segunda-feira, 7 de novembro de 2011
pijamas
Muitas vezes o entrosamento entre jornalistas de redação e os de assessoria é comprometido pelo entrocamento político que rege as regras sociais. Negócios da Informação. A mobilidade do discurso dos assessorados depende da narrativa política dos meios de comunicação e do interesse público. A contemporaneidade proposta pela globalização causou uma confusão sobre o conceito de público. Desconstruiu o público conforme apreendido no processo de produção e transmissão de mensagem. Nesta confusão, o profissional tem de encontrar um modo de manter (e às vezes inverter e reinverter) o fluxo de comunicação, onde o deadline sempre é visto pelo retrovisor. A mídia deixou de ser vista como algo físico (produto) para se estruturar como tudo o que possui conteúdo e audiência.
O off foi institucionalizado, a cultura do boto (como disse W. C. Bueno) registrada em procedimentos e os processos velados são selados para brilhar nas prateleiras. Duas perguntas reverberam "Qual o interesse em divulgar?". "Quem acessa esses canais?". Público e sistema de consumo. Assim reduzimos muitas vezes a ressonância da comunicação, das narrativas, dos investimentos culturais, da utilização dos recursos naturais, do relacionamento com Deus. As pessoas já não compreendem a narrativa do Mr. Nobody.
Repetindo as palavras de Nassar, vivenciamos uma nova ordem de construção das narrativas. A interação face a face cede lugar ao intermeio das novas mídias. O compartilhamento é digital. O relacionamento físico passa por premissas das mídias digitais. As "comunidades de inteligência coletiva" (de P.L) estão no meio de verdades. A sobreposição de argumentos e a penetração das versões direciona as verdades-produto (interpretação e disseminação). Transparência é revelar o que é turvo. É mostrar que pode-se ver além do vidro, mas que há um vidro, um limite, ao contrário de fingir que ele não existe e permitir que seu público bata com a cara nele.
A organização e a fé representada por um argumento. Qual padrão de transparência presente em seu discurso? Esta pergunta ajuda muito aos assessores começarem um texto e aos jornalistas de redação a interpretá-lo. Reputação e credibilidade de narrativa.
O senso de comunidade saiu das cavernas e beira das fogueiras; não está mais ao redor das mesas de bares e churrasqueiras da varanda. Muitas cozinhas estão vazias e silenciosas enquanto há gargalhadas digitais. Torna-se comum a sociedade indexada eletronicamente e não mais atrelada à transferência oral. Marco regulador da produção de textos, o Google (busca) é a nova enciclopedia (sem dono). Orientar-se passa naturalmente pelos questionamentos, experimentos e inquietação entremeio ao equilíbrio. Domínio próprio é o fruto (e não mais um produto) essencial a todos.
o pêndulo intocável anuncia
não compreendemos e nos fascinamos
aumentamos a fila enquanto ela se dissipa
jasmim gardênia e seu cheiro suave
escarlata rosa vermelha aos lábios
mel, minutos, métrica, anos
A sabedoria do prudente é entender o seu caminho, mas a estultícia dos insensatos é engano.
Provérbios 14:8
blue train
Não nos é possível ainda desaprender. Seja como Buttom ou nas recomendações de Manoel de Barros; as imagens, sensações e sentimentos permanecem como um brilho eterno de uma mente sem lembrança.
"Regados a Miles e Coltrane meus ouvidos possibilitam sustentação aos meus pensamentos, já que meus sentimentos fazem dos meus pés ébrios maestros". Um produto em falta, amizade quando encontrada tem seu valor além das imperfeições e limitações do outro. Completa sem acrescentar. É a palavra que sobra na frase, mas não pode faltar.
Diante de tantas feridas, para estabilizar-se, o indivíduo anseia ferir e controlar o processo de ferir até saciar sua vontade em não sentir mais dor. Todavia, ao atingir este nível de compreensão dos desejos (e feridas), o ser verifica que o próximo passo é não ferir. Amadurece e então, cai uma pétala. Automatismos e mimetismos: muito mais do que uma loja, um encontro, um café ou livraria; uma via.
sem listras nus pijamas
o trilho da felicidade guardado no campo;
enquanto rocha tropeça nas interpretações
o mel cristaliza, o jasmim segue seu fluxo,
o jardim é jardim sem placas
a trilha aponta para o alto
e as palavras brilham no chão
ponto e vírgula. Fecha parêntesis
Take a five
A flor do plágio
Dois perdidos numa noite molhada.
faz frio entre as palavras sinceras.
A lembrança vai, como uma névoa. Eco, eco.
apaga-se a misteriosa chama por instantes. I've seen it all. My chest against the wall.
Então ressurge semelhante música antiga que igual ao vento
entra
"I had money and comfort but no drama, no love. I wished some trauma.
I had love but no money, drama and not comfort. And the wrong girl on my mind. Trauma
You gave me all.
Rainny days, walk around the moon.
Dreams on the ground;
soft words under our smiles.
and I can't give you nothing,
only my thoughts and my capacity to love. The lightness of live that you gave me,
I just put in your hands, with the tears of time that I felt pass away" Armenon
domingo, 23 de outubro de 2011
Comunicação, Arquitetura, Sustentabilidade. Entre diálogos, ideias e resultados de práticas... um passeio. A estrutura física revela certa manifestação cultural. Para alguns, greenbuilding are ugly. A Sustentabilidade às vezes utilizada como um produto de delicatessen amplamente divulgado, mas que está presente à mesa de poucos e experimentado por menos pessoas ainda.
Toda transformação cultural passa pelo incômodo, entretanto, com a intensa produção de informação (everybody wanna be a newsmaker) as pessoas (o ambiente?) rejeita a mudança que o incômodo propõe. Apenas adaptamos algumas práticas e reafirmamos teorias. Por ser mais fácil continuar com a utilização dos recursos e dos produtos de conforto, sentamos com nossa hipocrisia maquiada de responsabilidade, sobre as macias almofadas dos discursos.
Há possibilidade e necessidade de mudança; todavia, as interpretações são truncadas. Incoerência entre o sonho e a rotina. O sonho propõe o prazer pela ousadia, transformação, novidade, a possibilidade do impossível. Em contraponto, a rotina propõe o prazer pelo conforto, pela estática, menos esforço. O discurso das migalhas, do exemplo, tropeça no fluxo urbano, práticas e infraestruturas. Além das “pensações” de Brissac, a ComplexCidade tem muito mais de humano e menos de arte.
Cansa ver o ciclo dos argumentos, mas há satisfação em verificar como é possível inserir frames a esse ciclo. Urbanismo é uma doença ou um soro onde os críticos - conforme definição de Honoré - esbanjam do vislumbre do que seria o ideal e se aconchegam ao quadro na parede.
O excesso das palavras e dos “proferidores” de frases cansa. O ser precisa respirar. O cansaço pede flores, quando o humano é ainda desprezível. Após a punhetação gráfica de aproveitar cada canto de página, imersos no concreto que pavimenta cada pedaço de ideia, transforma o quintal em condomínio e a liberdade em sacada; o espasmo da modernidade e processos formais e informais de comunicação. Assim estabelece-se a necessidade do urbanismo verde, que revigore a paisagem. Diante da demanda por paisagem pasárgada em larga escala, é fundamental a formatação das construções ou uma reordenação por meio da extinção. O equilíbrio clama ao caos, assim como Khronos impõe ou manifesta sua soberania.
Esquecer um pouco a mensuração, alterar os critérios para construção do valor. Rever a estrutura física da linguagem, da identidade cultural deste ser fugitivo de Babel. Limpar também os processos de comunicação, manter lubrificados os canais de transmissão de mensagem e construir as mensagens de forma a causar (propor) mudanças, seja pelo conforto ou pelo incômodo, mas com um belo lounge embalado algumas noites à palavraantiga ou pela turma de Coltrane.
O gatilho do abandono, passos e pirraças ao alcance do google
"Ahora bien,
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.
Si de pronto
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado." Pablo Neruda
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
O homem mexe no composto orgânico, cuida do jardim corporativo. As pessoas disparam argumentos, movimentam a engrenagem que condenam. Da estante despenca o clássico livro de Armenon, Poiuy {traço de páginas rasgadas}
O sorriso rasgado
O choro extraviado
As sobrancelhas arqueadas pontuam os versos
A face envergonhada compõe a mesa de café
todo mel da flor
todo mel da flor
onde o repouso é o movimento.
livre é a lua, presa à órbita da terra
acorrentada a versos
iluminando cidades quando cheia
transborda
Alheia é a esperança. À vista do que se não vê.
sórdidas canções; completam as frases como senhas abrem fechaduras.
toda a flor que há no mel
essência instalada em seus olhos
reticências
o gatilho; tempo é tempo
sábado, 24 de setembro de 2011
Comunicação nas mídias sociais
Impressões após circular por mesas multifacetadas
- A importância do monitoramento da marca nas mídias sociais (Alessandro Barbosa Lima – CEO da E. Life)
- Estratégia de mídia online: relacionamento digital com o mercado (Fábio Cipriani – Deloitte e Kraft foods)
- Como lidar com o consumidor nas redes sociais (Edmar Bulla – Consultor em Marketing Digital)
- A Interação nas redes digitais no mundo corporativo (Luli Radfaher – Doutor em Com. USP)
- As novas ferramentas de interação social (Fernando Neves Diretor da Ketchum Digital)
- Redação e informação para internet e mídia digital (Bruno Rodrigues – Consultor de Mídia)
- Mensuração nas redes sociais (Marcelo Coutinho – Diretor de Inteligência de Mercado da Terra)
- Gestão de crises nas redes sociais (Pollyana Ferrari Consultora de Mídia Social e Hélio Muniz ex-Diretor de Comunicação da GOL e atual Diretor de Comunicação da Mc Donalds).
- - As mídias sociais estabeleceram-se como um verificador de socialização, capaz de realizar o referenciamento de discursos e novas narrativas. As redes causaram a descentralização dos grupos de discussão.
- A avalanche de conceitos e formas de comunicação não deve sobrepor os valores corporativos e a posição da Empresa no mercado. Embora de caráter imediatista, o relacionamento em rede digital antevê um processo de relacionamento de longo prazo, de maneira interativa, transparente e, essencialmente, imediata.
- Tecnologia é o fetiche da pós-modernidade. Permite a sensação do indivíduo em se tornar um newsmaker e mudar o fluxo comunicacional em termos de produção, consumo e profundidade de informação.
- Todo o trabalho em mídia social digital se resume na tradução de duas palavras em alemão que significam: Entender o que está acontecendo agora / Como isso encaixa em nossa visão do mundo.
- O registro de impressões de marca e percepção de mundo expandem as mensagens sem muitas vezes alterar o conteúdo, mas sim sua reverberação. A brincadeira do “telefone sem fio” foi digitalizada. A retro-alimentação do conteúdo reforça a importância do mass media na definição do agenda setting das redes sociais. Os veículos de massa não controlam, mas interferem e até certo ponte referenciam a pauta das redes sociais. Desta feita, o posicionamento em rede social é também um desdobramento das ações de Assessoria de Imprensa.
- Diante do consumo desestruturado de informação e da saturação de mensagens e veículos, é fundamental objetividade, agilidade e transparência na construção das narrativas corporativas. Estudos indicam que até 2015 a informação será duplicada a cada duas horas, em função da pouca profundidade e capacidade de absorção dos usuários diante da enxurrada de dados.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
citações
vale uma passagem de ida.
a quem entender.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
ponto
Imersos em um mundo onde mercados competidores financiam ideologias, é necessário despolarizar as discussões. A polarização facilita argumentos e definição de estratégias, mas cega o indivíduo e o limita ao universo socialmente concebido como “modernidade e pós-modernidade”. A globalização levou cada um a etiquetar sua tribo, franquear seus desejos, seus sonhos, sua aldeia, e ser global por meio da contaminação do outro em busca de purificá-lo pela miscigenação.
O ser humano nunca desistiu do controle, nunca saiu da bacia da vaidade. Às vezes se levanta, ventila uma humildade de fazer pedra jorrar água, mas logo se assenta com orgulho e com sua hipócrita humanidade arrota soberba. Balzac está certo sobre o crítico. Phoda. Darwin errou. O bocejo é uma poesia e não a reminiscência. A lágrima nem sempre é o grito; muitas vezes é o gozo.
diálogos
o gosto de sua faca faz-me deixar de sonhar;
o gosto da lágrima traz de volta o fôlego
eu sou o beijo na sua boca
sou eu o botão de sua roupa
a sua voz rouca
você ficando louca
você sempre aumenta um verso
sempre você a me espremer entre estrofes
diálogos às vezes são sussurros
palavras que escondemos em um olhar
há distância
ponto.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
se fala
Ainda se fala de alma. As pessoas não dão conta de uma e procuram a gêmea. Encontram a semelhante, o reflexo, o inverso. Deslumbram-se em perdição em função do catálogo de desejos atualizados todos os dias pela “mente social” [a rede de significados/significantes posta à mesa].
“Perto das grandes todos são pequenos”. Egos empalidecem. Frases irritantes das focas a tatear assessorias ressoam entre os dramas corriqueiros dos dinossauros. Impressiona a forma como a carne [óbvio], a caminho da putrefação, à mercê da medicina e do tempo, com alterações de formato e consistência, interfere e muitas vezes controla as escolhas, os desejos e a filosofia contemporânea.
A mídia, os sistemas e a estranha necessidade de destoar; tudo soa cansativo. Somos olheiras e cremes, rigidez e flacidez. Carne e ideias, onde os números são indicadores de felicidade. O ser humano concebe a liberdade como tudo pode e deve ser experimentado. Desta feita, os desejos sociais variam da tradicional família à moderna orgia, institucionalizada, à pós modernidade está garantido o colapso. Este é o presente; desembrulhado, regurgitado.
O retrato social revela uma paisagem de muitos deuses, muitos santos, muito eletrônico, muito gozo, muito barulho e a profundidade rasa de uma ventosa suja. Não há interrupção de ritmo; o máximo a se fazer é o atraso, ou o desvio, entretanto o fluxo da mazela humana segue. Graças a Deus. A falência é clara. Uvas foram espremidas, cacau beneficiado e a gordura exposta ao calor; há sabor para sentir o movimento do tempo. O Dedo Torto de Deus rege a existência em linhas retas, de forma a nos mostrar a insignificância humana, o extraordinário potencial e o amor e o amor do qual somos alvo. Ainda se fala em alma, embora o saco esteja cheio.
....
calada, solta à mesa a palavra salta para dentro de mim
aperta meu coração, sufoca minhas ideias
faz gozar minha insignificância
soberba, a palavra se faz imagem
ressoa em minha cabeça
reverbera dentro de cada veia, artéria de minhas ilusões
e seus cabelos guardam o cheio que não é cosmético,
não é ambiente
é de dentro
entro?
isso é outro passo
calado, preso em meus olhos o olhar pula em uma palavra
e o dia logo escorre
...
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Off sina
O umbigo sujo. Limpar é delicado, a área é sensível. Ainda assim olha-se o epicentro das decisões humanas como quem adora a um deus. A vaga ideia, vazia aldeia de minhas ilusões.
O desejo de informar com furos faz vazar a consciência, deixa escapar o que deveria ficar. Permite que entre o que fora haveria de estar. Os móveis estão fora do lugar. São móveis.
Entre os pés, os traços da urbe que clama por menos cinza, por menos gente, por menos esporro e mais assovio. O suspiro dos hipócritas quebra a concentração do pássaro, interrompe a espontaneidade do canto. As árvores vão ao chão enquanto ainda há café na xícara, ideias no prato e sonhos agarrados nas unhas. E para muitos, nada como um banho de ilusão, secados com a toalha da realidade. A mala está cheia de toalhas. Tem espaço aqui.
escrever para arranjar as palavras, escrever para despedaçá-las em outras frases. Rabiscar para bagunçar, para organizar o óbvio.
()
sábado, 6 de agosto de 2011
Oficina
Reflete a inércia de meus pensamentos
Rega na névoa derradeira as pétalas de meu sonho
amanheceu novamente.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
o lugar da ausência
O sol desponta pelas frestas das ideias que anseiam um campo de pouso. A face iluminada sorri, e o sorriso impulsiona as palavras a terem mais valor, a mesma forma, um novo sentido. Um cenário diferente. Mesmo à lama, sob o forte sol e a torrencial chuva, a tranquilidade de continuar, apesar das regras do Brazil de Gilliam. Melodias dedilhadas movimentam a cabeça como o vento movimenta a flor nos jardins. O equilíbrio, o olhar.
A maciez da esperança, a perfeição de Deus que sobrepõe às interpretações e religiões criadas. Inquietas; alma não tem cor e buscam todas um salvador para serem naturais, há necessidade de fluir em seu propósito.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
avesso
O avesso nu, sonho.
Polvilhado entre as pessoas, o olhar busca pouso. Diafragma aberto em uma noite fria; com as sombras de uma realidade que me convida. Os valores e a percepção intensificados na sombra. As ideias em movimento junto aos corpos suspensos. A respiração é um personagem. A flexibilidade de um posicionamento, as contradições de um sentimento. Árvores frondosas, tecido, sombra, a transformação. “Somos o que somos”. A névoa de Eco é recorrente. Ser feliz é algo criterioso e simples, fundamentado na liberdade. Galhos firmes movimentam-se sem romper, sem partir. Dançam.
Seres Avulsos. Mentes cacófonas enchem o hall de gás carbônico. Pura expiração. Sanidade, uma lista de filmes, açúcar e livros; o coquetel que embala o sentido.
As formas, a estante e seus livros. Páginas rasgadas. As formas; a intensidade da impossibilidade. Um ser absorto em meio as ânsias do cotidiano. O mar corporativo das ideias na tentativa de mudar o bolso (que tem o bolso? Sonhos ou moedas / Espinhos ou chaves / pétalas ou ponteiros).
O olhar do limite; as palavras do silêncio. O conhecimento dissipado que permeia.
Compartilhar e se cansar. Vício em observar o movimento harmônico, dessincronizado. Firme, ela fisga meu olhar e abala meus pensamentos. Enquanto desfila a fruta partida em meia lua. Rubra. No momento em que para em sua realidade. O olhar. Quem entenderia? Mergulharia?
A fascinação beira a insensatez. Vender horas é um remédio socioemocional. Mantém o social, distrai o emocional e produz algo bom. Interferência. Ponto de apoio. A mão às vértebras; a maneira como ignora e interage com o ambiente. Observação e utopia.
A ideia é uma erva daninha. Chega a ser cômico vê-la se espalhar. Ás vezes nos é trágico, mas da tragédia sai a maturidade que, aliada à ingenuidade, é necessária para desfrutar-se do gozo. Há conversas. Ah, braços estendidos pelo corpo, ameniza-se o frio. Tosse.
Deus é um artista
sábado, 11 de junho de 2011
ops
Tenho um olhar preso aos olhos. Trago terra debaixo das unhas. A sensação sublime de ser pelo chão tocado. A felicidade que não nasce em árvores transborda nas entranhas de um pensamento que nem ao menos é original. Graças a Deus. Não quero eternizar um bilhete. A eternidade se alcança de outra forma.
Caminhando no silêncio de uma galeria, percebo os quadros, as esculturas, as intervenções de alguém que não está lá. Hoje é o dia em que todos descobriram as palavras, está chovendo texto. Há espaço para toda gota d’água. Seca e enxurrada.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
doces e conceitos
Minha percepção dos mundos passa por uma alteração curiosa. Não consigo explicar. É individual, não cabe em palavras. Enxurrada de palavras diárias. O que comer? As interrogações e a caçada de exclamações, amparada pelo vício por reticências, movimenta o mundo das ideias. O amor está no movimento, em sua forma plena: inconceituável. Não se esquadrinha.
Os clichês são muitas vezes profecias ao vento. Somos todos iguais. A vaidade é palpável, até mesmo quando a espiritualizam. Frutificamos esperança.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
dois pontos
Língua. Seus sabores.
Ela pensou com a névoa de Eco
Seus olhos deslocaram-se no horizonte
Espontâneo momento sem fala
Sua boca entreaberta
Após a contemplação, a insegurança
Quis encontrar o andar sete e meio
Mas não havia My Blueberry Nights e não se ouvia Try a Little tenderness, com Otis
Meus pés dedilharam as poças deixadas à rua
Não estava mais à chuva para cantar
“Tudo que enxergamos esconde alguma coisa, nós sempre desejamos ver algo que está escondido por aquilo que enxergamos.” René Magritte (1898 – 1967),
Ah, comunicar. Irremediável, o furo expande. A nova testemunha ocular se desloca pelas redes eletrônicas chamadas sociais. O relacionamento de antes, que envolvia a presença física agora se baseia na transformação de códigos binários, e às vezes nem isso. O apagão energético é o apocalipse contemporâneo. É preciso energia para consumir e para produzir. O desenvolvimento de energias limpas está atrelado à sustentabilidade das relações sociais mediadas por chips. Os veículos de comunicação renovam-se. The new Newsmaker alastra-se, é Le fils de l'homme (O filho do homem), de René Magritte em 64. Confiabilidade consolidou-se como o fiel da balança comunicacional, embora muitas vezes seja soterrada pelo volume de citações e repetições. Os olhos como peneiras ininterruptas nos faz saborear boas produções. Mas nos instiga o que está por trás daquilo que vemos. A construção dos discursos força os produtores a experimentar a linguagem e suas potencialidades para conduzir e induzir sentidos. As formas sobrepoem-se exigindo um mergulho cada vez mais fundo. De onde virá mais fôlego? Alguns dizem da necessidade, outros se rendem e apelam para Deus e há os que fazem girar as engrenagens que movimentam uma fragmentada linha reta em poema. Takai Insensatez. Compreender que a mão que segura a pena (a caneta, a tecla, a tela) detém o controle de uma escolha. Todavia, a mente que pulsa sentimentos em palavras reconhece que o poder não se detém.
uma volta
ler a Bíblia
ver filmes
músicas
comida
na parede, à mesa
livros
volta?
ida
.,
eu passocomunicacao.blogspot.com
terça-feira, 26 de abril de 2011
à mesa?
Meu pêssego. Meu plágio.
Olhar para frente. Receber golpes do alto.
Chuva. Caramujo flor às Canelas. Cascas soltas. Cheiro.
Pó sobre o doce arroz; atroz lembrança. Gelada
Nome reluz. Mensagem que invade
Face que me brilha
Deus me fala por um menino
Socorre-me do soturno pensamento
raspas de limão
fisga-me com a fascinação dos tempos
caminho por vielas entre becos naturais, trilhas urbanas
flores na salada
textura e ternura
maracujá na carne
uvas esmagadas no copo
o corpo meio amargo ao chocolate
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