quarta-feira, 7 de abril de 2021
indignar-se
A maturidade da indignação é perceptível quando a inquietação social da classe ou do indivíduo, se manifesta não na pueril agressão ou na institucionalizada crueldade, mas sim em argumentos sóbrios, consistentes, analíticos e não alienantes. O contraponto bem feito é o que oferece equilíbrio à sociedade. A massa tende a permanecer no estado atual (parada ou em movimento), estagnada ou em evolução. Os solavancos que marcam nossa história rompem a inércia para o bem e para o mal. Nesse ínterim, é fundamental manter o olhar atento ao todo e aos detalhes, sem prender-se aos vícios de interpretação e o automatismo de produzir significantes que alimentam a zona de conforto. É necessário indignar-se; de forma madura. Feliz Dia do Jornalista, sobretudo em tempos tão difíceis.
sábado, 27 de março de 2021
Escadas e escaladas
Em tempos de muita informação e ritmo frenético de mensagens, é preciso ter uma narrativa leve, mesmo que para tratar de assuntos densos.
Ser leve não é imputar ao outro o peso que estava em seus ombros. Não é para deixar a vida dos outros mais pesada e ser assim mais leve. Ser leve é ter transformado o olhar e o agir; e principalmente, o refletir. Para crescer profissionalmente não é necessário prejudicar uma pessoa, não é necessário ferir o próximo para se tornar um ser humano melhor. A escalada da notícia, a derrocada do cidadão. Nas escadas, muitos fazem dos outros de degraus, ou até mesmo pisam em valores morais, erguendo o estandarte de argumentos tão vazios, plastificados para tentar ser perene.
As pessoas estão confundindo competência com crueldade; tanto no mercado de trabalho, quanto nos relacionamentos pessoais. Não se deve ser imaturo a ponto de querer acabar com a brincadeira porque é o dono da bola, mas quem joga melhor é o outro. Deve-se jogar junto. Ir pelas escadas ou pelo paredão da realidade. O importante não é chegar ao topo, mas como você se lança no processo de subida. Aproveita a paisagem? Compartilha? Ajuda outros a subirem? Entende que para ajudar o outro às vezes você tem de ficar para trás, reduzir o ritmo ou carregá-lo? E até mesmo ser carregado?
As parcerias efetivas constroem algo irretocável, um legado elementar para a manutenção da sociedade, ou pelo menos, da narrativa proposta.
Na comunicação, compreender o potencial da equipe e estimular as performances entendendo como a narrativa é assim valorizada. Com as especificidades de cada um compondo a narrativa sem ter como premissa prejudicar alguém. Os resultados são, então, muito mais que indicadores.
sábado, 20 de março de 2021
Dedos e ranhuras
À frente no túnel do tempo, deixando para trás tanta coisa que bate à face, seguindo no túnel do carpo, driblando artrite, tendinite e a tenossinovite. Dedos doem sem grandes preocupações, fazem o indivíduo parar um pouco com o celular. A vida. A interação pelo dedo que digita, que passa postagens, que dá corações, palminhas e carinhas. Acompanhar a vida dos outros, as coisas dos outros, as coisas que inexistem e as que persistem. Fora das telas, corre outra realidade. Muito se fala sobre isso, mas é crucial, no intervalo entre inspirar e expirar, refletir sobre o que de fato importa. Sem a plástica de representar para alguém, ou até mesmo de dizer em voz alta; mas com a intensidade de absorver o que se pensa, revestir o olhar com a maturidade de ir além do padrão social. Cobramos tanto uns dos outros e até de nós mesmos. Amamos julgar e responsabilizar, mas afora isso, o que há? As ranhuras da palma das mãos sempre estiveram ali, desde a infância; todavia, pouco a pouco foram sendo preenchidas de sentidos, de memórias e esquecimento.
Na dobra do horizonte, depois e antes e além das belas paisagens, das nuvens enigmáticas do céu, dos sons da natureza e dos alto-falantes. Afora toda imagem, todo argumento e explicação. Sem incitar euforia e desespero do caos, sem pairar junto à acomodação da alienação e automatismo; encontrar e vivenciar o instante em que se aprimore quem se é sem grandes elucubrações.
Ler Retrato - de Cecília Meireles evoca um desses instantes. Não importa o que ela sentiu, pensou e intencionou quando escreveu (pois trata-se de uma imensidão que é dela), o olhar do leitor se apropria dos traços e dão a eles um significado particular, desencadeando reações pessoais, possibilitando transformações; perceptíveis ou não, marcantes.
sexta-feira, 12 de março de 2021
Comunicar sem inventar rodas
A contemporaneidade apresenta um cenário preocupante. A Era da informação se desdobrou pelos aspectos prejudiciais de sua intensidade e acessibilidade. Quando se considera o volume de informação, a capacidade do usuário receber, interpretar e reverberar um significante, a acessibilidade aos meios de produção e distribuição de mensagem, somado ao nível de maturidade do indivíduo e do grupo social, percebe-se os riscos de boas mensagens ficarem perdidas ou serem deturpadas. Para a comunicação corporativa, ao invés de se preocupar em inventar novas rodas, é fundamental aprimorar o básico, manter a continuidade da narrativa, rever e amadurecer (quando preciso) o posicionamento.
Sempre pensar no objetivo da mensagem. Falar o quê para quem?
Mantendo a roda girando, mesmo quando o terreno é inóspito e o fluxo está mais para atrofia, pensar em potencializar a mensagem pelas plataformas disponíveis. Proporcionar aos associados (público-alvo) diversidade de conteúdo, manter a entidade (narrativa organizacional) próxima do público. Novo programa semanal no canal da AAPI utiliza leveza e bom humor de um professor parceiro para dar dicas de inglês, por meio de pílulas em vídeo. #identidade #aapi
Números - entre o tropeço e o soluço
É clichê, mas ignorá-lo não nos torna melhores. Quando o divórcio, o acidente, as dívidas, a morte, a doença, o nascimento, o casamento, solidão, a vitória ou a derrota estão distantes sempre serão estatísticas, números absolutos ou índices percentuais e tudo o que o homem cria em sua narrativa é passível de pelo menos duas interpretações: a que confirma e a que questiona; afora outras.
Por mais que os números possam talvez, quando comparados a outros dar a impressão de ser menor; vale lembrar: se não é algo absoluto, 100%; sempre podemos cair naquele 1%, naquela pequena margem, naquela improbabilidade; aí chamamos de fatalidade e muitas vezes engolimos sozinhos o sofrimento
Quando está perto da gente, esses números viram sentimento, dor, prazer, euforia, desespero. É clichê, mas precisamos sempre revisitá-lo para nos lembrar de sermos humanos.
Ao criar uma narrativa é importante considerar tudo o que representa os indicadores. Seja em relatórios corporativos, mensagens motivacionais nas organizações, nas matérias jornalísticas, os números evocam muito mais que apenas quantidades. E a mensagem criada deve se importar com isso. Portanto, na construção da narrativa é preciso transitar pelo clichê de forma assertiva, tendo em mente o objetivo da mensagem na ordem social. Faz-se necessário evitar os vícios editoriais, as bandeiras das vaidades e convicções de torcida e se permitir à reflexão e diálogo.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
Poros
Cobogós do corpo. A comunicação entre dimensões, o fora, o dentro, entre. Maestro do arrepio, porta-voz da dor, do cansaço, da euforia. A textura que a realidade não consegue tapar. Poros é passagem, é portal para dentro de si. É a porta de saída de sentimentos silenciados. O que não cabe em palavra o corpo fala. Porque escrever um livro? Para estimular a leitura nos intervalos entre telas. Para lançar o olhar sobre essa ideia de perenidade. Essa mania de interiorizar a eternidade e tornar complexo o relacionamento com o outro, com o tempo e a realidade. Evite as avenidas amargas. Não valem a poesia. Bandidos olhares marcam as sombras. Os passos evitam se entregar a tanto tropeço do olhar. A simplicidade prevalece. Então, sendo lido ou não, posto está.
Mais um título lançado pela Editora Lura; disponível a partir das próximas semanas na livraria Martins Fontes (Av Paulista. SP), aqui no blog, no site da Amazon e também no site da editora. O conceito da capa é do artista plástico e meu grande amigo irmão Luciano Moreira Fonseca.
Este livro e os demais que escrevi, você encontrará também a partir do próximo mês no site Estante Virtual
📓Livraria da Lura: bit.ly/LU90095
📓Site da Amazon: amzn.to/2Mqiax1
Receber comentários de leitores é muito bom. As impressões de meu irmão e de meu primogênito são para mim de uma potência sem medida. Abaixo, a crítica que recebi do mestre Luiz Carlos Lacerda, o Bigode. Emociona, estimula e aquieta.
Transpire.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
Soro
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
Comunicar e integrar setores
Jornalismo Empreendedor
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
Ler - percepções e perspectivas
Afora as cifras, ganha-se muito ao investir na produção literária. Independentemente do gênero, disseminar narrativas amplia percepções e perspectivas. E isso contribui para maturar discussões e o sistema de referência e relevância dos indivíduos, refletindo na organização social.
Já falei aqui. Existem diversas plataformas de autopublicação, seja em formato impresso quanto e-book, assim como existem várias editoras dedicadas à viabilização da publicação de novos escritores, ou escritores independentes, com prestação de serviço de diagramação, arte final registro ISBN, impressão e até mesmo divulgação, sem exigir mínimo de exemplares. Além disso, as editoras conseguem potencializar a distribuição das obras em feiras, eventos e livrarias. Um exemplo é a Ed. Lura que oferece todo o suporte para os autores desde a concepção do produto à sua finalização, comercialização e divulgação, indicando inclusive serviço de assessoria. Em novembro deste ano, a Lura conseguiu entrar na Livraria Martins Fontes, disponibilizando na livraria da Av. Paulista (SP) títulos publicados pela Editora. Outro destaque é a publicação das antologias, que potencializam a disseminação narrativa de escritores independentes e enriquecem o mercado literário com belas obras.
Em 2019, lancei um título pela Ed. Fontenele e outro pela Ed. Lura ambos com tiragem reduzida e orçamento restrito, por isso, fiz uso de uma logística de distribuição regional, mas também de nicho. Assim, é possível encontrar exemplares em livrarias e sebos do Estante Virtual. Neste ano, novamente pela Lura, irei publicar mais um livro: Poros (depois falo sobre ele aqui). Trata-se da persistência em compartilhar olhares sobre a vida, as pessoas e possibilidades.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Equipe x controle
Mensurar as transformações que acontecem na equipe é o desafiador indicador do gestor. Identificar como cada um, em seu sistema de repertório e relevância, contribui na realização das atividades, no compartilhar conhecimentos, reter mensagem e diretrizes da gestão e integrar-se ao planejamento estratégico. Compreender as pessoas e identificar pontos de equilíbrio para poder exercer persuasão em prol do clima organizacional, e não manipulação cruel de emoções, saberes e fazeres. Diversos gestores se perdem no fio desta navalha. Conhecer o outro exige também conhecer um pouco mais de si mesmo, para assim conseguir identificar o que é você e o que é o outro; os limites, as especificidades, o que é automatismo, mimetismo e o que é peculiar, quase exclusivo da personalidade. É exaustivo o processo, mas costuma ser mais eficiente do que adotar algorítimos. Eficiente no sentido de evolução humana e nem sempre em indicadores corporativos de desempenho. A famigerada trilha por conhecer a si mesmo. Evitada de maneira sagaz por quem sente prazer em julgar, manipular e culpar o outro. Caminhar por essa trilha nos lembra atributos da personalidade que muitas vezes evitamos, ou que nem mais reconhecemos ter; pro bem ou para o mal. Entretanto, trata-se de um processo fundamental para o desenvolvimento, para ter dias mais leves, para ajudar o outro e juntos, em equipe, fazer um bom trabalho.
Engajar uma equipe tem de ser um processo naturalizado de persuasão transparente, com fluxo e objetivos definidos e tudo tratado de forma aberta junto aos envolvidos. Esqueça a ideia tradicional de controle e pense na efetividade do que é uma verdadeira equipe. Não significa o caos, ou plena anarquia, mas um ambiente em que ao invés de controle, há liderança. Não um conceito pedestal de mercado; mas a postura bem definida de cada indivíduo, com suas potencialidades, fragilidades, pontos de melhoria.
Neste novo cenário, delegar torna-se compartilhar responsabilidades, tendo cada um o instante e a intensidade da entrega e a titularidade sobre o resultado do processo. Ao invés de problemas e punições, obstáculos e soluções. Assim, percebe-se maturação não apenas da narrativa corporativa, mas elementarmente da cultura organizacional. Independentemente do montante do faturamento da empresa, o modo como ela internamente estrutura e viabiliza sua equipe compõe sua marca e a mensagem que fica para o multifacetado stakeholder.