sábado, 20 de fevereiro de 2010

Bastardos Inglórios

Tarantino. O poder de alterar por 1h50 m o inalterável. Tarantino significa gosto de sangue na boca. Seus filmes são livros contorcidos em 35 mm, em uma estante, música na cabeça e um gesto de carinho com os punhos fechados.

Uma versão não enciclopédica dos fatos; um brilhante desenho do desejo cru do ser humano sentado sobre o que entende ser justiça. A exemplificação de uma das leis da física: toda ação gera reação. O filme é a materialização da reação germinada nas mentes espalhadas pelo mundo.

It fits like a glove!

Os personagens ocupam, cada um, um dos desejos de vingança e justice de quem tem contato com alguma atrocidade, como a do holocausto. O final traz um mocinho que morre; um bigode que queima e num piscar de olhos, uma nova página aparece como marca d’água nos livros de história, no capítulo sobre a Segunda Grande Guerra; mas esta página é apenas um esboço, assinado por Tarantino.

O gosto de sangue é inerente. Segurem seus escalpos

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mudam os olhos

Sentado à beira de "Shell Beach by JM" olhando o pôr do sol, percebo o vento mudar. Como quem vira subitamente o pescoço para o lado oposto, assim o vento muda. Não levanta poeira, não varre nada, mas leva os olhos para outro horizonte.

 

O crepúsculo desenha novas ideias no céu. As sombras se estabelecem sobre as coisas. Por um instante a luz se vai e fica a ausência. Distante da lua a 384.405 km fica evidente que ela não tem luz própria, embora fascinante.

 

Os olhos correndo pela areia percebem novas testuras. Sempre estiveram ali, mas imperceptíveis até então em virtude da magnitude de uma lua cheia, que apenas mostra um lado.

 

A madrugada desperta ainda mais os sentidos. Uno, o sol nasce. A virada. O vento então varre o passado, levanta poeira e acolhe um novo horizonte aos olhos. Os pés, as mãos enrugadas. Um novo tempo. Volto para dentro de minha cobertura, no alto de minhas emoções e em um próximo post, escreverei sobre um filme, uma mostra, um tempo.

 

Nem que seja para eu ler. Mudam os olhos.
Diante da porta da felicidade, entro mas não só

http://www.youtube.com/watch?v=9YuPoM7NOHE

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Qual a idade de suas amizades? Como está a saúde delas?

Para comprovar o que somos e sabemos, estruturamos currículos, contamos nossa história de vida, estabelecemos uma linha contínua para consolidar a imagem que desejamos aos olhos dos outros. Reconhecimento.

 

Não confiamos na instantaneidade. Negociamos. Antes, procuramos saber a trajetória, a credibilidade, a história. Como podemos ser avaliados e auto-avaliados como amigos se nossa trajetória se mostrar uma fragmentada linha, onde a história é marcada por rompimentos desnecessários.

 

Amizades que ainda não andam, são crianças, estabelecem como um oráculo como você deve ver, determinar suas ações e sentir as consequências de suas escolhas? As amizades nascidas há tempo, morimbundam em uma caixa velha de sapatos cheia de fotos, suspiram em uma agenda velha de telefones que você não liga mais?

 

A jovialidade das amizades cotidianas ressalta como estabelecemos nosso sistema de relevância. Alguém que nos conhece há pouco, parece comprar com menos dificuldade nossa versão sobre a história e personalidade, senso de justiça. Quem há muito come "quilos de farinha" conosco sabe interpretar nossas palavras além dos fatos. Amigos falam a verdade, independentemente de ela ferir ou cicatrizar.

 

Qual o parâmetro de avaliação: Intensidade, tempo, qualidade, índole, testemunho?

 

Eis que o sol brilha em Shell Beach (by Jonh Murdoch). Lembro-me das projeções em 35mm e da chuva sobre meu corpo. Então, reforço que em breve exibirei umas ideias soltas, aqui neste blog, sobre uma tal mostra...


 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Shell Beach

Namesadecafécombeyonce. Navarandaaoventocommadona. empacotadocommantimentosparaoHaiti. Alucinadocomomaisnovolançamentotecnológico. Enriquecendourânionoirã. Vibrandocomacomemoraçãodos20anosdalibertaçãodeMandela. SendopuxadoparaumbaleeirojaponêsjuntocomabaleiaMinkeeseufilhote, umacotacomercial. AssistindoaofaroestedeFHCDilmaeoestressado. QuedadolucrodaVale. RecordedelucrodoBradesco. Palavrascruzadasnaspáginaspoliciais. Diversãoedistraçãonosnoticiários. Realidade?

 

 

Morando no quartinho de empregada de meu coração. Mudei os livros de lugar. As roupas migraram. Meus pés agora se banham na suíte da cobertura de minhas emoções. O cérebro é para poucos. A vista dá para a Shell Beach de John Murdoch.

 

As informações agora vêem em nova embalagem. Embrulhadas em tsunami invadem nossas mentes sem pedir licença. Entram pelas frestas, incrustam-se em nossas terminações nervosas e iniciam um processo de necrose: emocional, física e espiritual. Como navegar nesta "onda". Melhor aprender a surfar, para não se encontrar, perdido nos confins da praia; dilacerado.

 

A congestão nos impede de viver além da efervescência de comunicar. A sociedade imersa em uma corrida frenética por comunicar, de todos os modos, por todos os meios, de todos os ângulos, idiomas. Tudo ao mesmo tempo. O conteúdo?

 

Sentindo aqui dentro as gotas de uma chuva que custou a cair, olho para Shell Beach pasárgada Ythaca e percebo que a atenção ao conteúdo tem se apresentado como um empecilho ao processo de comunicação, ou melhor, ao processo de emitir mensagens.

 

Todos querem emitir mensagens. Querem que elas sejam recebidas por multidões. Poucos querem receber, interpretar, construir significante.

 

Interrompo a caminhada entre minhas ideias para assistir a chuva, para desfrutar de minha nova morada.

 

 

Amável e misericordioso




Como o vento que de repente bate no meu rosto e me faz lembrar dos carinhos que um dia recebi de quem eu amo. Assim me fala Deus nos meus dias. Antecipando acontecimentos, sinalizando reações, sendo luz diante das confusões de minha mente.

Como navegar. Algo o tenta fazer se perder, andar em círculos, desistir de remar e até mesmo tenta te jogar nas águas. Mas algo ainda maior e soberano te orienta pelos astros, te faz remar, ajuda com o vento, ilumina com o sol e com as demais estrelas. O que é preciso para saber quem está a favor e o que está contra? De onde vem o discernimento? Deus não é Deus de confusão (ler 1 Co 14:33). Sendo assim fica evidente de onde vem a certeza.

Sentado à cama, pela manhã, Deus ministra no meu coração a respeito dos que espera no Senhor. Dias antes, diante de minha precipitação e alma ferida Deus mandou que eu esperasse. Isaías 40: 28-31. Afirmou que revigoraria minhas forças. No início do dia, por boca de desconhecido, Deus afirmou sobre o propósito de todas as coisas que existem, tudo controlado por Deus; seja pela sua vontade, seja pela sua permissão.

Quando a impetuosidade de minha dor me impulsiona a tomar uma decisão, a ser frio e decisivo. Deus me pede paciência, Deus me pede para nele confiar. Deus me leva a Oséias, Ester e Jó. Me fala da sabedoria de Ester que jejuou e orou antes de se colocar diante do rei para pedir. E quando pediu, persistiu. A paciência e fidelidade de Jó. A obediência de Oséias, pois ele pôde ver o objetivo maior.

Tem sido especialmente maravilhoso caminhar com Deus. Todas as vezes que meus pensamentos angustiantes tentam me sufocar, busco ainda mais as orientações de Deus. Quando precipitadamente interpreto os fatos, Deus manda que não julgue, pois com a mesma medida serei julgado. Quando pela manhã o agradeço por mais um dia, antes de sair do leito Deus me orienta a não temer, pois ele está comigo. Mesmo que eu passe pelas águas ou pelo fogo. (ler Isaías 43: 1-4)

Quando por sobrevivência parei de olhar para minha dificuldade e passei a viver a obra, quando mesmo sem sentir prazer na vida e nas cores das coisas, não me rebelei contra o meu Deus, mas o busquei. Ele me veio com palavras de misericórdia. Que a misericórdia de Deus impede que sejamos consumidos. Ele aplica a compaixão de seu coração em nossa miséria. E como sempre, ele me confirma o que me diz, seja no culto, seja na Bíblia, seja em meu coração, seja pela boca de estranhos. Ele sempre confirma de várias formas, não deixa dúvida ou confusão. Me fez dormir com o Salmo 6.

Meus inimigos não terão a minha honra. Mas se envergonharão e se perturbarão. Serão confundidos. E co o Salmo 129 me confirmou suas palavras. Fala dos soldados que enfrentam tamanha dor em sua caminhada. Mas teve um homem, que assumiu todas as dores, as piores, a maior condenação, a maldição de morrer no madeiro. E fez isso por todos aqueles que pecaram, por todos aqueles que são ruins. E fez isso sem ter uma mancha, sem merecer nem a insinuação de condenação. Puro. Jesus fez por amor.

Deus tem certificado o amor e cuidado dele em minha vida desde as pequenas coisas. Ele é o Senhor da minha vida, tem me ensinado, tenho aprendido a confiar em Deus.

Antes de me falar de sua misericórdia, Deus me falou sobre as provas que ele permite que passamos. Falou que por mais que tenhamos que passar por estas provações, ele desvia de nós a sua ira, ele não nos abandona, mas aplica sua misericórdia. (ler Isaías 54: 7, 8, 9 e 10). e pela boca de ungidos veio me alertar que independente do que aconteça, Deus está no controle de todas as coisas. Ele está no controle.

Tenho visto Deus agir no coração daqueles por quem tenho intercedido. Tenho sentido a misericórdia de Deus na vida deles. Mesmo que as dificuldades tentam me deter, armando ciladas, influenciando pessoas para criar brigas, soprando interpretação sobre os fatos que acontecem, incentivando as pessoas a não acreditarem no agir de Deus, tentando suscitar meu caráter agressivo do velho homem, nada disso consegue me afastar dos pés de Jesus.

Nada disso consegue fazer com que eu abandone minha fé, meu Deus. Estas coisas só me fazem correr para o joelho e clamar por Deus. Agradeço a Deus por minha vida e por todas as bençãos que constantemente ele derrama sobre mim. E também aprendi a me gloriar nas tribulações. Com paciência, que gera experiência, que leva à esperança e ela não traz confusão. (ler Rm 5: 5-9).

“Porque, em esperança somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? Mas se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas, porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. Romanos 8: 24-26

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dureza



Ate onde levará o homem sua dureza de coração? Até quando será instrumento do diabo e alimentará a destruição de todos os conceitos determinados por Deus? Os homens mudam os conceitos diariamente, mudam o foco de sua vida. Isso também entre os cristãos. Pessoas que na verdade têm o foco em instituições, querem arrastar pessoas para dentro de suas igrejas, e consequentemente para a presença de Deus.

Mas Deus não habita em templo feito por mãos humanas. Se o corpo humano passa a ser o templo do Espírito Santo; Se Deus afirma que está à porta e bate, ou seja, ele não arromba, quem pode abrir a porta do coração? Ninguém. É você e Deus. O diabo com ações contrárias, ações que buscam enganar até mesmo os escolhidos. Tempo do fim.

A dureza do coração faz o homem não compreender o mover de Deus, a palavra dele e o que ele deseja da vida do ser humano. A dureza do coração faz com que o homem pense ter em mãos um controle remoto universal, que pode definir, redefinir e adaptar tudo, até mesmo o relacionamento com Deus.

A Palavra de Deus diz que busque que você encontrará, bata à porta e ela será aberta, peça e dar-se-vos-á. Então busque e confie no seu relacionamento íntimo com Deus. Deus não deixa confusão. Busque e o adore em espírito e verdade, e ele confirmará o desejo dele para a sua vida.

Enganoso é o coração mais do que todas as coisas e perverso, quem o conhecerá? Eu o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos, e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jr 17; 9,e 10.

Bendito é o aquele que confia em Deus e que Deus é a sua esperança.

Porque ele será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga nem deixa de dar fruto. Jr 17; 7 e 8

Afaste a ira de teu coração, sê sábio. Deus é quem dá sabedoria. A sabedoria faz resplandecer a face e muda a dureza do coração. Vai ter com a formiga ó preguiçoso e vai ler Bíblia. Busque conhecimento e discernimento na Palavra de Deus, ore e busque o direcionamento de Deus.

Em Eclesiastes 7; 29, o Sábio rei Salomão escreveu: “Vede, isto tão somente achei: Deus fez o homem reto, mas ele buscou muitas invenções”.

Visto como não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal. Ec 8; 11

Muito fácil a acomodação aos padrões sociais flutuantes. Padrões que mudam conforme é lançado um novo software. Muda o que é correto, o que é família, quem é Deus, o que é ser honesto, o que é julgar...

Pois Jesus nos ordenou não julgar uns aos outros. Com a mesma medida que julgarmos, com o mesmo sistema de relevância que julgarmos o outro, seremos julgados. Não como castigo, mas é mais uma lição do que vem a ser a verdadeira justiça.

A Bíblia afirma com clareza que ninguém pode esquadrinhar o pensamento de Deus e ainda assim o ser humano teima em se fazer de Deus da própria existência.

Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse ao barro e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada Sabe. Is 29; 16

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento. Jr 40; 28

Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor. Pv 21; 30

Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor, o homem, pois, como entenderá seu caminho? Pv 20; 24

Todo o caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações. Pv 21; 2

Pela dureza do coração do homem foi permitido o divórcio, algo contra a vontade original de Deus para a Família (Mc 10; 5-9 / Mt 19; 6-8).

Guarda teu coração. Alimente-se da Palavra de Deus e guarde os estatutos de Deus em seu coração. Quando então buscar a Deus e verificar seu coração, não será constatado nada a não ser a vontade de Deus. Suas bases não podem ser o discurso dos outros, suas experiências interculturais e sociais. Suas bases devem estar firmadas em Deus.

Deus sabe o que você precisa antes de você pedir (Mt 6), sabe o que você tem em secreto no coração. O sentimento e pensamento genuíno, sem tradução em palavras. Confie em Deus e aprimore seu relacionamento com ELE.

Não turbe seu coração. Creia em Deus (Jo 14; 1), Inclina teu ouvido e ouve as palavras dos sábios e aplica o teu coração à minha ciência (Pv 22; 17)

Mas aquele Consolador [Advogado, Amparador Gr. Paracleto] O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito”. Jo 14; 26

Por que caminhos seu coração tem levado você? O que seus pés têm sentido em todos estes anos? São diversas as texturas. Nossos pés seguem nosso impulso de andar, mesmo sem uma direção definida. É momento de mudar nossos caminhos para os caminhos que Deus quer que percorramos. É momento de mantermos nosso coração (área do cérebro responsável pelas emoções e sentimentos) aberto e flexível para o que Deus tem para nós.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Caminhos Retos




Desde a Grécia falavam os homens que os sentido enganam. Os sentidos enganam, os sentimentos seduzem e os fatos nem sempre são exatos. O que ou quem é você? Qual a sua identidade?


Olfato, paladar, tato, audição e visão. O que você tem olhado tem contribuído para o seu crescimento como uma pessoa digna, ou apenas confirmado que és um errante. Do que você tem se alimentado? Tem se entregado aos prazeres momentâneos do tato, do paladar, da audição, da visão e do olfato. O perfume de quem você tem cheirado? Ou tem cheirado o pó branco? O que tem feito com o seu toque? Tem agredido ou profanado outros corpos?


O que tem assistido? Sangue suor e gozo profano? Que conselhos tem ouvido e falado? Qual o hino de sua vida? O hino do umbigo? Um buraco no meio da barriga que é apenas a lembrança de uma ligação essencial com quem te gerou. O que floresce em seu ventre? Seu suco gástrico dança com bebidas alcoólicas, comida forte e desequilibrada? Por ter crescido em um grupo social que se estabelece, segundo antropólogos, por meio da acomodação à uma moral coletiva, determinada por um grupo dominante, o ser humano se acostumou com algumas práticas que o afastam de Deus.


Falar e pensar em Deus, para muitos, é entrar em um quarto sem porta, sem janela, sem chão, sem teto; e ainda assim se sentir apertado e desconfortável dentro deste quarto. Acredita-se na força do pensamento, a Vontade e Representação de Arthur Schopenhauer, mas não se concebe um Deus acima de todas as coisas. Um Deus cujo pensamento não pode ser entendido em sua totalidade.


O Homem, para permanecer alimentando com o que degenera seu ser, constrói automaticamente (significante e significado) um sentimento em relação a determinada coisa (objeto ou situação) do mundo social em que vive. Se há um valor moral que determine esta coisa como certa ou errada, ou se ainda não há tal juízo de valor; o Homem busca em seu intelecto uma justificativa que seja a base para o autorizar a fazer tal coisa ou acessar tal objeto. Após construir o argumento no intelecto, ele parte para consolidação da vontade. E isso, o desejo, se incrusta a sua identidade.


Em lençóis limpos, o ser humano elabora argumentos intelectuais para justificar seu pecado e se autorizar a cometê-lo. O pecado então passa a ser um novo morador do corpo humano. Ele circula pelo cérebro e se manifesta pelo restante do corpo. Passa a fazer parte da identidade deste ser. Na medida em que socialmente o estabelece como um ser moderno, ou como alguns afirmam, pós-moderno, o pecado dilacera o Homem por dentro, corrói aquilo que ele tem como espírito de vida, psiquê, sua alma (psychikos X pneumatikos).


A situação errante do homem está em seu desejo original. Adão administrava o mundo criado por Deus (Gn2:15). Desde que foi destituído de sua função original(por causa da desobediência), o homem tem confirmado a frustração das ações de quem se afasta de Deus. Sua ineficaz tentativa em provar a origem das coisas está aliada a sua incapacidade de garantir um desenvolvimento verdadeiramente sustentável ao mundo.


O homem destorceu a aplicação e o entendimento da palavra de Deus. O Ser humano diz ser por linhas tortas que Deus escreve certo a existência. As linhas tortas são o comportamento e perversão social do homem. Que errante, como uma galinha de cabeça decepada, anda ensanguentando o mundo, sem rumo, corre, bate as asas, sangra até morrer.


Há muitos que pregam a palavra de Deus adaptando os textos para sua conveniência. Aplicam o que acham “legal” o que não que r viver, ele diz: Isso não se aplica mais! O pior que sua afirmação está amparada na falta de conhecimento. As pessoas não estudam. Preferem a muleta. Preferem acreditar nos outros. Preferem subutilizar sua capacidade de aprendizado e de ensinar, para se acomodar ao que “ouviu falar”.


É fundamental escolher a Deus todo dia, todo momento. Como o filho, que ainda criança, correr sempre para os braços do pai, diz que ama, pergunta, aprende, brinca, confia. Devemos ser como crianças. Puros no sentir, no falar e adorar a Deus. A conversão não acontece na frente das igrejas, nos altares, no impor de mãos sobre a cabeça.


A conversão acontece no íntimo de cada um. Onde os sentimentos e pensamentos não viram palavras, mas muitas vezes se manifestam em gemidos, em lágrimas ou suspiros. No íntimo, onde só Aquele que vê o que está em secreto, Aquele que sabe o que precisamos antes de pedirmos, que manda o Espírito Santo para interceder por nós, pois nem sabemos como pedir o que precisamos e o que queremos (Rm 8: 26).


Há um momento em que o ser humano chega em uma bifurcação. De um lado o caminho do colapso, da desgraça. O outro lado revela o caminho da salvação. Deus indica o caminho correto, se mostra disposto a ajudar na caminhada; mas cabe o homem escolher por onde quer andar. Deus age com misericórdia e justiça. Que escolha você fez? Você a confirma? Toda escolha traz consigo as inevitáveis consequências. Graças a Deus, pois o que escolhem corretamente terão as melhores consequências.


Converte-te, ó Israel, ao Senhor, Teu Deus; porque, pelos teus pecados, tens caído. Tomai convosco palavras e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Expulsa toda a iniquidade e recebe o bem; e daremos como bezerros os sacrifícios dos nossos lábios.


Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos e à obra das nossas mãos não diremos mais: Tu és nosso Deus; porque, por ti, o órfão alcançará misericórdia. Eu sararei a sua perversão, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles.


Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão. Oséias 14


...

domingo, 7 de fevereiro de 2010





Humanos. Precisam respirar. Todo o dia. Num desses respiros, mais à frente escreverei algumas sensações e pensamentos gerados em uma mostra de cinema. Havia riqueza ali, além das

Faces / esteriótipos culturais/ Construções históricas
Suor / drogas / juventude / sorrisos e gozos
Interpretações / discussões / versões
Ilusões
Poder / dinheiro / poder / seres humanos por toda a parte
Desejos e necessidades

Tomar fôlego e mergulhar novamente. A imagem da carne vai sumindo à cabeça e o estômago termina seu trabalho. Despachando para o próximo órgão. Após aclimatação, a descida é um pouco, maior.

Seus olhos captam uma imagem que não é projetada em sua mente. Ele vislumbra então sua vida além de seus interesses, além de sua versão dos fatos, ele olha por outros olhos. Ele sou eu. Eu sou você. “somos diferentes, porém somos iguais”, como dizia a porquinha.

Se deixar de focar em suas vontades e maneira como escreve (constrói sua versão) a própria interpretação da vida; se perceber que nada gira em torno de você, mas você gira junto com tudo. Depende do ponto de vista e do quanto você se permite em suas terminações nervosas.

Um relâmpago. De sua estante caíram “Poiuy, Páginas Rasgadas, Aspargo, Primeiro Livro, Desabecedário e o Circo Empenado”.

Mergulhado no solvente universal, sinto minha estrutura mudar. Minha mente faz conexões que ainda eu não havia alcançado. Redenção?

“Oração lágrimas

Que me tenhas como fogo
Que me transbordes e que me (re) faças
Que não me mates com o tempo
Que traga amor e não tormento
Que ajude e mostre para nós
O que nos reserva
Que deixes correr a vida e não a morte
Que permitas amor à lua e eu juntos
Que ao separar que me deixe ir
Que entendas, que saibas os puros, e sinta os verdadeiros
Sentimentos que em momento algum são superficiais;

Que seja o que quiser
Mas que venha o afago do Senhor ao vento
Que transfigure em nós a doutrina de aprender

Que permitas a dor de morrer
Mas que me presenteie com o eterno e atemporal amor.

Assim farei vida e ajudarei outros
Do contrário
Não consigo

http://twitter.com/passcomunicacao

sábado, 6 de fevereiro de 2010




"a cabeça guarda muita informação. mas escolhemos esquecer o que convém".

“O sistema nervoso controla as funções orgânicas e a integração ao meio ambiente. Ou seja, ele não só controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também, ao receber os devidos estímulos, é capaz de interpretá-los e desencadear respostas adequadas a eles. Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade e muitas outras ocorrem sem que se tenha consciência delas”, Rubenstein e Cardoso.

Debaixo d’água, a refração pode nos fazer ver os objetos de outra forma. A pressão e a temperatura da água nos fazem sentir outras sensações, no mesmo corpo. Sentindo o corpo pulsar, crendo na importância de cada órgão.

Embarca o indivíduo em uma das rotas, das inúmeras viagens cerebrais. Numa terminação nervosa lembra de coisas guardadas. “\Minha voz no espelho Chora. Minha voz no espelho Sangra\”

Os rascunhos de tempos submersos emergem em um novo ainda não criado, ou estabelecido. Sufocado. A essência morta solta bolhas de um pulmão de ideias e sensações.

Um pedaço de carne.
Carnívoros
Escolhem meus olhos a maciez
O movimento, o corte específico.
Natural e não construído
Sustentado, aguardando a mordida
A degustação adequada.

Mas seus propósitos são o prazer e o sustento.
Comidos cru. Servidos ao par
.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Plunge my dear

http://www.youtube.com/watch?v=lSA5ZZWCuPk

 

Como se unem realidades? Qual o método para alterar de maneira eficaz o sentido dos objetos em seu repertório de saberes e experiências? O mergulho neste lago gelado, onde a superfície parece estar congelada, é desafiador e até promissor, mas exige disposição.

 

Deixemos de lado as especificidades da água, a alteração de sua densidade em virtude do índice de pureza e da temperatura. A verdade é que ao mergulhar, passamos por um período de aclimatação, próximo à superfície, imersos em 4º de águas ora turvas, ora cristalinas. Quando nossos passos parecem se alinhar, percebemos o quão tortas estão nossas pernas, dentro d'água.

 

Como redirecionar os sentidos em nossas vidas para melhor circularmos pelo universo das percepções do cotidiano? Primeiro é preciso mergulhar neste processo e se permitir ao questionamento, à análise do significado de cada item que ilustra sua existência.

 

Assim. Nos próximos textos, nossos olhos percorrerão palavras que projetarão em nossas mentes outras etapas deste mergulho.

 

Convido-o a deixar para trás bóias, pés de patos, roupas de mergulho, óculos, bússola e tanque de oxigênio. Permita-se. Antes coma um pedaço da realidade como você a entende. Para mim, tem gosto de chocolate meio amargo, o melhor dos chocolates, mais fiel às essências, mais saudável, porém de sabor menos doce.

 

Bem alimentado, não se deixe abater pelo vento que faz dançar as árvores, que fecha os poros e faz música ao redor. Não molhe os pés, não fite o espelho d'água; mergulhe.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mergulho

Por onde com os olhos varro vejo pessoas. Pessoas que tateiam a vida em busca de algo que as justifique. Relacionam-se entre si para estabelecer instituições, realizar sonhos e sonhar mais. Muitos buscam entre as pessoas sua justificação. Buscam entre as coisas por homens criadas. Alguns a tratam como um produto que no bolso é carregado e convenientemente distribuído. O mundo, a vida, um rio.

 

As águas não voltam à nascente, mas antes correm para o mar. Há rios que secam, outros precisam de afluentes para seguir. Muitos seguem por si, e com os afluentes tornam-se maiores. Uns rios possuem águas turvas, e outros, límpidas águas. Uns com muitos peixes e plantas e diversificada fauna e flora, outros praticamente mortos. Mas para todo rio, para toda a água, há chance de purificação. Mesmo que seja necessário se evaporar, subir, condensar e chover. Mesmo que seja preciso que um afluente ajude no processo de limpeza. O efeito de terceiros pode contribuir para a preservação ou depredação do leito deste rio. A quem você tem permitido agir em seu leito?

 

Se não somos rios, me vejo mergulhador, neste rio-vida tecido por Deus diante de mim. Rio que vai pelo horizonte e perco as vistas, mas sei que ele segue e que vai para o mar, mesmo que demore, mesmo que pareça secar, ele atingirá seu propósito.

 

Quando alguém cai na água, ou se deixa cai, quem mergulha em seguida para a salvar? Eu nunca aprendi a nadar, mas me lancei. E ainda respiro. Jesus andou sobre as águas e deu a mão ao discípulo que afundava. Ele deu ordem para que o mar e ao vento se acalmassem. Você tem mergulhado por sua família, amigos e aqueles que nem mesmo conhece?

 

Uma pequena nuvem. Do tamanho da mão de um homem. O profeta orou por chuva. Seu moço viu a nuvem pequena. Este é o sinal que vai chover. Quando o rio não encontra mais afluentes, não há mais corredeiras, o sol e a assoreação parecem o sufocar, cai águas do céu. Cai águas do céu e o revigora. Água limpa.

 

As lágrimas podem escorrer em dor uma noite inteira, mas com o amanhecer vem a alegria. Com o amanhecer. Do esperado inesperado. De onde pensamos que virá dor maior. O amanhã que pensamos que nunca chegará, ele chega, e com ele vem a alegria. Alegria de Deus para aqueles que ELE tanto ama. Ama com o amor não fingido, mas com um amor que é a base da existência.

Fôlego de vida - derradeiro à parte

E o amor?

Busque de Deus orientação em todas as coisas. Em todas as questões em todas as batalhas da vida. Devemos buscar em Deus a cobertura e direção. Is 30:1

 

Respire fundo. Prenda o fôlego. Quando tempo consegue conter dentro de você este fôlego? Deus sabe o que se passa dentro de você. Não adianta tentar conter uma dor, um pensamento, um pecado, um amor.

 

Se caminhamos em direção a Cristo, obedecendo tudo o que ele nos orientou a cumprir, o amor será acrescentado sim à nossa vida. E isso acontecerá de maneira sobrenatural, pois irá jorrar amor, como uma fonte incessante de água viva. Amor que desce direto de Deus para você.

 

Antes de seguir o que seu coração te estimula, busque a sabedoria de Deus e peça que o Espírito Santo alimente seu coração e direcione sua vida. Deus é bom. Em Jeremias 17 fica evidente que devemos confiar em Deus. Bendito aquele que confia no SENHOR.

 

E mais, se o seu coração não é pautado por Deus, saiba que a enganação é o sangue por ele bombeado, pois "enganoso é o coração mais do que todas as coisas e perverso, quem o conhecerá? Eu o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamento, e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações." Jr 17; 9,e 10.

 

Valorize o fôlego de vida, agradeça a Deus e se coloque em movimento, busque de Deus a direção para seus atos. A Bíblia revela que em tudo o que fizermos, quer bebamos, comemos ou façamos qualquer outra coisa, que seja tudo para a Glória de Deus. Sendo assim, permita que Deus lhe ensine a glorificá-lo com sua vida. O Espírito Santo nos convence dos pecados, nos orienta para uma vida reta diante de Deus e intercede por nós.
 
Em uma vida sem manual, qual você segue?

Quando os fôlegos se unem

Que os casais sejam com Áquila e Priscila. Juntos, um ministério. Uma só carne, um só espírito. Unidos por Deus. Instrumentos afinados na obra do SENHOR. Corações abertos, férteis. O lar, ferramenta de evangelismo. O casamento, a família, testemunho do amor de Jesus. Exemplo.

 

A palavra de Deus afirma que a sabedoria faz resplandecer a face do homem e a dureza de seu coração é mudada. Permita que Deus faça em você algo genuíno. Algo que não esteja amparado em leis morais e sociais estabelecidas por homens. Viva segundo os padrões de Deus, que ele determina em seu coração. Busque a Deus e o encontrará. Permita que ele entre. Ceie com ELE.

 

Deus anceia que sejamos verdadeiros adoradores. De amor não fingido. Que encontremos o caminho de sermos como ele nos criou. Puramente bons. Ele faz de tudo para nos ajudar a encontrarmos e seguirmos este caminho. Que sejamos como Hananias, Azarias e Misael, confirmando nossa posição como servos de Deus e que o seguiremos independentemente do que nos aconteça. Ele nos honrará com seu amor e livramento. Façamos como Daniel e Deus irá controlar os leões. Somos criados para servir a Deus, adorá-lo. Somos sermos que são tratados como filhos. Que receberam esse direito por meio do Sangue de Jesus.

 

O amor não fingido. Este deve reinar em nosso coração e exalar de nossas palavras. Amor por quem nos rodeia e amor por aqueles que nem conhecemos. Visualizar além das circunstâncias. Abençoar quem nos persegue e nos amaldiçoa e nos fere. Buscar a presença de Deus viva em nosso ser, buscar o direcionamento de Deus em nossas vidas. Agir conforme a vontade de Deus.

 

O Que sabe o homem do que é amor? Provavelmente algo intenso, sublime e suscetível ao tempo. Pode ser rápido ou de maior duração. No período das pétalas o deleite. No momento dos espinhos, a separação. Não sabem que a rosa é feita de espinhos, caule e pétalas? As rosas murcham, morrem. O verdadeiro amor não morre pois o ser humano sobre ele não tem poder algum.

 

A fonte de água viva. Deus. Fonte de amor. Amor não fingido. Amor que tudo supera, suporta, sofre e crê. Traição, negação, blasfêmias, morte de cruz, incredulidade, perseguição, dureza de coração. Rompe o que entendemos como tempo. Bate à porta de TODOS.

 

A razão da existência não é criada pelo homem. O homem nada cria, apenas junta elementos já existentes e transforma em outras coisas (ferro, plástico, circuito eletrônico). O que sabe a laranja da árvore da qual é fruto? Deus é. E os parâmetros de sua existência está muito além do que o ser humano consegue raciocinar.

 

Somos seres criados À imagem e semelhança de Deus. Somos criados para servir a Deus e o adorar. Criados para Glorificar a DEUS. Vivendo sem um coração duro, reconhecendo que Deus está acima de tudo e em primeiro lugar. Vivendo tendo tudo o mais acrescentado à sua vida.

Fôlego de vida - Subterfúgios

Os subterfúgios criados, como o divórcio, se devem à dureza do coração do homem. A plenitude do Homem Original (Adão) era viver como Cristo (o segundo Adão) sem pecado, mesmo em tudo sendo tentado. Um ser sem coração duro. Um ser que não precisava de mediação para falar com Deus, pois andava com Deus. Cristo é exemplo da pureza humana e soberania da divindade.                                   At 28:27 / At 15: 36

 

Paulo tinha ressalvas a respeito da coragem de Marcos, chamado João. Por causa dele houve discórdia entre Paulo e Barnabé, parceiros de viagens missionárias. Barnabé, primo de Marcos insistia em levar o primo em mais uma viagem. Paulo se recusava, talvez porque Marcos abandonou uma das viagens missionárias antes do fim (At 13:13). Dureza no coração. Ninguém cedeu. Houve separação.

 

Da separação foram criados dois grupos missionários. Paulo e Silas e Barnabé e Marcos. Se não houvesse diversão a obra teria sido feita da mesma forma. A multiplicação aconteceria. Mas diante da dureza do coração do homem, Deus estabelece alternativas para que sua obra seja feita e sua Glória manifestada. Paulo depois se reconciliou com Marcos, ao reconhecer sua importância no evangelismo (2Tm 4:11)

 

A dureza do coração do Homem estabeleceu o que em algumas aulas de história como Código de Hamurábi. Olho por olho, dente por dente. Surgiram as Cidades Refúgio. A dureza do coração do Homem, pecador, impuro e distante da plenitude da criação original. Deus então estabeleceu diretrizes, deu oportunidades para que o homem encontrasse harmonia no conviver e se voltasse para Deus; mas a humanidade cega prefere a rigidez do coração.

 

A confiança. A espera. Espera no que não se vê. Confiar. Deus não desiste de um filho. Ele educa, disciplina, cuida, ama, chama, respeita. A presença de Deus é o melhor que um ser pode ter. Houve um rei, o mais sábio e próspero de todos que existem, existiram e existirão. Ele experimentou de todos os prazeres debaixo do sol. Conhecimento, cultura, alimentos, mulheres, honra e tudo o mais. Constatou que tudo é vaidade. Vaidade. E seu coração continuava sem satisfação. Satisfação que encontrou em Deus. Leia todo o livro de Eclesiastes, está logo após os provérbios. Leia ele todo e guarde em seu coração, aplique em sua vida. Lembre do capítulo 12 e seu versículo 13 e 14.

 

De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

 

O mesmo que colocou fôlego de Vida em você. Te cuida, ama você e quer te fazer feliz. Feliz do modo verdadeiro. Feliz ETERNAMENTE. Apocalipse 3: 20 Não permita que as más escolhas  determinem seu futuro. Escolha a Deus e a ele reconheça como seu SENHOR pra sempre.

 

Fôlego de Vida 3 a parte

O amor sai de uma fonte viva. Jorra. Um coração machucado é pedra diante das águas. Sente apenas na superfície. No seu entorno passam as águas. As pedras podem chegar a se mover com as águas, mas continua pedra. Se aliada a uma rocha, faz com que o curso d'água mude a direção. Mas as águas rompem a pedra, a encharcam, se infiltram, formam lagos, nascentes, lençóis.

 

Há dificuldades e dificuldades. Fome, miséria, doença, dívidas, angústias, famílias em pedaços, casamentos em prova, morte, inveja social, inveja profissional. A do outro sempre irá parecer menor, pois você apenas sene a sua. E mesmo que reconheça que há outras piores, a que te faz sofrer é a sua, independentemente da intensidade.

 

Deus. Acima de qualquer pensamento, de qualquer desejo ou manifestação da vontade do homem. A doutrina humana tenta justificar que o ser, na exaustão de suas experiências, atordoado por suas limitações e frustrações, criou um ser imaginário para ser superior e responsável por todas as coisas.

 

Como ensinar as cores para um cego? Alguém que sabe o que é escuro, mas não entende o que são as cores e as coisas coloridas? E se este cego fosse responsável por determinar as cores de sua vida? Você não pode fazer com que alguém veja por seus olhos. Rapidamente surgem arranhões, acontecem tropeços. Da mesma forma que os sentimentos são apurados para experiências  novas, o corpo é corroído pelas batidas, pelo desgaste da erroneidade. Não há cão guia, a bengala atola na lama.

 

Mesmo levando o cego a quem o possa curar, ele precisa de um ingrediente fundamental que é acreditar. Você pode decidir retirar das mãos do cego as cores de sua vida. Mas não consegue retirar de seu coração a morada que deu a este cego. Ainda mais se o relacionamento tiver frutos.

 

Vendo as cores de sua vida, sem sentir nelas prazer. Escorado nas muletas de sua limitação, aguarda que o cego veja. Centrado em seu ego ferido, o cego firma seus pés na escuridão, se entrega às texturas da realidade. Vida de supermercado. Reposição de produtos. Vida de parque de diversões. Uma nova aventura a cada 10 minutos, se o parque não estiver cheio.

 

Importante saber que o cego não possui seu fôlego de vida. Mas que prazer há no fôlego sem as cores? Não é rebeldia ou ingratidão, é um suspiro angustiado de alguém que aguarda. Sentado na sala de espera. Em pé no ponto de ônibus, em frente ao relógio, de joelhos, olhos fechados, cerrados em lágrimas. Coração batendo.

 

Esqueça as mágoas. Os machucados de antes não devem mais lhe importunar. Cura. Lembre-se todo momento, a desistência é a porta mais fácil. Persista. Persevere. Insista. Se agradável aos olhos de Deus for o propósito, não desista. Tenha visão de Reino. Reino de Deus.

Por causa da dureza do coração do homem, muitas nações deixaram de entender a voz de Deus, vários conceito sociais foram então criados desta surdez. A partir do momento em que pecou (Pecado Original = Desobediência), a dureza entrou no coração do homem. A dureza o fez não mais entender a voz de Deus.


Fôlego de Vida 2

Onde fica guardado o sopro de vida? Podemos negociá-lo na feira. Jogá-lo pela janela como pétalas de flores que um dia nasceram no jardim. Jardim atacado por corvos com olhos de prata. Pesados, estômago de pecados, um coração limpo. Asas da morte que abanaram as plantas. Onde fica o sopro da vida que faz o corpo se mover, os órgãos funcionarem. Tem como transferir o fôlego? Guardar para uma melhor hora?

 

Recipiente não fala. Processo não vislumbra o fim. Instrumento não compõe melodia. Servo obedece ordens, filhos respeitam os pais, noiva de tudo faz para agradar o noivo. O livre direito de escolha. O que fazer.

 

Palavras de ânimo escorrem por todas as frestas. Impera nas paredes a morbidez de ter total controle sobre a vida. Causa e Consequências. O controle de um navio. Navio de um só. Um remador que tenta capitanear um navio. Novamente as janelas.

 

Os sons angustiam, o silêncio tenta sufocar, as imagens de outras janelas ofuscam, algumas machucam. A janela que olha é olhada. Humanas. O rio corre fios d'água tecem a constante inconstância. Sempre novas águas, sempre rio. Vidas. Constantemente inconstantes, sempre outras vidas.

 

Até onde levarão os pés de quem caminha. Eles não fogem do passado. Fogem do presente e se angustiam pois o presente é; sempre. Andam sem pensar no que pisam, no fica para trás, no caminho que tomam, andam. Andam até que o estalo acontece e quando ele acontece, o efeito borboleta não pode ser desfeito, talvez nem mesmo interrompido.

 

Especial. Onde é isso? Onde está  isso? Como ser especial e como isso pode fazer a diferença? A visão de existência do ser humano está firmada na vida social. A experimentação do ser humano está acorrentada à expectativa de vida, hoje em torno de 69 anos. Corrupção de conceitos, instituições. As vidas são como panfletos distribuídos num sábado de manhã no centro comercial da cidade, às 11 horas.

 

Prioridades. As pessoas e suas  necessidades sociais. Conveniências. Um carro desgovernado em uma rua de sinais amarelos.

 

Janelas fechadas. Abertas. Chuva. Festas. Casamentos, partos partidas. Senso e contra senso. Alternativas de criar outras janelas, reformar é mais trabalhoso. Assim pensam. Até quando? O brilho nos olhos do garoto que não entende bem o que vive, aceita tudo pela garganta. Infante. O vento que torna fria a madrugada. O telefonema que aperta o coração e lança corpos contra a parede. A decepção de ver quão maravilhosa é a vida e não ter prazer em estar vivo. Abdicar da janela por causa de uma frustração.

 

Ciclo. Manter-se firme para constatar que seu conselho vale também para você. Aplicabilidade. Se cantar na chuva espirro. Gripo, terei de trocar roupas e lavar outras. Danço e canto. Se me mergulho no mar lago rio, posso me afogar, não sei nadar. Mergulho. Ainda respiro. Mais uma noite vou para o travesseiro. Ainda há fôlego de vida, mas até quando, meu Deus. Até quando este instrumento será utilizado em sua orquestra?

 

Janelas de vidro, de madeira, de lágrimas, de fumaça. De silêncio, de espera. Espera pelo que não vê. Recolhendo todas as migalhas, construindo o pão do entendimento. Aguardando o próximo passo, a próxima luz do sol. O raio que desce rapidamente e rompe as trevas. Ilumina a janela, traz vida e vida em abundância.

 

A certeza que carrega o homem é o anseio por ser feliz. Alguns demoram a vida quase que toda para entender que a felicidade não está nos copos, carros, corpos, objetos. Não é uma carreira bem sucedida, uma vida com saúde, uma vida financeira agradável, muita beleza, e não está longe que os lábios não possam falar, ouvidos ouvir e joelhos tocar. Amor.

 

Muitas mãos tateiam por palavras para definir um sentimento. Sentimento é para sentir e viver. A maioria o confunde com desejo, porque há desejo no processo. Muitos pensam ser possessão, por envolver posse até determinado ponto. Há quem fixe em doação, por haver a necessidade de se doar. Mais do tudo o que pode o homem imaginar, o amor é. E transcende os pensamentos, as palavras e conceitos. Ele amadurece o ser que ama. Uma amadurecimento que nada pode retirar. O amor pode mudar a realidade. Pode criar uma janela na parede virgem, Transformar a anela em porta na parede profanada. Pode refazer a janela, o amor pode tudo o que a humanidade concebe como impossível de se transformar.

 

Fôlego de Vida

O jornal mostra as lágrimas de mais uma família. Indicador da desgraça que se faz o ser humano. Roubo, assassinato. Mulher pelada. Pão e Circo. Futebol, campeonatos, jogadores humanos, bebida, sexo, depressão. Mídia. Uma cobra atrás do próprio rabo. O meio ambiente reflete as ações humanas acumuladas ao passar das gerações.

 

Casas e prédios. Janelas. Mulheres que se separam, homens que são separados. Casamentos, divórcios. Desejos, lágrimas e gozos. Janelas. Contas para pagar, filhos para criar. Amantes, torneiras entupidas, lâmpadas queimadas, pais mortos. Bolas rolam em quadras, gritos e suor. Corpos são corrompidos em becos. Templos profanados. Os hormônios, o romper padrões estabelecendo outros piores. Janelas. O relógio programa seu dia, marca o dormir e o despertar. Você continua bêbada em sua vida. A Lucidez foi abandonada. O sol ainda é quente, a chuva ainda molha, as noites frias não se aquecem em outro corpo, em cobertores.

 

Janelas. Espinhos. A natureza em sua perfeição de coisa criada oferece todos os possíveis exemplos para explicar o que aconteceu, o que acontece e o que pode acontecer. Precede o mar de rosas um mar de espinhos. Sangue. Sangue.

 

A compaixão abandonada em um copo vazio na pia. O individualismo assumido como uma televisão que ligada embala o sono, como um anticoncepcional tomado automaticamente, mesmo sem a possibilidade de engravidar. A individualidade como uma bandeira do auto-flagelo. A piedade como uma lata de seleta no armário.

 

Vitrines. Comerciais. Filmes de duas horas. Livro de 15 dias. Pregação de uma hora. A vida corre 24 horas, sem parar. A vida corre e não conseguimos acompanhar. Dividimos as horas. Não vivemos os dias, passamos. Ferimos, escolhemos todo o tempo. Cansados, escolhemos automaticamente a ruína. É mais fácil. Ser um produto em uma prateleira de supermercado.

 

Passam os carrinhos, as mãos, o cheiro, a luz, o frio. Corredores. Quem realmente liga? A curiosidade se disfarça de compaixão para invadirem cada um a janela do outro. Ninguém se importa, e se for possível encontrar um, este nada pode fazer. Humanos. Não cabem mais em si. Extrapolam no outro em desgraça. Humano, se entregue a natureza carnal abraçado está com seus limites.



 

sábado, 30 de janeiro de 2010

Inspirados




Botas na lama. Fuzis ao ombro. Chuva escorre pelo rosto e mistura o suor. Salmoura. Ele, filho da mais alta patente das forças armadas. Mas a honra de seu Pai não era a dele. Começou ele como o menor no exército, mesmo tendo conhecimento e treinamento superior, se fez o menor do grupo. A xepa era seu soldo maior. Sua cara beijava o chão, seu sangue rompia as veias, os músculos se contorciam à noite.


Durante o treinamento, levou a culpa pela desobediência dos outros. Foi traído pelos colegas de alojamento. Flexões. Reflexões. Cresceu em obediência, fazia tudo o que lhe cabia e ainda mais. Ajudava os outros. Colaborou com os colegas que tinham fraquezas, foi intrépido diante dos mais fortes e inconsequentes. Sabia montar e atirar com destreza. Tinha resistência no treinamento da selva. Dançava com a fome nas noites frias na mata. Sedia o que tinha para os mais fracos, era roubado pelos maiores. Calado. Não reclamava das brincadeiras, da injustiça, da dor.


Terminado o período de capacitação, foi enviado para o campo de batalha. Lá, onde carne podre é perfume, ninguém acreditava que ele era o filho do maior nas forças armadas. Aquele magro, submisso, machucado, menor em patente do grupo, filho de alguém importante? Conhecedor das táticas de guerra? As coisas pioraram. Seu tempo de treinamento foi apenas a introdução das dores.


Bucha de canhão. Foi para a frente de batalha. Guerreava com ousadia, com coragem, força e amor. Era misericordioso com os vencidos. Fez prisioneiros de guerra. Todos mortos pelos seus companheiros. Não permitia que um companheiro ferido ficasse para trás, nem seu cadáver apodrecer naquele lugar. Como formiga carregava o amigo morto.


Chorava todas as noites, angustiado, revoltado com os motivos da guerra. Indignado com a dureza humana em sua luta pelo poder. Seria sua última batalha. Pegou suas armas e foi para o campo de batalha. Enquanto avançavam no campo, percebia ele que seu exército ficava menor. Seus pés pisavam crânios, sua bota encharcada de lama e sangue, seus olhos contemplavam explosões, fumaça, vultos, corpos que caem. Seus ouvidos adormeciam diante de tanto grito, explosão e tiros. Suas narinas dormentes de tanta pólvora e morte. Levou tiro pelos amigos. Antes de seu rosto afundar na lama, pôde ver os amigos se afastarem, fugirem. Mas ele não era assim.


De suas memórias, de toda palavra de fé que falava no refeitório aos soldados, de seu íntimo brotou o último fôlego. Ajoelhou-se, levantou a cabeça e viu distante, afundada na lama, a bandeira da liberdade, bandeira de sua tropa, bandeira pela qual concordou lutar. Jogou suas armas no chão, cambaleando andou até a bandeira. Ergueu-a. Neste momento, sua tropa viu a bandeira erguida e interrompeu a fuga, interrompeu a luta. Foi como se estivem todos no vácuo e som não se propagasse. Não ouvia mais os tiros e explosões. Ele então caminhou para frente, com a andeira erguida. Tomou mais alguns tiros. Ninguém ouviu seu gemido.


Curiosos, os inimigos interromperam o massacre. Sangrando todo o seu sangue, rastejou até o lado inimigo e cravou a bandeira no ponto mais alto. Então morreu. Mas a magnitude de seu gesto, como o vento se espalhou e não houve uma só fresta em que não entrou. Mas ele apenas era um Inspirado.


Segundo tempo. Minutos finais. Placar desfavorável. Chuva. Buracos no campo. Equipe desunida. Cansaço. Um bagaço resumiria suas forças. Ele, a grande estrela até então não havia brilhado como todos esperavam. E ninguém dava ouvidos a suas palavras e boas novas. Para onde seus olhos corriam viam o desânimo. Viam morte. Corpo suados e frustrados. Ele, o ponta; toda a responsabilidade sobre ele. Se não bastasse tudo, o time adversário estava no ataque. Bola na marca. Ele era o único que acreditava. Aos berros encorajava o goleiro, este embalado pelas vaiais. Antes do juiz se posicionar, ele foi até o goleiro, gritou, e o abraçou. Disse ao ouvido daquele jogador o que ninguém até então havia dito. “eu acredito”. Foi como se soprasse nas narinas daquele jogador solitário.


A bola não entrou, era o omento do contra-ataque. A bola foi lançada. Todos emocionados em não tomar o gol, começaram a fazer sua parte. Bola no meio, do meio para a ponta. O ponta viu o lateral melhor posicionado. No lugar no drible fantástico, o toque da humildade. O lateral marca o gol. Empate.


Bola no centro. Apito na boca. Minutos acrescentados. Contusões. Expulsões. A torcida que já tinha em parte ido embora, volta aos seus lugares, retoma os gritos de incentivo. Escanteio. Todo o time adversário na área, inclusive o goleiro. A tensão de perder, a coragem de se lançar. O zagueiro gigante. O lateral que fez o gol, momento de visão. O lançamento longo. O ponta acreditou. Ele correu como nunca pensou conseguir correr, não havia mais ninguém para o impedir, mas a bola não estava indo para o gol, alguém precisava agir. Ele sentia o ácido lático acumulado nas pernas ensaiar uma câimbra, rompeu suas dores, intensificou a corrida, a bola, na diagonal, tinha passado do primeiro poste, passado em frente ao meio do gol, se aproximava de passar em frente ao segundo poste e ir para fora, em um gesto quase irresponsável se lançou, seus pés tocaram a bola, sua cabeça bateu na trave. Venceram a partida. Desmaiado estava não um herói, não uma estrela, muito menos um jogador, mas ali estava um homem Inspirado. Mais do que a imagem do gol e do troféu, seu exemplo foi disseminado em cada gramado.


Andava pelas ruas sem que ninguém a notasse. Escutava nos rádios sobre um grande jogador e o título inédito que ele garantiu ao time que o revelara. Título que custou sua vida. Nos jornais que embrulhavam o peixe no mercado viu uma foto de uma bandeira em um campo de guerra seguida de uma matéria sobre um soldado.


Em casa, não tinha prazer para cozinhar, fritava o peixe e comia antes que a cordura escorresse. Sentada na sala, tudo desligado, tudo apagado, ouvia o mundo e seus ruídos. Carros, choros, gozos e brigas. Risadas. Calada, intercedia por cada mazela que percebia, e também por aquelas que desconhecia. Agradecia por todos e ia dormir.

Todos os dias de sua vida após sair da casa dos pais foram de abandono. Nunca foi sequer cumprimentada. Mas ainda que tudo batia firme sobre sua cabeça e seus ombros, ela tinha uma alegria no coração que nem suas lágrimas conseguia sufocar. Um sorriso iluminava seus passos, quando se olhava no espelho não via seu corpo deformado, mas via sua pureza, via o seu amor, via a virtude que um recebera com o simples fato de dobrar os joelhos. Ela continua por aí, sem ter mesmo um nome a ser mencionado. Mas para ela pouco importa. Mais vale o resultado de suas orações. Tudo o mais, ao tempo certo, da maneira certa, será acrescentado, segundo a vontade de Deus. Uma mulher Inspirada.


Sentado com o dicionário no colo, o pequeno pergunta ao pai o que é inspirado. O pai dedilha as páginas daquele livro e mostra. O filho lê, mas não satisfeito pergunta o que leva alguém a estar inspirado. O pai resume em uma palavra: amor.


O filho ainda sem entender insiste em como o amor pode inspirar e inspirar a ponto de se sentir dor. O pai explica. Diz que o amor verdadeiramente é manifestado nos momentos de dor, onde tudo sofre, suporta e supera. Onde a dor é combustível e o amor a direção certa e a ação de fazer algo é apenas a confirmação de uma escolha. Escolha? Sim. Nunca abrir mão do amor. Mesmo que precise morrer. Onde está o amor? Pergunta o menino? O pai se levanta, sorri, pega a Bíblia. Sentado ao lado do filho ele diz: Respira fundo meu filho. Viu, tem amor aí dentro de você agora. Deus é amor, nos fez parecidos com ele, e na hora de botar a gente pra funcionar, soprou em nossas narinas.


O menino pergunta sobre o que teria inspirado os personagens das três histórias que o pai havia contado. O pai ainda com a Bíblia na mão disse: Meu filho, muitos morrem por uma bandeira, uma ideia, muitos morrem por uma paixão, um título, e muitos morrem socialmente pelo bem de um próximo que não o conhece, reconhece e merece. Mas no caso destes personagens que te contei, eu tenho certeza que eles se inspiraram em um ser que se fez homem, sendo Deus, foi perseguido, desacreditado, humilhado, maltratado, machucado, traído, assassinado sem tem nem mesmo uma partícula de culpa. Um ser que assumiu tudo calado. Morreu pelos pecados de toda a humanidade. Mas até em sua morte nos surpreendeu, pois conforme tinha afirmado, ele ressuscitou e é o Deus vivo, que virá para nos buscar.


Não tem como não ser inspirado pelo exemplo de Jesus. E saber que além de seu feito aqui na terra, algo ainda maior viveremos com ele na eternidade, onde o tempo conforme concebemos não existe. O melhor nisso tudo, meu filho, é que podemos ainda escolher se queremos ou não viver como servos e filhos de Deus.


O menino fecha o dicionário, pega a bíblia das mãos no pai e abre em Josué 24; 15 com um sorriso infante e abraça o pai.


Mesmo que essa história seja inventada. A essência dela se repete em nossas casas, no trabalho, nas ruas por onde passamos, nos ambientes que habitamos; embora nem sempre estejamos abertos para sentir, compreender e escolher.

Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Js 24; 15

Modernidade





Se todas as possibilidades na ordem e relação das forças já não estivessem esgotadas, não teria passado ainda nenhuma infinidade. Justamente porque isto tem de ser, não há mais nenhuma possibilidade nova e é necessário que tudo já tenha estado aí, inúmeras vezes. (Friedrich Wilhelm Nietzsche).

E na medida em que falavam as pessoas, surgia o nome do dono daquelas frases juntas, daquele pensamento. Vinha como a sentença dos alto-falantes que estavam ali para ordenar gestos, reforçar a inexistência de novas idéias. Mostrar que tudo já é, e o que foi volta a ser. Mas nada será.

Como os dedos que perpassam o teclado de um piano, os pés formavam passos e tocavam a superfície de um chão quase céu. Foge a criatividade, expande-se o tédio e não vem criação, apenas reciclagem. No ritmo dos passos, percebeu que era sempre um pé depois o outro, e que os dois juntos era um pulo; e que inverter a ordem era andar para trás.

Parerga e Paralipomena sobre o acento da cadeira refletia a luz refrata da lua. Não adiantava fechar a janela. A luz corrompera a escuridão e o silêncio se enchera de sons.

Sobre os tons os sonhos buscavam existir de forma sublime. Mas as vias estavam obstruídas. São ruídos, são as cores. A chave fecha a porta, as escadas denunciam a fuga. A rua recebia nua seus pés vestidos. No alto, à esquerda, janelas vazias batiam com o vento. Os passos continuavam, era preciso chegar a algum lugar.

Sentado à beira da fonte que não mais jorrava água ele sentia. Nunca ouvira com tanta convicção as palavras que queria ouvir. E quando ouviu, não era para ele, não eram por ele que as palavras foram lavradas. Mas tudo isso era menor diante da ferida aberta à beira da fonte. Sangrava; as lágrimas ardiam. Precisava retomar um rumo, mesmo consciente de que nada de novo pode acontecer, precisava acreditar que as coisas seriam diferentes; que poderia criar. E que ao criar não buscaria o novo, buscaria esse possível diferente.

O maior desafio para se viver é saber dos limites, saber das impossibilidades e viver entre elas, sem sofrimento desnecessário. A ignorância é felicidade, mas quando se perde a ignorância, é preciso viver, é importante continuar vivendo. O mais natural e comum é mergulhar nos sentimentos e pensamentos ruins, mas é preciso rever a posição atual e alçar vôo por pensamentos e sentimentos melhores.

A natureza se transforma. A tendência natural pode ser revertida a partir de algo que determina a diferença do ser humano. A capacidade de transformação. A retomada, o estímulo além terra, além superfície. Em busca de uma renovação, tentando de tudo, sondando a todos, encontrou dentro. Em sua identidade a resposta para seus passos.

Num dia de desespero, abriu o desassossego e dele ouviu as palavras da dor e do fim daquele que ele considerava sentir amor. E do vento que vem e que passa, que é vento e que passa, sua cabeça deduziu um vôo de phoênix. Não o engodo mitológico, mas o ramo no bico da pomba.

As instalações estáticas confirmavam o que zenon, ou zenão afirmou. O movimento é, mas não existe. O tempo não existe, por isso não pode estar parado. Além das declarações, queria sentir e ver acontecer. Gozar de vitórias.

O brilho do sol em um dia nublado revela sobre as cores um novo contraste. A cor não é palpável, apenas as coisas coloridas são. Mas é possível perceber e a sensibilidade é o instrumento para absorver, como as mãos de um cego, a realidade que nos escapa.

Quando os olhos percebiam o movimento das pessoas, das coisas, o distanciamento possibilitava um novo olhar. A tecnologia, os processos cada vez mais informatizados. O mundo em modernidade, mas o ser humano não. Não há modernidade no potencial humano de percepção. A tecnologia mudou os costumes da tribo. Toda afirmação já nasce com sua contradição.

É chuva nos olhos.