Cinema. O que o define? Fotografia (real) ou a montagem? Ao considerar que real é a sobreposição de montagens, é possível perceber que para existir cinema é fundamental a fotografia, o real. Pois a fotografia é a montagem de um real que não é mais (Agora já passou, Arnaldo). Essencial compreender que real e verdadeiro não estão, neste caso, ligados à pureza e neutralidade, mas em versões. Toda versão, manifestação humana, acontece por meio de uma narrativa, que por sua vez é construída a partir do repertório do indivíduo. O real é a interação e ruptura das narrativas dos indivíduos no mise en scene que forma o corpo social. Assim, o cinema recolhe amostras deste cenário para estabelecer uma outra narrativa. Cinema é a fotografia expandida além das experiências convencionais de registro e representação.
Seja para atividade jornalística ou para fins audiovisuais, é preciso conhecer e reconhecer os modos de representação do documentário para lidar com o que se concebe como realidade. Entre o expositivo, observativo, interativo, reflexivo ou poético, a escolha de uma estrutura para criação da narrativa determina não apenas o rosto do trabalho, mas sua linha de interferência (absorção e reverberação das reflexões).
Eiseinstein e O sentido do filme, a manipulação de elementos para causar impressões. Uma atração a cada plano, integrando-as em sinergia para gerar a reação desejada. A cor, o ritmo, o significado pela prática. O público sendo inserido psicologicamente no roteiro de forma guiada. A máquina artística do cinema e seu funcionamento mapeado de forma que as atrações e o choque pelo ritmo recriem na tela a cultura do circo (como estrutura de espetáculo). Absorção de sensações. Ou não.
Ecoa então André Bazin e o véu de Verônica, o santo sudário comunicacional ao registar o real de forma a não controlar o processo de produção, mas ocupar o respectivo lugar de interferência no processo. Interagir com a fonte e até mesmo ser dirigido por ela. A construção conjunta de uma narrativa proporciona uma interessante leitura e interpretação das coisas e signos (e Alfred Schutz não é sandália). O leitor expande o roteiro, gera sensações à medida que absorve. O instigante operar Sistemas de relevância para se manter no fluxo social.
Esculpir o espaço tendo como ferramenta o tempo.
Psicologia/espaço = Cinema
Percepção
Fazemos cinema com os olhos, registramos não em 35mm, mas essencialmente em massa cinzenta (hipocampo e sei lá mais onde), com imagem, áudio e sensações. Catalogamos de forma intrigante, editamos de um modo transcendental. O acesso ao material é como o belo visitar uma boa videolocadora ou sebo. Somos (formamos) o real com o corpo e suas variações física, espiritual e verborrágica. A linguagem é plural. As estratégias para disseminar e recriar narrativas estão disponíveis.
Memórias decupadas expostas na mesa onde a linguagem é a régua a balizar e medir. O leitor que se quer, a narrativa a que se propõe. As narrativas friccionadas pelas diversas plataformas midiáticas disponíveis na sociedade geram muitas vezes desconforto. No limiar da incerteza, a escolha (a partir do repertório) do que se quer consumir e (re)produzir.
O que vaga entre os propósitos e o tempo que preferimos ignorar passar. Esse veneno, essa vacina. Os ruídos dos pensamentos alheios que reforçam o quanto somos comuns. As inquietas mãos revelam a insegurança de seres seguros; mentes em produção. Embora todos queiram sinceridade, a incoerência sela os passos pernósticos; o fim? O reconstruímos a todo momento ao alimentar o ciclo da vaidade e desejo vão. Insensatez, if they shoot horses, acabou chorare, Ainda Bem. Se tudo pode acontecer....
a terra mana leite laços transformados pela textura das ilusões; pedaços de carne em suspensão crua a maciez da tranquilidade; dois filhotes gêmeos de gazela ternura ideias incendeiam uma gota chove à distância a película do aconchego em uma flor
O incômodo é premissa para o bom funcionamento do jornalista. O estranhamento pende a Camus e é essencial. Desafio? Buscar mantê-lo e o transpor para construir narrativas.
O modelo de referenciamento do agenda setting mudou de "as notícias de ontem publicadas hoje" para "faíscas de fatos por minutos" (viu no twitter?). Está mais evidente a cada dia a impotência humana em acessar e processar toda a informação gerada no mundo. Boca pequena escancarada diante da pipoqueira de fatos. As narrativas contemporâneas revelam assim um quadro interessante, porém perigoso: A noção de pertencimento mudou, se expandiu e assim confundiu os "desavisados" ou os mais empolgados com a expansão das fronteiras da comunicação (emissão, percepção, recepção da mensagem). Nesta cultura de rede, cada nó comunicacional é um ponto de referência e interferência; junção com o próximo. As narrativas devem reforçar valores humanos e interrelacioná-los com os fatos. Isso sem deixar de tocar nas fraquezas. Quais as pautas da atualidade?
Retire o conforto e verá as manifestações. A escassez de recursos tornou o tema ambiental o mais forte e evidente pé da sustentabilidade nas discussões. O social é moeda eleitoreira, confundido com baixa filantropia, o econômico está cerceado de indicadores confusos, impactos profundos, distanciamento e direcionamento político. Distribuição de renda é diferente de crédito e juros. Desenvolvimento social não é sorriso de criança em foto. (Na parede rabisca-se desejo, necessidade, vontade. Nos jornais estampa-se dívida, crédito, consumo). A pergunta muda mas o personagem é o mesmo. Onde estão as truganinis da sustentabilidade? A vanguarda vem pelo que se achava obsoleto.
Os assuntos que a opinião pública precisa de ler (não necessariamente os que ela deseja) são tratados de forma profunda pela mídia especializada. Para discutir a sustentabilidade como uma pauta séria na mídia, é preciso estabelecer diálogo. A conversa é o melhor mecanismo para, entremeio a rotina estressante, construir pautas que precisamos ler.
No meio do caminho... a mídia e o sistema de referenciamento. A mídia não é responsável por educar, mas por provocar. Entretanto, a inquietação é premissa ao processo de educação. Os valores sociais básicos precisam ser resgatados. Visibilidade e sustentabilidade são diferentes. Todavia, aos estampar marcas e práticas, todos querem fazer dinheiro para retroalimentar o processo e o ser.
Uma coisa são as narrativas, outra é o verdadeiro propósito das ações. Para que as iniciativas sejam efetivas, é fundamental desmistificar o conceito de obrigação no ambiente do público e privado. É preciso parar de brincar de "batata quente"; ao invés de transferir responsabilidade, deve-se estabelecer mecanismos de interferência e transformação social. O poder público e a iniciativa privada em ação conjunta. Essa visão também deve amadurecer os questionamentos e as narrativas não apenas da mídia especializada.
O papel do mass media na indução ou reforço de hábitos é co-responsável pelos impactos socioambientais gerados. A utopia das narrativas vive entre o problema social recorrente e a temperatura do mercado financeiro. Como disse (ou não) o professor Ladislau Dowbor "crescer por crescer é a filosofia do câncer".
Ah, la belle verte! Os impactos interdependem do estilo de vida assumido pela sociedade. O nível de individualismo e satisfação contemporânea determina a intensidade do impacto gerado. Embora haja uma comoção inicial diante das mazelas, a mudança inexiste, caro Ivan Fiodorovitch. O senso de coletividade é baixo [social / acadêmico]. É necessário construir narrativas que provoquem mudança, reflexão e, assim, incentive a conscientização. Deve-se ouvir as fontes, compreender o contexto, para construir o argumento, estabelecer uma versão e só então formatar o texto. Tudo em um ritmo intenso e imediato.
Além do meio ambiente, as novas mídias abrem a possibilidade em despolarizar a discussão a respeito de questões sociais, comunicação e economia. As redes sociais digitais são catalizadores. Às vezes falta amadurecimento na utilização das ferramentas e absorção do conteúdo disponível. O engajamento estimulado pela mídia a conta-gotas estruturada de forma transparente e objetiva. Precisa-se monitorar, envolver; regionalizar a sensação de pertencimento e construção de orgulho e credibilidade.
A Educação e a Comunicação precisam criar alianças entre as plataformas de reflexão, para orientar os usuários em como usar a rede (ou a respeito das variáveis de movimentação), para assim confrontar a cultura de manada e provocar o amadurecimento do indivíduo no uso e consumo não apenas de informações, mas fundamentalmente dos recursos naturais, dentre eles o potencial humano.
Seu segredo não está nas areias. Está nas calçadas e cadeiras. São os passos, a onomatopeia e o sotaque que rasga o canto da boca com um sorriso. São curvas que nos aproxima e fazem-nos dançar. São os homens de chapéu coco, mas sem a maçã. A esfera do tempo rompe a esperança. Cada passo ao largo aperta dentro. Cada olhar é procurar o pouso que não vem. Liberdade.
Não existe mais a necessidade de esconder nas letras; há facilidade
Soluções não simples, muito menos imediatas.
Mas tal qual o soluço
imediata é a ansiedade de...
todo o mel da flor
;
o papel manchado com ideias; olhar a contaminação, poder ler, cheirar e rasgar. orgânico escrever...
palavras recicladas nem sempre formam novas frases mas representam novas ideias
tomate cereja e o balanço da comunicação, são meus pés estes fora do chão
Com poeira nos olhos tateio os discursos e reconstruo as narrativas que fazem chorar as flores. Ego: epicentro humano formado pelo repertório planejado, o espontâneo e o utópico. E assim o indivíduo se coloca a dançar com a Glória de Horace MacCoy. A fumaça da Uspequistão contamina. Um cinegrafista aponta sua arma e recebe o beijo da realidade: cai morto no noticiário. A ordem social (e o processo de comunicação) precisa de ações imediatas e ações de planejamento. Ocupação de espaço, factual, posicionamento, choque; e também a interferência sociocultural com resultados efetivos a longo prazo. É preciso pólvora e flor; há tempo para todas as coisas debaixo do sol, conforme escreveu um poeta antigo.
Conteúdo midiático é semelhante a comida; há diversidade de sabores e consumidores. Para produzir pensa-se nos estímulos, no efeito que se quer causar (do incômodo ao gozo - ou do gozo pelo irreverente). Para isso, é necessário conhecer a língua do outro; o potencial de percepção, os parâmetros de sensibilidade. Caminhar entre as papilas, compreender como funciona os sistemas de relevância do indivíduo-alvo e assim, estabelecer o fluxo de mensagens (esquecer a formicação de tentar ter controle sobre o processo e assumir o respectivo grau de interferência). Abandonar a vaidade e o desejo vão.
Precisamos integrar as plataformas de comunicação, desde a conversa em roda, revitalizar a praça e potencializar o código binário, os 140 caracteres, links e tags. Hugs and kisses. A compreensão a respeito dos sistemas de controle permitidos em um processo de interação é fundamental para manter o fluxo social. Visualizar e sentir as fronteiras das narrativas.
A valorização da cultura regional e sua utilização para transformação social depende do modo como as mensagens são construídas e disseminadas. Devemos transitar entre as mídias de forma que cada migalha de conteúdo disperso construa um significado, e contribua para a evolução humana, possibilitando descanso ao corpo, recheio aos estômagos e vazão aos intestinos e mentes.
Onde estão as (os) truganinis da comunicação? Lacrados em teorias, livros, poemas soltos, xícaras de café? Incomunicáveis; seus pensamentos estão soterrados nas rotinas cada vez mais sucateadas das redações e das assessorias plastificadas? Não acredito que estão obsoletos, talvez inacessíveis, ou se guardando para quando o carnaval chegar. "Em gaveta não se guarda coisa alguma".
A realidade cravada entre os dentes explode com seu sabor tomate cereja. Torpor.
sob gotículas colhe tomates. o dorso nu recebe o beijo. os lábios provam do espinho. sob o orvalho cheira as rosas. a alvura do algodão, a maciez da terra molhada. o toque divino sob o cheio luar tranquilidade
passo, fatum e fado Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Salmos 32:8
Muitas vezes o entrosamento entre jornalistas de redação e os de assessoria é comprometido pelo entrocamento político que rege as regras sociais. Negócios da Informação. A mobilidade do discurso dos assessorados depende da narrativa política dos meios de comunicação e do interesse público. A contemporaneidade proposta pela globalização causou uma confusão sobre o conceito de público. Desconstruiu o público conforme apreendido no processo de produção e transmissão de mensagem. Nesta confusão, o profissional tem de encontrar um modo de manter (e às vezes inverter e reinverter) o fluxo de comunicação, onde o deadline sempre é visto pelo retrovisor. A mídia deixou de ser vista como algo físico (produto) para se estruturar como tudo o que possui conteúdo e audiência.
O off foi institucionalizado, a cultura do boto (como disse W. C. Bueno) registrada em procedimentos e os processos velados são selados para brilhar nas prateleiras. Duas perguntas reverberam "Qual o interesse em divulgar?". "Quem acessa esses canais?". Público e sistema de consumo. Assim reduzimos muitas vezes a ressonância da comunicação, das narrativas, dos investimentos culturais, da utilização dos recursos naturais, do relacionamento com Deus. As pessoas já não compreendem a narrativa do Mr. Nobody.
Repetindo as palavras de Nassar, vivenciamos uma nova ordem de construção das narrativas. A interação face a face cede lugar ao intermeio das novas mídias. O compartilhamento é digital. O relacionamento físico passa por premissas das mídias digitais. As "comunidades de inteligência coletiva" (de P.L) estão no meio de verdades. A sobreposição de argumentos e a penetração das versões direciona as verdades-produto (interpretação e disseminação). Transparência é revelar o que é turvo. É mostrar que pode-se ver além do vidro, mas que há um vidro, um limite, ao contrário de fingir que ele não existe e permitir que seu público bata com a cara nele.
A organização e a fé representada por um argumento. Qual padrão de transparência presente em seu discurso? Esta pergunta ajuda muito aos assessores começarem um texto e aos jornalistas de redação a interpretá-lo. Reputação e credibilidade de narrativa.
O senso de comunidade saiu das cavernas e beira das fogueiras; não está mais ao redor das mesas de bares e churrasqueiras da varanda. Muitas cozinhas estão vazias e silenciosas enquanto há gargalhadas digitais. Torna-se comum a sociedade indexada eletronicamente e não mais atrelada à transferência oral. Marco regulador da produção de textos, o Google (busca) é a nova enciclopedia (sem dono). Orientar-se passa naturalmente pelos questionamentos, experimentos e inquietação entremeio ao equilíbrio. Domínio próprio é o fruto (e não mais um produto) essencial a todos.
o pêndulo intocável anuncia não compreendemos e nos fascinamos aumentamos a fila enquanto ela se dissipa
jasmim gardênia e seu cheiro suave escarlata rosa vermelha aos lábios mel, minutos, métrica, anos
A sabedoria do prudente é entender o seu caminho, mas a estultícia dos insensatos é engano. Provérbios 14:8
Não nos é possível ainda desaprender. Seja como Buttom ou nas recomendações de Manoel de Barros; as imagens, sensações e sentimentos permanecem como um brilho eterno de uma mente sem lembrança.
"Regados a Miles e Coltrane meus ouvidos possibilitam sustentação aos meus pensamentos, já que meus sentimentos fazem dos meus pés ébrios maestros". Um produto em falta, amizade quando encontrada tem seu valor além das imperfeições e limitações do outro. Completa sem acrescentar. É a palavra que sobra na frase, mas não pode faltar.
Diante de tantas feridas, para estabilizar-se, o indivíduo anseia ferir e controlar o processo de ferir até saciar sua vontade em não sentir mais dor. Todavia, ao atingir este nível de compreensão dos desejos (e feridas), o ser verifica que o próximo passo é não ferir. Amadurece e então, cai uma pétala. Automatismos e mimetismos: muito mais do que uma loja, um encontro, um café ou livraria; uma via.
sem listras nus pijamas o trilho da felicidade guardado no campo; enquanto rocha tropeça nas interpretações o mel cristaliza, o jasmim segue seu fluxo, o jardim é jardim sem placas a trilha aponta para o alto e as palavras brilham no chão
Dois perdidos numa noite molhada.
faz frio entre as palavras sinceras.
A lembrança vai, como uma névoa. Eco, eco.
apaga-se a misteriosa chama por instantes. I've seen it all. My chest against the wall.
Então ressurge semelhante música antiga que igual ao vento
entra
"I had money and comfort but no drama, no love. I wished some trauma.
I had love but no money, drama and not comfort. And the wrong girl on my mind. Trauma
You gave me all.
Rainny days, walk around the moon.
Dreams on the ground;
soft words under our smiles.
and I can't give you nothing,
only my thoughts and my capacity to love. The lightness of live that you gave me,
I just put in your hands, with the tears of time that I felt pass away" Armenon
domingo, 23 de outubro de 2011
Comunicação, Arquitetura, Sustentabilidade. Entre diálogos, ideias e resultados de práticas... um passeio. A estrutura física revela certa manifestação cultural. Para alguns, greenbuilding are ugly. A Sustentabilidade às vezes utilizada como um produto de delicatessen amplamente divulgado, mas que está presente à mesa de poucos e experimentado por menos pessoas ainda.
Toda transformação cultural passa pelo incômodo, entretanto, com a intensa produção de informação (everybody wanna be a newsmaker) as pessoas (o ambiente?) rejeita a mudança que o incômodo propõe. Apenas adaptamos algumas práticas e reafirmamos teorias. Por ser mais fácil continuar com a utilização dos recursos e dos produtos de conforto, sentamos com nossa hipocrisia maquiada de responsabilidade, sobre as macias almofadas dos discursos.
Há possibilidade e necessidade de mudança; todavia, as interpretações são truncadas. Incoerência entre o sonho e a rotina. O sonho propõe o prazer pela ousadia, transformação, novidade, a possibilidade do impossível. Em contraponto, a rotina propõe o prazer pelo conforto, pela estática, menos esforço. O discurso das migalhas, do exemplo, tropeça no fluxo urbano, práticas e infraestruturas. Além das “pensações” de Brissac, a ComplexCidade tem muito mais de humano e menos de arte.
Cansa ver o ciclo dos argumentos, mas há satisfação em verificar como é possível inserir frames a esse ciclo. Urbanismo é uma doença ou um soro onde os críticos - conforme definição de Honoré - esbanjam do vislumbre do que seria o ideal e se aconchegam ao quadro na parede.
O excesso das palavras e dos “proferidores” de frases cansa. O ser precisa respirar. O cansaço pede flores, quando o humano é ainda desprezível. Após a punhetação gráfica de aproveitar cada canto de página, imersos no concreto que pavimenta cada pedaço de ideia, transforma o quintal em condomínio e a liberdade em sacada; o espasmo da modernidade e processos formais e informais de comunicação. Assim estabelece-se a necessidade do urbanismo verde, que revigore a paisagem. Diante da demanda por paisagem pasárgada em larga escala, é fundamental a formatação das construções ou uma reordenação por meio da extinção. O equilíbrio clama ao caos, assim como Khronos impõe ou manifesta sua soberania.
Esquecer um pouco a mensuração, alterar os critérios para construção do valor. Rever a estrutura física da linguagem, da identidade cultural deste ser fugitivo de Babel. Limpar também os processos de comunicação, manter lubrificados os canais de transmissão de mensagem e construir as mensagens de forma a causar (propor) mudanças, seja pelo conforto ou pelo incômodo, mas com um belo lounge embalado algumas noites à palavraantiga ou pela turma de Coltrane.
O gatilho do abandono, passos e pirraças ao alcance do google
"Ahora bien, si poco a poco dejas de quererme dejaré de quererte poco a poco. Si de pronto me olvidas no me busques, que ya te habré olvidado." Pablo Neruda
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Interessa menos o que move o mundo e mais as consequências e propósito deste movimento (?). A massa some na massa e não há estrutura que satisfaça a urbana vontade de gozar e se encontrar sob tanta fuligem. São as ideias, os desejos ou as elucubrações?
E a mosca de Whilhelm olha sorrateira pela janela. São as referências; caleidoscópio disgramado. Os quilômetros de adversidades, ansiedade, projeções e escolhas. Para definir o discurso é necessário compreender a linguagem. As narrativas em comunicação visam o contracheque e os créditos, o resto é feliz consequência. Quando se compreende o código linguístico do grupo e percebe-se como é estruturado o fluxo de produção de significado, é possível interferir de forma efetiva. A mensagem então ganha espaço espontâneo e contribui, instiga à mudança de interpretação, evolução de sentido, ou à simples mudança e reflexão.
Os benefícios de uma narrativa bem construída podem sobrepor o registro histórico e sua reverberação, graças à limitada capacidade de lembrança (e não de armazenamento) do ser humano. Assim marcas são fortalecidas, religiões propagadas, eleições ganhas. "Desejo, necessidade e vontade".
O homem mexe no composto orgânico, cuida do jardim corporativo. As pessoas disparam argumentos, movimentam a engrenagem que condenam. Da estante despenca o clássico livro de Armenon, Poiuy {traço de páginas rasgadas}
"Para sobreviver, desprendo-me das pessoas. O conflito gera interpretações precipitadas, à mesma medida em que funciona como peneira. Deus confronta nossa hipocrisia a todo o momento. Para todas as coisas colocamos preço, há um valor, existe uma ação para acontecer a reação desejada. Quando o cartão não basta, ou não há papel moeda que sacie o desejo, a moeda utilizada é oração, ritual e outras estratégias de negociação para se obter satisfação. A embalagem, ou sensação, chamada satisfação, contém itens como saúde, paz, amor e conforto. Desejamos ser o epicentro da solidariedade, da transformação, da "nova" vanguarda. Esquecemos as coisas simples e a leveza de uma brisa pelo peso da sede por uma satisfação palpável. Estamos perdidos no Hilbert Hotel, sem reservas, sem espelho, sem luminária, sem o que comer diante de um cardápio infinito. Uma língua. Então a manhã me acorda com esperança; impossível não continuar. Vivo".
O sorriso rasgado O choro extraviado As sobrancelhas arqueadas pontuam os versos A face envergonhada compõe a mesa de café
onde o repouso é o movimento.
livre é a lua, presa à órbita da terra
acorrentada a versos
iluminando cidades quando cheia
transborda
Alheia é a esperança. À vista do que se não vê.
sórdidas canções; completam as frases como senhas abrem fechaduras.
toda a flor que há no mel
essência instalada em seus olhos
Why write about love B&S? Let's work a little.... #lovejob
Impressões após circular por mesas multifacetadas
Ideia Aberje
Digital – Gestão estratégica da Comunicação
digital nas mídias sociais
2011
Mesas de Conferência:
A importância do
monitoramento da marca nas mídias sociais (Alessandro Barbosa
Lima – CEO da E. Life)
Estratégia de mídia
online: relacionamento digital com o mercado (Fábio Cipriani
– Deloitte e Kraft foods)
Como lidar com o consumidor nas
redes sociais (Edmar Bulla – Consultor em Marketing Digital)
A Interação nas
redes digitais no mundo corporativo (Luli Radfaher – Doutor em
Com. USP)
As novas ferramentas de
interação social (Fernando Neves Diretor da Ketchum
Digital)
Redação e
informação para internet e mídia digital (Bruno
Rodrigues – Consultor de Mídia)
Palestras
Mensuração
nas redes sociais (Marcelo Coutinho – Diretor de Inteligência
de Mercado da Terra)
Gestão
de crises nas redes sociais (Pollyana Ferrari Consultora de Mídia
Social e Hélio Muniz ex-Diretor de Comunicação
da GOL e atual Diretor de Comunicação da Mc Donalds).
Impressões:
-
As mídias sociais estabeleceram-se como um verificador de
socialização, capaz de realizar o referenciamento de
discursos e novas narrativas. As redes causaram a descentralização
dos grupos de discussão.
- O monitoramento contribui para
o acompanhamento do impacto imediato na valorização da
imagem organizacional.
- As grandes discussões e
crises de imagem nas redes digitais tem alto impacto em curto tempo.
A reverberação da mensagem no meio tem a duração
estimada de duas horas.
- Para mensurar a reputação
de uma organização e seu posicionamento em rede social
é fundamental utilizar a metodologia MAPA (Monitoramento,
Análise, Posicionamento e Ação) e definir um
histórico em Social Business.
- É fundamental verificar
os gargalos de relacionamento da Empresa, o nível de
informação e satisfação do público
alvo.
- Terceirizar a gestão das
mídias sociais é um erro, uma vez que a ferramenta é
para disseminação do discurso organizacional e para
agregar valor ao negócio; exigindo assim conhecimento sobre a
identidade setorial e organizacional. Em último caso, pode-se
terceirizar o monitoramento e a mensuração básica.
- O posicionamento da Empresa em
tempo hábil é decisivo para o fim de uma crise nos
meios.
- Atualmente, verifica-se pouco
diálogo entre as marcas e os usuários das Redes. É
preciso que as empresas passem a agregar valor e transformar as
mensagens, estabelecendo uma comunicação direta com
seus públicos.
A
avalanche de conceitos e formas de comunicação não
deve sobrepor os valores corporativos e a posição da
Empresa no mercado. Embora de caráter imediatista, o
relacionamento em rede digital antevê um processo de
relacionamento de longo prazo, de maneira interativa, transparente
e, essencialmente, imediata.
- Importante ressaltar na
Política de Segurança da Informação da
Empresa, que os empregados não são porta-vozes da
Empresa. A gestão corporativa das Redes é de
responsabilidade da área de Comunicação e a
utilização particular do meios deve ser realizada com
responsabilidade e bom senso.
- Sugiro inserir um guia de boas
praticas em redes sociais digitais na Política de Segurança
da Informação da Empresa. Ex: Conectar-se a chefes em
redes sociais pode causar problemas [Postura invasiva,
superexposição]. Postar mensagens relativas a rotinas e
ambientes de trabalho, bem como temas relacionados ao setor e
atividade da Empresa.
- É preciso definir o
perfil de privacidade desejado ao operar as redes sociais.
- A correta utilização
das redes é um caminho para encontrar espaço na mídia
tradicional, reforçando o discurso da Empresa. A Rede Social
pode ser uma plataforma para humanizar o contato da Empresa com o
público alvo.
Tecnologia
é o fetiche da pós-modernidade. Permite a sensação
do indivíduo em se tornar um newsmaker e
mudar o fluxo comunicacional em termos de produção,
consumo e profundidade de informação.
- As empresas necessitam gerar
índices para verificar a eficiência da comunicação
digital e entender o consumidor, diagnosticar sua identidade.
-
Devemos esquecer o conceito de Campanha (que tem início, meio
e fim) – Publicidade; e realizar o Relacionamento (firmado
em Continuidade) – Comunicação.
- A presença da
Organização nas Redes Digitais deve ser útil
tanto em termos de formato, quanto referente ao conteúdo. As
Empresas têm de traçar a Relevância Cultural de
seu posicionamento. Deve respeitar a identidade cultural de seu
público e adaptar sua mensagem sem perder o foco no negócio
da empresa (mitigar impactos socioculturais derivados de sua
atividade).
-
O consumo em mídias online tem crescido a revelado a tendência
em uso de tecnologia mobile
(smartphones e tablets), sendo que os sites corporativos condensam a
mensagem séria, oficial e aprofundada. As redes sociais como
mecanismos de posicionamento, disseminação de link
para conteúdo corporativo.
- As métricas geradas para
mensuração em mídia são uma base para
verificação de imagem, mas é importante também
considerar o código cultural da Empresa e onde ele está
localizado na sociedade.
Todo o trabalho em mídia
social digital se resume na tradução de duas palavras
em alemão que significam: Entender o que está
acontecendo agora / Como isso encaixa em nossa visão do
mundo.
-
A cultura do mobile
revelou uma escassez na eficiência dos serviços.
- O Facebook pode ser considerado
não uma plataforma, mas um país multicultural, o
terceiro mais populoso um ecossistema. E também uma prisão
digital que revela costumes e anseios da população cada
vez mais digital.
- As empresas precisam
compreender a rede social (analógica, física e digital)
da qual faz parte, reconhecer a identidade da organização
nessa rede.
- Após entender o que está
acontecendo agora. Identificar a vanguarda comunicacional e entender
como isso se relaciona aos valores da Empresa e suas diretrizes de
relacionamento com as comunidades.
O
registro de impressões de marca e percepção de
mundo expandem as mensagens sem muitas vezes alterar o conteúdo,
mas sim sua reverberação. A brincadeira do “telefone
sem fio” foi digitalizada. A retro-alimentação do
conteúdo reforça a importância do mass
media na definição
do agenda setting das
redes sociais. Os veículos de massa não controlam, mas
interferem e até certo ponte referenciam a pauta das redes
sociais. Desta feita, o posicionamento em rede social é
também um desdobramento das ações de Assessoria
de Imprensa.
- A nova plataforma garante um
relacionamento multilateral com a informação. Os canais
de Comunicação permitem diferentes posicionamentos dos
usuários em relação a um assunto. Como lidar e
interagir com os diversos personagens que formam o indivíduo é
um dinâmico desafio para a comunicação
corporativa.
- As novas mídias
permitem ao profissional de comunicação traçar
perfil de Relevância e identidade cultural do consumidor
(público alvo).
- A plataforma é apenas um
meio. É importante o planejamento e modelo de posicionamento
junto ao público.
Diante do consumo desestruturado
de informação e da saturação de
mensagens e veículos, é fundamental objetividade,
agilidade e transparência na construção das
narrativas corporativas. Estudos indicam que até 2015 a
informação será duplicada a cada duas horas, em
função da pouca profundidade e capacidade de absorção
dos usuários diante da enxurrada de dados.
- Os textos devem usar
corretamente de hiperlink e interlink, referenciamento de conteúdo
e tráfego de dados. Ter clareza, simplicidade e estrutura que
garanta aconchego e respiro à leitura. Deve-se ter amarração
entre as mídias sociais, os mecanismos de busca e os sites
corporativos. Sendo que a informação aprofundada
encontra-se neste último, tornando os outros mecanismos de
disseminação de links, e posicionamento imediato.
Palestras
Mensuração
Devemos estabelecer matrizes
simples de mensuração para diagnosticar a reputação
e influência da Empresa nas mídias sociais digitais. A
participação da Empresa nas redes deve agregar valor ao
negócio, reduzindo custos ou gerando vendas. No caso de uma
Empresa de base florestal (celulose), a presença agrega valor
às Relações Institucionais da Empresa e no
posicionamento junto às comunidades. A penetração
da marca depende também da identidade do setor nos meios e da
postura dos concorrentes.
As métricas são
apenas estratégias balizadoras para as ações. A
métrica mais utilizada para mensurar o índice de
reputação teve sua origem nas fórmulas de
assessoria de imprensa.
Exemplos:
Favorabilidade
= n de comentários total – nº comentários
negativos
nº comentários
total
Quando a gestão das mídias
sociais é terceirizada, a métrica de mensuração
utilizada envolve, premissas de retorno sobre investimento:
Return Marketing Invest.
ROMI
= Receita gerada x margem de lucro – investimento
O custo relativo de um seguidor
pode ser calculado da seguinte forma:
CS
= R$ hora do gestor de mídia social
nº de seguidores
Importante lembrar que Audiência
(número de seguidores) não é influência. A
análise de profundidade da mensagem deve ser considerada antes
de declarar um comentário como crise de imagem comunicacional.
A mensuração é
base e não regra de posicionamento. No entanto, ela contribui
para melhoria da estratégia de comunicação nos
multimeios e deve ser um desdobramento da ação de
monitoramento das redes.
O
Nodexl é um free software
com diálogo com plataforma Excel, que permite mapeamento das
redes e identificação de formadores de opinião
na rede corporativa.
Por meio da identificação
de um formador de opinião, uma empresa pode antever gargalos
na comunicação e antecipar a uma possível
situação de crise.
Gestão de Crises
A temporalidade de uma crise é
determinada pelo índice de transparência e
posicionamento de uma organização.
É fundamental identificar
os gargalos de comunicação e relacionamento, analisar e
definir estratégias de ação, determinando ações
básicas.
A Rede Social Digital é
uma janela aberta em um prédio alto, localizado em um
condomínio populoso, onde cada um grita o que quer.
Quando
a corporação compreende o poder do Buzz
Social (mensagem nas redes), ela
se abre à espontaneidade e oportunidades de dialogar com o Ser
Social que agora é um produtor e disseminador de conteúdo
de forma mais intensa e com maior alcance.
A Empresa não pode ser
refém da crise, mas encontrar nela oportunidade de reforçar
sua marca. Criar compreensão sobre os problemas e possíveis
erros. As premissas para gestão de crise em imprensa se
aplicam à gestão de crise em mídia social.
Todavia, em virtude do espaço limitado para um paper de
posicionamento completo nas mídias sociais, uma mensagem
corporativa deve referenciar por meio de link ao site corporativo com
a posição oficial da empresa; e atualizar de forma
pontual nas redes sociais. Todo questionamento deve ser respondido,
de acordo com a priorização dos formadores de opinião.
A gestão da narrativa e
posicionamento da Empresa é de responsabilidade da Comunicação
Corporativa da Empresa.
A Empresa, de acordo com o
impacto da crise e a demanda por informações
complementares, pode utilizar os meios eletrônicos para
disponibilizar o posicionamento da Empresa (VT do Presidente no site
/ Texto completo do Paper de Posicionamento / Fotos oficiais / Áudio
do Vt para rádios).
A presença da Empresa nas
mídias sociais deve esboçar simpatia e prontidão
perante ao público. Transparência e sobriedade são
determinantes não apenas quando surge um momento de crise.
“E faz o quê mais sentido? A soberania de Wagner que sem usar palavras reflete nossas angústias e voracidade? Expõe nossas entranhas emocionais com as cordas, alimenta a utopia com o sopro, entretanto neutraliza a esperança com a ponta dos dedos”.
"Quando a vanguarda vira clichê, sei que estou ficando velho, ou que tudo está muito rápido. Resta-me dizer amo você, mesmo que seja você uma ideia".
“Você é sem gosto, sem cor, sem cheiro. Chego em casa e sempre as mesmas enxurradas, os mesmos terremotos, o apocalipse de sempre sem o fim eterno. Você corrói meus músculos e liquefaz meus nervos. Estou sangrando palavras tolas. Todavia, seja feita tanta incoerência: não fico sem você. Pura e cristalina, exposta a coliformes sociais, extraviada em suas ideias, você. Evapora”.
“Quando Eric Arthur disse que {Muitas pessoas não desejam sinceramente ser santas, e é provável que as que alcancem a santidade, ou que a ela aspirem, jamais tenham sentido muita tentação de ser seres humanos}; muitos sorriram, permaneceram com a bíblia aberta na sala, ou posta nas axilas, contudo a leitura fora descartada. Os aspirantes a vivem”.
"Proposital, assim foi. Foi assim proposital. Tantos autores sussurrando confusão e esperança. O indivíduo em seu espaço crítico, com um repertório aos ouvidos que grita no vácuo a razão, sobrevive. E o propósito tal que repercute no banheiro durante o escovar os dentes, é vapor; assim como o é a vida".
"O mergulho raso virou mergulho. O oráculo não fecha biblioteca mas peneira. O profundo mergulho ainda é profundo. Ante a fraca construção resta escolher o lugar de assisti-la ruir. Reconstrução".
"Não apenas caem os cabelos, mas as cordas vibram no Baiano. As memórias brilham como ouro. Os olhos lacrimejam e as gerações são como dois rios que se encontram rumo ao mar. O artista o é em essência e intensidade enquanto é anônimo. Assim flui a vida sem registro, mas com a espontaneidade de sua beleza".
"Somos voláteis, versáteis à procura de um ponto fixo em meio ao estardalhaço. Navegar ou viver? Precisão e necessidade. Montar frases; cavalos selvagens agonizando durante o galope".
há quem entenda
vale uma passagem de ida.
a quem entender.
O poder das aspas
o alívio de colocar o peso no ombro do outro;
a certeza de dizer sem assumir
o poder da escolha;
está comum textos exagerados em citações
situações / desequilíbrio
quem é o fiel?
Imersos em um mundo onde mercados competidores financiam ideologias, é necessário despolarizar as discussões. A polarização facilita argumentos e definição de estratégias, mas cega o indivíduo e o limita ao universo socialmente concebido como “modernidade e pós-modernidade”. A globalização levou cada um a etiquetar sua tribo, franquear seus desejos, seus sonhos, sua aldeia, e ser global por meio da contaminação do outro em busca de purificá-lo pela miscigenação.
O ser humano nunca desistiu do controle, nunca saiu da bacia da vaidade. Às vezes se levanta, ventila uma humildade de fazer pedra jorrar água, mas logo se assenta com orgulho e com sua hipócrita humanidade arrota soberba. Balzac está certo sobre o crítico. Phoda. Darwin errou. O bocejo é uma poesia e não a reminiscência. A lágrima nem sempre é o grito; muitas vezes é o gozo.
diálogos
o gosto de sua faca faz-me deixar de sonhar;
o gosto da lágrima traz de volta o fôlego
eu sou o beijo na sua boca
sou eu o botão de sua roupa
a sua voz rouca
você ficando louca
você sempre aumenta um verso
sempre você a me espremer entre estrofes
diálogos às vezes são sussurros
palavras que escondemos em um olhar
Ainda se fala de alma. As pessoas não dão conta de uma e procuram a gêmea. Encontram a semelhante, o reflexo, o inverso. Deslumbram-se em perdição em função do catálogo de desejos atualizados todos os dias pela “mente social” [a rede de significados/significantes posta à mesa].
“Perto das grandes todos são pequenos”. Egos empalidecem. Frases irritantes das focas a tatear assessorias ressoam entre os dramas corriqueiros dos dinossauros. Impressiona a forma como a carne [óbvio], a caminho da putrefação, à mercê da medicina e do tempo, com alterações de formato e consistência, interfere e muitas vezes controla as escolhas, os desejos e a filosofia contemporânea.
A mídia, os sistemas e a estranha necessidade de destoar; tudo soa cansativo. Somos olheiras e cremes, rigidez e flacidez. Carne e ideias, onde os números são indicadores de felicidade. O ser humano concebe a liberdade como tudo pode e deve ser experimentado. Desta feita, os desejos sociais variam da tradicional família à moderna orgia, institucionalizada, à pós modernidade está garantido o colapso. Este é o presente; desembrulhado, regurgitado.
O retrato social revela uma paisagem de muitos deuses, muitos santos, muito eletrônico, muito gozo, muito barulho e a profundidade rasa de uma ventosa suja. Não há interrupção de ritmo; o máximo a se fazer é o atraso, ou o desvio, entretanto o fluxo da mazela humana segue. Graças a Deus. A falência é clara. Uvas foram espremidas, cacau beneficiado e a gordura exposta ao calor; há sabor para sentir o movimento do tempo. O Dedo Torto de Deus rege a existência em linhas retas, de forma a nos mostrar a insignificância humana, o extraordinário potencial e o amor e o amor do qual somos alvo. Ainda se fala em alma, embora o saco esteja cheio.
....
calada, solta à mesa a palavra salta para dentro de mim
aperta meu coração, sufoca minhas ideias
faz gozar minha insignificância
soberba, a palavra se faz imagem
ressoa em minha cabeça
reverbera dentro de cada veia, artéria de minhas ilusões
e seus cabelos guardam o cheio que não é cosmético,
não é ambiente
é de dentro
entro?
isso é outro passo
calado, preso em meus olhos o olhar pula em uma palavra
e o dia logo escorre
O umbigo sujo. Limpar é delicado, a área é sensível. Ainda assim olha-se o epicentro das decisões humanas como quem adora a um deus. A vaga ideia, vazia aldeia de minhas ilusões.
A contemplação de um dia entre os sons orquestrados, as palavras cantadas, a poesia receitada, mas não recitada, as palavras deixadas ao chão, os sabores e a umidade. O ritmo da esperança, a sensibilidade não-corporativa, nem sócio, muito menos econômica. O Quarto de Dormir.
O desejo de informar com furos faz vazar a consciência, deixa escapar o que deveria ficar. Permite que entre o que fora haveria de estar. Os móveis estão fora do lugar. São móveis.
Entre os pés, os traços da urbe que clama por menos cinza, por menos gente, por menos esporro e mais assovio. O suspiro dos hipócritas quebra a concentração do pássaro, interrompe a espontaneidade do canto. As árvores vão ao chão enquanto ainda há café na xícara, ideias no prato e sonhos agarrados nas unhas. E para muitos, nada como um banho de ilusão, secados com a toalha da realidade. A mala está cheia de toalhas. Tem espaço aqui.
Quando os joelhos dobram e não há forma de se esconder. Nem as lágrimas despencam, nem o tempo para, muito menos entra no agenda setting. E "eu não sou da sua rua". Nem ao menos provei os cafés de Sanada, nem ainda foram provados;
escrever para arranjar as palavras, escrever para despedaçá-las em outras frases. Rabiscar para bagunçar, para organizar o óbvio.
Não podia eu, fixar-me em Ambos Mundos, pois minhas linhas eram medíocres, comuns. Finca Vigia por uma foto, ou nota de jornal, apenas existe. Imersões culturais. Confortável e desolado entendo minha escrita. Agrado-me. Agrado.
Cansaço pede.
Melaço escorre.
Cansaço impede.
A rede Acolhe
Escorre na luz ó gota d’água Reflete a inércia de meus pensamentos Rega na névoa derradeira as pétalas de meu sonho amanheceu novamente.
Escorre a gota livre dos resíduos urbanos
orvalho que nutre as manhãs daquele que insiste em sonhar
Escorre como ácido meu veneno sobre
meus sonhos dentro de minhas veias.
Pra quê nos afastamos de sermos tão simples?
Quando lembrar não é desejar, lembrar não é sentir.
Às vezes a vontade de chorar é suprimida pelo sentir na sola dos pés a terra o tocar. O vento é vento sim, vem e passa; entretanto provoca. A sensação de ter os pensamentos voando para uma órbita desconhecida, enquanto as pétalas revelam seu sabor e os espinhos a sutileza de ferir para proteger. O choro rega as rugas rasgadas pelas frustrações e sorrisos de uma época que se renova a cada manhã, assim como as misericórdias. Adenina, Timina, Guamina Citosina, Gattaca e o DNA de um sonho, de uma possibilidade. A vida em um ciclo, o cílio que cai.(esse?)
O sol desponta pelas frestas das ideias que anseiam um campo de pouso. A face iluminada sorri, e o sorriso impulsiona as palavras a terem mais valor, a mesma forma, um novo sentido. Um cenário diferente. Mesmo à lama, sob o forte sol e a torrencial chuva, a tranquilidade de continuar, apesar das regras do Brazil de Gilliam. Melodias dedilhadas movimentam a cabeça como o vento movimenta a flor nos jardins. O equilíbrio, o olhar.
A maciez da esperança, a perfeição de Deus que sobrepõe às interpretações e religiões criadas. Inquietas; alma não tem cor e buscam todas um salvador para serem naturais, há necessidade de fluir em seu propósito.
O lugar da ausência, a confluência dos sonhos. Os sabores saciam à língua de uma forma que as palavras não saciam ao coração. À mesa, um espaço para as ideias; ao travesseiro, ah... Neruda.
No porta-copo palavras manchadas tranquilizam o sorriso, relaxam o corpo. No porta-luvas mensagens de tempos melhores. Um jardim pelo qual caminhar. Sanidade é fuligem. Une e forme.
sopra-me você me sopra
estouro-me em pedaços tortos
escorro-me em palavras brandas
mancho os pensamentos de esperança
fustigo a possibilidade com imagem suja e desfocada ao espelho