sexta-feira, 14 de outubro de 2011
todo mel da flor
todo mel da flor
onde o repouso é o movimento.
livre é a lua, presa à órbita da terra
acorrentada a versos
iluminando cidades quando cheia
transborda
Alheia é a esperança. À vista do que se não vê.
sórdidas canções; completam as frases como senhas abrem fechaduras.
toda a flor que há no mel
essência instalada em seus olhos
reticências
o gatilho; tempo é tempo
sábado, 24 de setembro de 2011
Comunicação nas mídias sociais
Impressões após circular por mesas multifacetadas
- A importância do monitoramento da marca nas mídias sociais (Alessandro Barbosa Lima – CEO da E. Life)
- Estratégia de mídia online: relacionamento digital com o mercado (Fábio Cipriani – Deloitte e Kraft foods)
- Como lidar com o consumidor nas redes sociais (Edmar Bulla – Consultor em Marketing Digital)
- A Interação nas redes digitais no mundo corporativo (Luli Radfaher – Doutor em Com. USP)
- As novas ferramentas de interação social (Fernando Neves Diretor da Ketchum Digital)
- Redação e informação para internet e mídia digital (Bruno Rodrigues – Consultor de Mídia)
- Mensuração nas redes sociais (Marcelo Coutinho – Diretor de Inteligência de Mercado da Terra)
- Gestão de crises nas redes sociais (Pollyana Ferrari Consultora de Mídia Social e Hélio Muniz ex-Diretor de Comunicação da GOL e atual Diretor de Comunicação da Mc Donalds).
- - As mídias sociais estabeleceram-se como um verificador de socialização, capaz de realizar o referenciamento de discursos e novas narrativas. As redes causaram a descentralização dos grupos de discussão.
- A avalanche de conceitos e formas de comunicação não deve sobrepor os valores corporativos e a posição da Empresa no mercado. Embora de caráter imediatista, o relacionamento em rede digital antevê um processo de relacionamento de longo prazo, de maneira interativa, transparente e, essencialmente, imediata.
- Tecnologia é o fetiche da pós-modernidade. Permite a sensação do indivíduo em se tornar um newsmaker e mudar o fluxo comunicacional em termos de produção, consumo e profundidade de informação.
- Todo o trabalho em mídia social digital se resume na tradução de duas palavras em alemão que significam: Entender o que está acontecendo agora / Como isso encaixa em nossa visão do mundo.
- O registro de impressões de marca e percepção de mundo expandem as mensagens sem muitas vezes alterar o conteúdo, mas sim sua reverberação. A brincadeira do “telefone sem fio” foi digitalizada. A retro-alimentação do conteúdo reforça a importância do mass media na definição do agenda setting das redes sociais. Os veículos de massa não controlam, mas interferem e até certo ponte referenciam a pauta das redes sociais. Desta feita, o posicionamento em rede social é também um desdobramento das ações de Assessoria de Imprensa.
- Diante do consumo desestruturado de informação e da saturação de mensagens e veículos, é fundamental objetividade, agilidade e transparência na construção das narrativas corporativas. Estudos indicam que até 2015 a informação será duplicada a cada duas horas, em função da pouca profundidade e capacidade de absorção dos usuários diante da enxurrada de dados.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
citações
vale uma passagem de ida.
a quem entender.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
ponto
Imersos em um mundo onde mercados competidores financiam ideologias, é necessário despolarizar as discussões. A polarização facilita argumentos e definição de estratégias, mas cega o indivíduo e o limita ao universo socialmente concebido como “modernidade e pós-modernidade”. A globalização levou cada um a etiquetar sua tribo, franquear seus desejos, seus sonhos, sua aldeia, e ser global por meio da contaminação do outro em busca de purificá-lo pela miscigenação.
O ser humano nunca desistiu do controle, nunca saiu da bacia da vaidade. Às vezes se levanta, ventila uma humildade de fazer pedra jorrar água, mas logo se assenta com orgulho e com sua hipócrita humanidade arrota soberba. Balzac está certo sobre o crítico. Phoda. Darwin errou. O bocejo é uma poesia e não a reminiscência. A lágrima nem sempre é o grito; muitas vezes é o gozo.
diálogos
o gosto de sua faca faz-me deixar de sonhar;
o gosto da lágrima traz de volta o fôlego
eu sou o beijo na sua boca
sou eu o botão de sua roupa
a sua voz rouca
você ficando louca
você sempre aumenta um verso
sempre você a me espremer entre estrofes
diálogos às vezes são sussurros
palavras que escondemos em um olhar
há distância
ponto.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
se fala
Ainda se fala de alma. As pessoas não dão conta de uma e procuram a gêmea. Encontram a semelhante, o reflexo, o inverso. Deslumbram-se em perdição em função do catálogo de desejos atualizados todos os dias pela “mente social” [a rede de significados/significantes posta à mesa].
“Perto das grandes todos são pequenos”. Egos empalidecem. Frases irritantes das focas a tatear assessorias ressoam entre os dramas corriqueiros dos dinossauros. Impressiona a forma como a carne [óbvio], a caminho da putrefação, à mercê da medicina e do tempo, com alterações de formato e consistência, interfere e muitas vezes controla as escolhas, os desejos e a filosofia contemporânea.
A mídia, os sistemas e a estranha necessidade de destoar; tudo soa cansativo. Somos olheiras e cremes, rigidez e flacidez. Carne e ideias, onde os números são indicadores de felicidade. O ser humano concebe a liberdade como tudo pode e deve ser experimentado. Desta feita, os desejos sociais variam da tradicional família à moderna orgia, institucionalizada, à pós modernidade está garantido o colapso. Este é o presente; desembrulhado, regurgitado.
O retrato social revela uma paisagem de muitos deuses, muitos santos, muito eletrônico, muito gozo, muito barulho e a profundidade rasa de uma ventosa suja. Não há interrupção de ritmo; o máximo a se fazer é o atraso, ou o desvio, entretanto o fluxo da mazela humana segue. Graças a Deus. A falência é clara. Uvas foram espremidas, cacau beneficiado e a gordura exposta ao calor; há sabor para sentir o movimento do tempo. O Dedo Torto de Deus rege a existência em linhas retas, de forma a nos mostrar a insignificância humana, o extraordinário potencial e o amor e o amor do qual somos alvo. Ainda se fala em alma, embora o saco esteja cheio.
....
calada, solta à mesa a palavra salta para dentro de mim
aperta meu coração, sufoca minhas ideias
faz gozar minha insignificância
soberba, a palavra se faz imagem
ressoa em minha cabeça
reverbera dentro de cada veia, artéria de minhas ilusões
e seus cabelos guardam o cheio que não é cosmético,
não é ambiente
é de dentro
entro?
isso é outro passo
calado, preso em meus olhos o olhar pula em uma palavra
e o dia logo escorre
...
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Off sina
O umbigo sujo. Limpar é delicado, a área é sensível. Ainda assim olha-se o epicentro das decisões humanas como quem adora a um deus. A vaga ideia, vazia aldeia de minhas ilusões.
O desejo de informar com furos faz vazar a consciência, deixa escapar o que deveria ficar. Permite que entre o que fora haveria de estar. Os móveis estão fora do lugar. São móveis.
Entre os pés, os traços da urbe que clama por menos cinza, por menos gente, por menos esporro e mais assovio. O suspiro dos hipócritas quebra a concentração do pássaro, interrompe a espontaneidade do canto. As árvores vão ao chão enquanto ainda há café na xícara, ideias no prato e sonhos agarrados nas unhas. E para muitos, nada como um banho de ilusão, secados com a toalha da realidade. A mala está cheia de toalhas. Tem espaço aqui.
escrever para arranjar as palavras, escrever para despedaçá-las em outras frases. Rabiscar para bagunçar, para organizar o óbvio.
()
sábado, 6 de agosto de 2011
Oficina
Reflete a inércia de meus pensamentos
Rega na névoa derradeira as pétalas de meu sonho
amanheceu novamente.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
o lugar da ausência
O sol desponta pelas frestas das ideias que anseiam um campo de pouso. A face iluminada sorri, e o sorriso impulsiona as palavras a terem mais valor, a mesma forma, um novo sentido. Um cenário diferente. Mesmo à lama, sob o forte sol e a torrencial chuva, a tranquilidade de continuar, apesar das regras do Brazil de Gilliam. Melodias dedilhadas movimentam a cabeça como o vento movimenta a flor nos jardins. O equilíbrio, o olhar.
A maciez da esperança, a perfeição de Deus que sobrepõe às interpretações e religiões criadas. Inquietas; alma não tem cor e buscam todas um salvador para serem naturais, há necessidade de fluir em seu propósito.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
avesso
O avesso nu, sonho.
Polvilhado entre as pessoas, o olhar busca pouso. Diafragma aberto em uma noite fria; com as sombras de uma realidade que me convida. Os valores e a percepção intensificados na sombra. As ideias em movimento junto aos corpos suspensos. A respiração é um personagem. A flexibilidade de um posicionamento, as contradições de um sentimento. Árvores frondosas, tecido, sombra, a transformação. “Somos o que somos”. A névoa de Eco é recorrente. Ser feliz é algo criterioso e simples, fundamentado na liberdade. Galhos firmes movimentam-se sem romper, sem partir. Dançam.
Seres Avulsos. Mentes cacófonas enchem o hall de gás carbônico. Pura expiração. Sanidade, uma lista de filmes, açúcar e livros; o coquetel que embala o sentido.
As formas, a estante e seus livros. Páginas rasgadas. As formas; a intensidade da impossibilidade. Um ser absorto em meio as ânsias do cotidiano. O mar corporativo das ideias na tentativa de mudar o bolso (que tem o bolso? Sonhos ou moedas / Espinhos ou chaves / pétalas ou ponteiros).
O olhar do limite; as palavras do silêncio. O conhecimento dissipado que permeia.
Compartilhar e se cansar. Vício em observar o movimento harmônico, dessincronizado. Firme, ela fisga meu olhar e abala meus pensamentos. Enquanto desfila a fruta partida em meia lua. Rubra. No momento em que para em sua realidade. O olhar. Quem entenderia? Mergulharia?
A fascinação beira a insensatez. Vender horas é um remédio socioemocional. Mantém o social, distrai o emocional e produz algo bom. Interferência. Ponto de apoio. A mão às vértebras; a maneira como ignora e interage com o ambiente. Observação e utopia.
A ideia é uma erva daninha. Chega a ser cômico vê-la se espalhar. Ás vezes nos é trágico, mas da tragédia sai a maturidade que, aliada à ingenuidade, é necessária para desfrutar-se do gozo. Há conversas. Ah, braços estendidos pelo corpo, ameniza-se o frio. Tosse.
Deus é um artista
sábado, 11 de junho de 2011
ops
Tenho um olhar preso aos olhos. Trago terra debaixo das unhas. A sensação sublime de ser pelo chão tocado. A felicidade que não nasce em árvores transborda nas entranhas de um pensamento que nem ao menos é original. Graças a Deus. Não quero eternizar um bilhete. A eternidade se alcança de outra forma.
Caminhando no silêncio de uma galeria, percebo os quadros, as esculturas, as intervenções de alguém que não está lá. Hoje é o dia em que todos descobriram as palavras, está chovendo texto. Há espaço para toda gota d’água. Seca e enxurrada.