sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Poros


Cobogós do corpo. A comunicação entre dimensões, o fora, o dentro, entre. Maestro do arrepio, porta-voz da dor, do cansaço, da euforia. A textura que a realidade não consegue tapar. Poros é passagem, é portal para dentro de si. É a porta de saída de sentimentos silenciados. O que não cabe em palavra o corpo fala. Porque escrever um livro? Para estimular a leitura nos intervalos entre telas. Para lançar o olhar sobre essa ideia de perenidade. Essa mania de interiorizar a eternidade e tornar complexo o relacionamento com o outro, com o tempo e a realidade. Evite as avenidas amargas. Não valem a poesia. Bandidos olhares marcam as sombras. Os passos evitam se entregar a tanto tropeço do olhar. A simplicidade prevalece. Então, sendo lido ou não, posto está.

Mais um título lançado pela Editora Lura; disponível a partir das próximas semanas na livraria Martins Fontes (Av Paulista. SP), aqui no blog, no site da Amazon e também no site da editora. O conceito da capa é do artista plástico e meu grande amigo irmão Luciano Moreira Fonseca.

Este livro e os demais que escrevi, você encontrará também a partir do próximo mês no site Estante Virtual

📓Livraria da Lura: bit.ly/LU90095
📓Site da Amazon: amzn.to/2Mqiax1

Receber comentários de leitores é muito bom. As impressões de meu irmão e de meu primogênito são para mim de uma potência sem medida. Abaixo, a crítica que recebi do mestre Luiz Carlos Lacerda, o Bigode. Emociona, estimula e aquieta.







Transpire.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Soro

 


Soro BSB
quem sabe
um dia

"Clichês derramados no mataborrão da vida. Cada luz com uma história, cada solidão um silêncio e nele um texto, cada escuridão a ansiedade da sensação, das sensações. O entendimento assim como o sentido, extrapolam as lógicas de uma sociedade contemporânea. A mancha da xícara diz mais que teu olhar a rondar meus pensamentos. As construções têm mais que tijolo e massa. Significado. Café para dois."





segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Comunicar e integrar setores

Saber lidar com as vaidades e estruturar ações que priorizem os reais objetivos da instituição. Assim a Comunicação obtém resultados que independentemente da dimensão do negócio,  potencializam a imagem e a reputação. Integrar os saberes, os setores, tendo como objetivo ações efetivas, sem florear, mas comunicar e cumprir a missão do negócio. Entender como a multidisciplinaridade deve funcionar consolidando a empresa como una. 






Saiba mais:

Jornalismo Empreendedor







terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Ler - percepções e perspectivas

Ler é uma experiência transformadora. Os benefícios vão além das experiências profissionais, sociais e individuais. A produção literária no Brasil é resiliente, pujante e tem encontrado maior aceitação junto ao público. O famigerado índice de leitura tem mudado; vendas de livros no Brasil crescem e pesquisa aponta para mais leitura na pandemia. O 11º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2020, divulgado neste mês (Agência Estado), pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen. Houve crescimentos de 25% em volume e 22% em valor dos livros vendidos, comparado ao mesmo período de 2019. Foi a maior variação positiva do ano. De acordo com a pesquisa, o setor livreiro contabilizou 3,62 milhões de títulos vendidos, faturando R$136,86 milhões. Ao longo do ano de 2020, foram comercializados 32,81 milhões de livros, movimentando R$1,39 bilhão. Já em 2019, foram vendidos 33,50 milhões de títulos com um faturamento de R$1,43 bilhão no mesmo período. Em percentuais, esses números representam uma queda de 3,10 pontos em valor e de 2,06 em volume.

Afora as cifras, ganha-se muito ao investir na produção literária. Independentemente do gênero, disseminar narrativas amplia percepções e perspectivas. E isso contribui para maturar discussões e o sistema de referência e relevância dos indivíduos, refletindo na organização social.

Já falei aqui. Existem diversas plataformas de autopublicação, seja em formato impresso quanto e-book, assim como existem várias editoras dedicadas à viabilização da publicação de novos escritores, ou escritores independentes, com prestação de serviço de diagramação, arte final registro ISBN, impressão e até mesmo divulgação, sem exigir mínimo de exemplares. Além disso, as editoras conseguem potencializar a distribuição das obras em feiras, eventos e livrarias. Um exemplo é a Ed. Lura que oferece todo o suporte para os autores desde a concepção do produto à sua finalização, comercialização e divulgação, indicando inclusive serviço de assessoria. Em novembro deste ano, a Lura conseguiu entrar na Livraria Martins Fontes, disponibilizando na livraria da Av. Paulista (SP) títulos publicados pela Editora. Outro destaque é a publicação das antologias, que potencializam a disseminação narrativa de escritores independentes e enriquecem o mercado literário com belas obras.

Em 2019, lancei um título pela Ed. Fontenele e outro pela Ed. Lura ambos com tiragem reduzida e orçamento restrito, por isso, fiz uso de uma logística de distribuição regional, mas também de nicho. Assim, é possível encontrar exemplares em livrarias e sebos do Estante Virtual. Neste ano, novamente pela Lura, irei publicar mais um livro: Poros (depois falo sobre ele aqui). Trata-se da persistência em compartilhar olhares sobre a vida, as pessoas e possibilidades.




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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Equipe x controle



Mensurar as transformações que acontecem na equipe é o desafiador indicador do gestor. Identificar como cada um, em seu sistema de repertório e relevância, contribui na realização das atividades, no compartilhar conhecimentos, reter mensagem e diretrizes da gestão e integrar-se ao planejamento estratégico. Compreender as pessoas e identificar pontos de equilíbrio para poder exercer persuasão em prol do clima organizacional, e não manipulação cruel de emoções, saberes e fazeres. Diversos gestores se perdem no fio desta navalha. Conhecer o outro exige também conhecer um pouco mais de si mesmo, para assim conseguir identificar o que é você e o que é o outro; os limites, as especificidades, o que é automatismo, mimetismo e o que é peculiar, quase exclusivo da personalidade. É exaustivo o processo, mas costuma ser mais eficiente do que adotar algorítimos. Eficiente no sentido de evolução humana e nem sempre em indicadores corporativos de desempenho. A famigerada trilha por conhecer a si mesmo. Evitada de maneira sagaz por quem sente prazer em julgar, manipular e culpar o outro. Caminhar por essa trilha nos lembra atributos da personalidade que muitas vezes evitamos, ou que nem mais reconhecemos ter; pro bem ou para o mal. Entretanto, trata-se de um processo fundamental para o desenvolvimento, para ter dias mais leves, para ajudar o outro e juntos, em equipe, fazer um bom trabalho. 

Engajar uma equipe tem de ser um processo naturalizado de persuasão transparente, com fluxo e objetivos definidos e tudo tratado de forma aberta junto aos envolvidos. Esqueça a ideia tradicional de controle e pense na efetividade do que é uma verdadeira equipe. Não significa o caos, ou plena anarquia, mas um ambiente em que ao invés de controle, há liderança. Não um conceito pedestal de mercado; mas a postura bem definida de cada indivíduo, com suas potencialidades, fragilidades, pontos de melhoria. 

Neste novo cenário, delegar torna-se compartilhar responsabilidades, tendo cada um o instante e a intensidade da entrega e a titularidade sobre o resultado do processo. Ao invés de problemas e punições, obstáculos e soluções. Assim, percebe-se maturação não apenas da narrativa corporativa, mas elementarmente da cultura organizacional. Independentemente do montante do faturamento da empresa, o modo como ela internamente estrutura e viabiliza sua equipe compõe sua marca e a mensagem que fica para o multifacetado stakeholder.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Padrões para relaxar


Há uma tendência em padronização do comportamento social que intriga quando olhamos as plataformas de comunicação. A padronização pode castrar, mas ela também ambienta o indivíduo em uma zona de conforto. Coloca ele em fase de automatismo naquela questão para ter energia e atenção disponíveis para outros processos e fluxos. O conforto do automatismo aprisiona e conduz o comportamento social, seja por consumo de informação, produtos ou até mesmo posicionamento em relação a algum aspecto da vida (política, religião, moral, relacionamentos e etc). Identificar esta característica e como ela é inerente à nossa organização social, contribui para aperfeiçoar nossa consciência crítica, mas também instrumentaliza as narrativas corporativas de estratégicas mais assertivas.

Após o confronto com o novo, o impacto do conhecimento e reconhecimento, produção de significante; peneirada a resistência versus a aceitação, estabelece-se um padrão. Especificamente no consumo de mídia, assim que surgem aplicativos novos e aplicações novas nos aplicativos mais usados, logo após o período de teste e posterior peneira, percebe-se a padronização deles e até adoção por outros aplicativos. Vide os stories (que foram do Instagram para as demais redes sociais e que agora chegam também ao Spotify (iniciou testes de stories em playlists especiais). As retrospectivas também, do Facebook, Instagram, Spotify, Google fotos, re-alimentando o consumo de funcionalidades por meio de um conteúdo que já existe (e que talvez você não lembre), gerando assim novas interações e engajamentos, revisitando até posicionamentos. 

A instantaneidade de ativar novos atributos, a temporalidade de disponibilidade da publicação, restrição e segmentação do público que pode ter acesso (que não quer dizer que ela vá verdadeiramente entregar com o mesmo sistema de relevância para todos do seu público determinado); tudo com a sensação de ser natural. Padrões para relaxar o senso crítico e sucumbir à influência de um ator social cujo o qual muitas vezes não queríamos dar tanto poder.

O ciclo elementar de padronização é perceptível desde os primórdios, mas sua modernização constante e desdobramento da utilização; intrigam.  




sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A multiplicação de Mike Teavee



Ô Cridê; fala pra mãe, que a TV saiu da sala e agora empoderou-se na mão de cada cidadão. Senhor Wonka, um chocolate por favor, daqueles que nos fazem ficar anestesiados diante das mazelas que o indivíduo permitiu se incorporar ao comportamento natural cotidiano. Viciados em F5, para estarem sempre atualizados. Ter acesso a mais fatos (sejam estes determinantes na sociedade ou apenas sobre a rotina, extremamente corriqueira, da vida de uma pessoa). Ficar vidrado na vida de uma pessoa ou família e deixar de lado a própria; sem perceber a incoerência. Instaurar o mimetismo e transformar seus hábitos por meio das influências digitais recebidas, buscadas. Claro, muitas transformações para o bem acontecem. O joio e o trigo são separados no final, não é mesmo? Entretanto, o padrão de interferência social do comportamento das "teletelas" guiando olhares, palavras, dedos e decisões, aponta para uma atrofia, uma neutralização das questões humanas profundas, um processo de tornar superficial o saber, o sentir, o ver e interagir com o outro (fisicamente, pois sempre há um emoji, essa nova onomatopeia, para aconchegar digitalmente).

Andar pela rua, frequentar situações sociais costumeiras em almoços, reuniões, encontros, ou o lazer no sofá, nas varandas, ainda também nas calçadas, e tantos outros lugares. Realizar as tarefas diárias, do café, caminhada, banheiro, ócio e tanto mais. Mike Teavee multiplicado como gremilings. Tudo sempre conectado. Tudo sempre com a tela ali. Com a necessidade de lançar ao universo digital o que se passa, o que se sente, o que se come, a perspectiva da foto alcançada. Comunicar não é pecado. A dose da mensagem é o segredo para não atravancar o processo. O que chama a atenção é como o fluxo de comunicação está interferindo (ou revelando) o caráter das pessoas de forma tão rápida. A liquidez de uma sociedade. Seja no filme, na vida ou no universo estendido chamado realidade, obcecado com filmes violentos de gangsters, imitando o que vê nas telas e obcecado pela felicidade e satisfação alheia; não é mera coincidência. As pessoas estão não sendo sugadas pelas telas, mas estão se entregando a elas. Justificativas brotam de todos os lados, inclusive do divã.

Produtores de conteúdo, corporativos ou não, embrenham-se na corrida maluca de (sendo também personagem alvo do processo) entender a demanda, o comportamento de consumo da audiência, de produzir, reverberar e mensurar os resultados. Virou negócio. Arte, preço, produto. Não é um mundo de pura imaginação, mas um se entregar contínuo à alienação que satisfaça o passar das horas e soterrar o famigerado "conheça a ti mesmo".




Dica

O canal da Maíra é um refrigério narrativo, sempre com uma abordagem interessante; com um ritmo diferente de olhar e respirar a vida. Vale a pena




quarta-feira, 4 de novembro de 2020

conversas e conexões



Tudo nas nuvens e quando chove, poemas podem surgir, usuários se banham, se escondem, erguem guarda-chuvas, são inundados, outros nutridos; cada qual em seu instante, demanda e interesse. Dentre outras coisas, choveu live na pandemia e se instalou como a nova primeira tela da sociedade. Cada qual com sua programação. Diante desta nova dinâmica em busca da materialização de uma mensagem e alcance de certa audiência, o que fazer para tornar aprazível uma live? Uma gota entremeio a tantas?

No caso das de entrevistas, estabelecer um diálogo é uma boa opção. Fazer com que o diálogo seja uma conversa onde o tema é mais um dos personagens e o espectador um convidado a mais.

A conversa sincera e sem amarras é o que torna a live um momento orgânico de troca de ideias e não uma busca por audiência ou sobreposição de egos. Trata-se de um encontro e entregas. Um abraço das ideias (que podem ou não ser divergentes). Assim se consolida o conteúdo e o mantém vivo. Pujante. Gratidão pelo papo com Joel Pizzini, Thiago Köche e Luiz Carlos Lacerda (Bigode). Em pauta, o cinema brasileiro. Cada um com um olhar. Iniciando com o brilhante mestre Bigode, abordando o modo de fazer e consumir cinema antes, durante e depois da pandemia da COVID-19; desdobrando em como exercer o olhar a contra pêlo na história, afora as versões oficiais a partir da energia e sensibilidade de Köche, reverberando no cinema poesia de Pizzini discorrendo mais do que na diferença entre linguagens e narrativas do documentário x cinema de ficção; dando vazão a valorização da multiplicidade de olhares narrativos da equipe, reforçando o papel do diretor de tomar decisões, de manter o equilíbrio entre o óbvio e o abstrato. Discorrer sobre as solidões e solitudes. 

A boa conversa proporciona mais do que conteúdo ao público, mas cria um ambiente de conexões e potencialização de significantes que vão além daqueles minutos de live. Assim é possível refletir antes da chuva, vendo a chegar, embrenhando-se nela e até mesmo vislumbrando o horizonte que há de instaurar, nas intermitências do céu. Mais que lágrimas na chuva, nossas lembranças, pensamentos e sonhos podem vir a ser gotículas sobre pétalas no jardim de alguém.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

reações a conta gotas


Essa vontade de sair de casa. Alargar fronteiras, transitar sem restrições por um território conquistado ou cotidiano. Essa necessidade de subsistência. Esse instinto do afogado, de manter-se vivo. A pandemia assustou, matou muita gente, afastou pessoas, fez muitos revisitarem o sistema de relevância de amizade, de recursos e de ambição. Ela mostrou o que é ou não estar preparado para enfrentar uma catástrofe de médio longo prazo, de forma individual e coletiva. Ela testou os limites da empatia. Revelou característica de um ser social em afogamento seco que se agarra a qualquer argumento que o traga paz, o mantenha vivo, e acima da opinião alheia. Entretanto, quando a dor bate à porta de dentro da moradia das famílias, percepções de gravidade, crença, desejo e vontade são revisadas. A pandemia fez isso, em apenas 8 meses, e ainda não acabou. A próxima revolta da vacina será para se vacinar, será a corrida maluca pela imunização, onde a empatia geralmente não tem espaço. 

A narrativa midiática oscila entre conscientizar, informar e conduzir o comportamento. A narrativa corporativa entre envelopar o tema em voga do agenda setting como responsabilidade social e compromisso com a vida e influenciar (para bem ou para o mal) seu público-alvo. Não que seja equívoco, mas olhando de perto, é no mínimo, forçado, uma vez que as ações das instituições nem sempre são consonantes ao discurso. 

As reações surgem a conta-gotas, assim como são absorvidas as informações e conduzidos os pensamentos (principalmente a geração de significantes). As sequelas, interpretações e aprendizados deste momento serão melhor analisadas com o distanciamento proposto por Gertz (para se analisar e observar o indivíduo e sua interação e interferência social). Contudo não se pode ignorar as impressões do agora. Precisamos ter cuidado, pois pode ser a gota d´água.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Diálogos virtuais


A busca. O dia a dia pontuado por anseios, demandas, atendimentos e julgamentos. Satisfação e insatisfação como indicadores volúveis ao olhar. Neste cenário, o organismo vivo que é a comunicação evoca posicionamentos diferenciados. Assim, é preciso às vezes remodelar o posicionamento da marca e seu modo de construir narrativas. As mensagens devem ser direcionadas conforme persona, timing e target. Entretanto, deve-se maturar e integrar a narrativa à multiplicidade das plataformas como extensão das ações diretas junto à persona. 

Conseguinte, potencializar os canais de comunicação com o público alvo. Equilibrar o diálogo das gerações por meio das plataformas tradicionais, possibilitando modernização e transição do comportamento no que diz respeito ao relacionamento junto às partes interessadas. Seja por meio de um novo Portal de Acesso ou realização de uma Assembleia virtual via Google Meet e ODS, integrando gerações e promovendo o diálogo.

Contudo, é preciso estar atendo à limitação de quem tem pouca intimidade com as tecnologias digitais e também dos que já estão cansado por usá-las em demasia. Videoconferências e excesso de chamadas causam exaustão na pandemia. Você já deve ter ouvido falar do "Zoom fatigue".

Evite fórmulas, se envolva e compreenda o contexto ao qual integra para então definir ações que cravam na trajetória uma comunicação eficiente, dinâmica, pujante e que permita encontros.