empalidecem. Frases irritantes das focas a tatear assessorias ressoam entre os dramas corriqueiros dos dinossauros. Impressiona a forma como a carne [óbvio], a caminho da putrefação, à mercê da medicina e do tempo, com alterações de formato e consistência, interfere e muitas vezes controla as escolhas, os desejos e a filosofia contemporânea.


A mídia, os sistemas e a estranha necessidade de destoar; tudo soa cansativo. Somos olheiras e cremes, rigidez e flacidez. Carne e ideias, onde os números são indicadores de felicidade. O ser humano concebe a liberdade como tudo pode e deve ser experimentado. Desta feita, os desejos sociais variam da tradicional família à moderna orgia, institucionalizada, à pós modernidade está garantido o colapso. Este é o presente; desembrulhado, regurgitado.


O retrato social revela uma paisagem de muitos deuses, muitos santos, muito eletrônico, muito gozo, muito barulho e a profundidade rasa de uma ventosa suja. Não há interrupção de ritmo; o máximo a se fazer é o atraso, ou o desvio, entretanto o fluxo da mazela humana segue. Graças a Deus. A falência é clara. Uvas foram espremidas, cacau beneficiado e a gordura exposta ao calor; há sabor para sentir o movimento do tempo. O Dedo Torto de Deus rege a existência em linhas retas, de forma a nos mostrar a insignificância humana, o extraordinário potencial e o amor e o amor do qual somos alvo. Ainda se fala em alma, embora o saco esteja cheio.

....

calada, solta à mesa a palavra salta para dentro de mim
aperta meu coração, sufoca minhas ideias
faz gozar minha insignificância

soberba, a palavra se faz imagem
ressoa em minha cabeça
reverbera dentro de cada veia, artéria de minhas ilusões

e seus cabelos guardam o cheio que não é cosmético,
não é ambiente
é de dentro

entro?
isso é outro passo
calado, preso em meus olhos o olhar pula em uma palavra
e o dia logo escorre


...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Off sina





O umbigo sujo. Limpar é delicado, a área é sensível. Ainda assim olha-se o epicentro das decisões humanas como quem adora a um deus. A vaga ideia, vazia aldeia de minhas ilusões.


A contemplação de um dia entre os sons orquestrados, as palavras cantadas, a poesia receitada, mas não recitada, as palavras deixadas ao chão, os sabores e a umidade. O ritmo da esperança, a sensibilidade não-corporativa, nem sócio, muito menos econômica. O Quarto de Dormir.

O desejo de informar com furos faz vazar a consciência, deixa escapar o que deveria ficar. Permite que entre o que fora haveria de estar. Os móveis estão fora do lugar. São móveis.


Entre os pés, os traços da urbe que clama por menos cinza, por menos gente, por menos esporro e mais assovio. O suspiro dos hipócritas quebra a concentração do pássaro, interrompe a espontaneidade do canto. As árvores vão ao chão enquanto ainda há café na xícara, ideias no prato e sonhos agarrados nas unhas. E para muitos, nada como um banho de ilusão, secados com a toalha da realidade. A mala está cheia de toalhas. Tem espaço aqui.


Quando os joelhos dobram e não há forma de se esconder. Nem as lágrimas despencam, nem o tempo para, muito menos entra no agenda setting. E "eu não sou da sua rua". Nem ao menos provei os cafés de Sanada, nem ainda foram provados;


escrever para arranjar as palavras, escrever para despedaçá-las em outras frases. Rabiscar para bagunçar, para organizar o óbvio.



()

sábado, 6 de agosto de 2011

Oficina


disfarçado entre os dentes.

Não podia eu, fixar-me em Ambos Mundos, pois minhas linhas eram medíocres, comuns. Finca Vigia por uma foto, ou nota de jornal, apenas existe. Imersões culturais. Confortável e desolado entendo minha escrita. Agrado-me. Agrado.

Cansaço pede.
Melaço escorre.
Cansaço impede.
A rede Acolhe

Escorre na luz ó gota d’água
Reflete a inércia de meus pensamentos
Rega na névoa derradeira as pétalas de meu sonho
amanheceu novamente.

Escorre a gota livre dos resíduos urbanos
orvalho que nutre as manhãs daquele que insiste em sonhar

Escorre como ácido meu veneno sobre
meus sonhos dentro de minhas veias.
Pra quê nos afastamos de sermos tão simples?
Quando lembrar não é desejar, lembrar não é sentir.
Chove cinza sobre meus passos
toca meus cabelos, faz arder meus olhos.

rangendo ideias
batendo papo com Deus

lendo nas memórias o antigo Oficina
...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

o lugar da ausência

Às vezes a vontade de chorar é suprimida pelo sentir na sola dos pés a terra o tocar. O vento é vento sim, vem e passa; entretanto provoca. A sensação de ter os pensamentos voando para uma órbita desconhecida, enquanto as pétalas revelam seu sabor e os espinhos a sutileza de ferir para proteger. O choro rega as rugas rasgadas pelas frustrações e sorrisos de uma época que se renova a cada manhã, assim como as misericórdias. Adenina, Timina, Guamina Citosina, Gattaca e o DNA de um sonho, de uma possibilidade. A vida em um ciclo, o cílio que cai. (esse?)

O sol desponta pelas frestas das ideias que anseiam um campo de pouso. A face iluminada sorri, e o sorriso impulsiona as palavras a terem mais valor, a mesma forma, um novo sentido. Um cenário diferente. Mesmo à lama, sob o forte sol e a torrencial chuva, a tranquilidade de continuar, apesar das regras do Brazil de Gilliam. Melodias dedilhadas movimentam a cabeça como o vento movimenta a flor nos jardins. O equilíbrio, o olhar.

A maciez da esperança, a perfeição de Deus que sobrepõe às interpretações e religiões criadas. Inquietas; alma não tem cor e buscam todas um salvador para serem naturais, há necessidade de fluir em seu propósito.
O lugar da ausência, a confluência dos sonhos. Os sabores saciam à língua de uma forma que as palavras não saciam ao coração. À mesa, um espaço para as ideias; ao travesseiro, ah... Neruda.

No porta-copo palavras manchadas tranquilizam o sorriso, relaxam o corpo. No porta-luvas mensagens de tempos melhores. Um jardim pelo qual caminhar. Sanidade é fuligem. Une e forme.

sopra-me você me sopra
estouro-me em pedaços tortos
escorro-me em palavras brandas
mancho os pensamentos de esperança
fustigo a possibilidade com imagem suja e desfocada ao espelho
dedilho canções ao vento
escorrego na ponta de seu nariz
ouço suo soo sou
há flores.
Passo

-----------

segunda-feira, 20 de junho de 2011

avesso


O avesso nu, sonho.

Polvilhado entre as pessoas, o olhar busca pouso. Diafragma aberto em uma noite fria; com as sombras de uma realidade que me convida. Os valores e a percepção intensificados na sombra. As ideias em movimento junto aos corpos suspensos. A respiração é um personagem. A flexibilidade de um posicionamento, as contradições de um sentimento. Árvores frondosas, tecido, sombra, a transformação. “Somos o que somos”. A névoa de Eco é recorrente. Ser feliz é algo criterioso e simples, fundamentado na liberdade. Galhos firmes movimentam-se sem romper, sem partir. Dançam.


Seres Avulsos. Mentes cacófonas enchem o hall de gás carbônico. Pura expiração. Sanidade, uma lista de filmes, açúcar e livros; o coquetel que embala o sentido.


As formas, a estante e seus livros. Páginas rasgadas. As formas; a intensidade da impossibilidade. Um ser absorto em meio as ânsias do cotidiano. O mar corporativo das ideias na tentativa de mudar o bolso (que tem o bolso? Sonhos ou moedas / Espinhos ou chaves / pétalas ou ponteiros).


O olhar do limite; as palavras do silêncio. O conhecimento dissipado que permeia.

Compartilhar e se cansar. Vício em observar o movimento harmônico, dessincronizado. Firme, ela fisga meu olhar e abala meus pensamentos. Enquanto desfila a fruta partida em meia lua. Rubra. No momento em que para em sua realidade. O olhar. Quem entenderia? Mergulharia?


A fascinação beira a insensatez. Vender horas é um remédio socioemocional. Mantém o social, distrai o emocional e produz algo bom. Interferência. Ponto de apoio. A mão às vértebras; a maneira como ignora e interage com o ambiente. Observação e utopia.


A ideia é uma erva daninha. Chega a ser cômico vê-la se espalhar. Ás vezes nos é trágico, mas da tragédia sai a maturidade que, aliada à ingenuidade, é necessária para desfrutar-se do gozo. Há conversas. Ah, braços estendidos pelo corpo, ameniza-se o frio. Tosse.


Deus é um artista

sábado, 11 de junho de 2011

ops

Enquanto a esperança de muitos está no jeans, nos números e nas tatuagens; hoje a esperança não recai sobre nós como o orvalho. Hoje é o anti-dia, o descanso do anti-herói. Macarronada diet à terceira margem do rio. Tão pequenos, brincamos de banco imobiliário de forma superlativa. Outrora, aguardamos o que nos é maior. Amor torna-se fuligem, cansaço uma simples lamúria do lombo arriado.

Tenho um olhar preso aos olhos. Trago terra debaixo das unhas. A sensação sublime de ser pelo chão tocado. A felicidade que não nasce em árvores transborda nas entranhas de um pensamento que nem ao menos é original. Graças a Deus. Não quero eternizar um bilhete. A eternidade se alcança de outra forma.

Caminhando no silêncio de uma galeria, percebo os quadros, as esculturas, as intervenções de alguém que não está lá. Hoje é o dia em que todos descobriram as palavras, está chovendo texto. Há espaço para toda gota d’água. Seca e enxurrada.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

doces e conceitos


Angustio-me com a beleza;
Fascino-me com a angústia.
Na leveza da palavra distancio-me da escrita.

Assim; entre o que é, era e há de ser
balbucio temperos ao vento
caminho na névoa;
amparado

;

Vanguarda. A via dolorosa dos que seguem no fluxo da vida por seguir. Ser rio, ser margem, à terceira. Espeta-lhe às costas. Moderno Tristan S. e suas linhas intermináveis. Lágrimas e sorrisos fazem das rugas riachos, córregos, rios, cachoeiras. Ela estava com os pés nus sobre uma areia banhada pelo sol, em um horizonte desenhado pelas águas no mar e no céu. Nuvens. Traços de esperança. Vento aos cabelos. Parada em seu movimento. Raptada por um olhar; ah e a natureza do rapto. O vasto mundo, sua complexidade e simplicidade em um dorso nu.

Folga nos trâmites comunicacionais. Processos saindo do casulo. Transformação de conteúdo e aperfeiçoamento no uso das ferramentas para apresentar o mesmo, outra vez novidade.


Minha percepção dos mundos passa por uma alteração curiosa. Não consigo explicar. É individual, não cabe em palavras. Enxurrada de palavras diárias. O que comer? As interrogações e a caçada de exclamações, amparada pelo vício por reticências, movimenta o mundo das ideias. O amor está no movimento, em sua forma plena: inconceituável. Não se esquadrinha.

Os clichês são muitas vezes profecias ao vento. Somos todos iguais. A vaidade é palpável, até mesmo quando a espiritualizam. Frutificamos esperança.

Toca. Esconde-se e manifeste o que comove. Move. A insensatez não é um freio, mas o empurrão. Palavras em vão. Entra. Encoste, respire. Sinta

Filmes, livros e cafés.. e não mudo. Tramas
Mergulho; Ainda há fôlego.

Lá no fundo ressoa Tangerine, I gonna leave you...

Tempos Doces e Conceitos

estrada e convite. Vem?


quinta-feira, 5 de maio de 2011

dois pontos


Língua. Seus sabores.

Ela pensou com a névoa de Eco

Seus olhos deslocaram-se no horizonte

Espontâneo momento sem fala

Sua boca entreaberta

Após a contemplação, a insegurança

Quis encontrar o andar sete e meio

Mas não havia My Blueberry Nights e não se ouvia Try a Little tenderness, com Otis

Meus pés dedilharam as poças deixadas à rua

Não estava mais à chuva para cantar


Tudo que enxergamos esconde alguma coisa, nós sempre desejamos ver algo que está escondido por aquilo que enxergamos.” René Magritte (1898 – 1967),


Ah, comunicar. Irremediável, o furo expande. A nova testemunha ocular se desloca pelas redes eletrônicas chamadas sociais. O relacionamento de antes, que envolvia a presença física agora se baseia na transformação de códigos binários, e às vezes nem isso. O apagão energético é o apocalipse contemporâneo. É preciso energia para consumir e para produzir. O desenvolvimento de energias limpas está atrelado à sustentabilidade das relações sociais mediadas por chips. Os veículos de comunicação renovam-se. The new Newsmaker alastra-se, é Le fils de l'homme (O filho do homem), de René Magritte em 64. Confiabilidade consolidou-se como o fiel da balança comunicacional, embora muitas vezes seja soterrada pelo volume de citações e repetições. Os olhos como peneiras ininterruptas nos faz saborear boas produções. Mas nos instiga o que está por trás daquilo que vemos. A construção dos discursos força os produtores a experimentar a linguagem e suas potencialidades para conduzir e induzir sentidos. As formas sobrepoem-se exigindo um mergulho cada vez mais fundo. De onde virá mais fôlego? Alguns dizem da necessidade, outros se rendem e apelam para Deus e há os que fazem girar as engrenagens que movimentam uma fragmentada linha reta em poema. Takai Insensatez. Compreender que a mão que segura a pena (a caneta, a tecla, a tela) detém o controle de uma escolha. Todavia, a mente que pulsa sentimentos em palavras reconhece que o poder não se detém.


uma volta

ler a Bíblia

ver filmes

músicas

comida

na parede, à mesa

livros

volta?

ida

.,


eu passocomunicacao.blogspot.com